Se deu pela frente, não minta

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– Qual é, Lino-ah! Eu vim conversar! Podemos tentar ser racionais? – o Han questionou, mostrando um sorriso fraco, porém a feição do Lee não parecia nem um pouco feliz ou compreensivo – Olha, temos três dias para tentar se resolver, nossos filhos precisam que estejamos bem, okay?

– Claro, começando não comendo o seu afilhado... – o Lee murmurou pegando em mãos o jornal impresso que havia posto de lado anteriormente – Abre a boca e fala o que quer logo, eu quero ter três dias de paz antes de saber quantos mil meu filho queimou na empresa...

Jisung queria rir, mas apartir do momento que o "meu" estava no vocabulário de Minho, então significava que um passo em falso seu, significaria aguentar o Lee no seu pior momento possível.

– Amor... Lembra quando nos casamos? Você gostava tanto que eu cozinhasse torta de limão... O que acha de uma? – o Han questionou promissor, o Lee por sua vez apenas franziu a sobrancelha, formando uma careta nítida – Qual o problema? Você amava!

– Eu amava até quebrarem o meu dente por culpa de bebida. Já posso ler meu jornal em paz? – o Lee jogou sal na ferida.

O sentimento de dor nos olhos do Han era nítido, tanto quanto a cara de desgosto que Minho possuía naquele instante.
Era impossível não se lembrar daquela vez.

Aconteceu um ano após o casamento do casal, estavam bem e felizes, mesmo com problemas na empresa de tirar o tempo livre que teriam, principalmente quando teve a abertura da confeitaria/ lanchonete após as lojas irem ao nome do Han.

Era uma festa, todos deveriam estar animados e de fato estavam, a abertura estava maravilhosa.

(...) Flashback on (...)

Minho simplesmente comia sua perfeita e deliciosa torta de limão, a única que Jisung fazia unicamente para ele.
O Han? Ocupado demais com os clientes, mas o Lee entendia e por isso se divertia vendo seu filho tomar seu suco e comer seu doce no balcão de atendimento, enquanto o próprio Lee mais velho se deliciava com seu doce.

Estava tudo bem até demais.
A bebida? Por conta da casa e isso era péssimo se pensassem que nem todos têm o senso de parar de beber quando estão no certo limite.

Jisung e seus amigos estavam mais do que bêbados e o Han quando bebia era um tremendo linguarudo, Minho sabia disso bem até demais.
A loja já estava um pouco vazia, era o momento só deles, quando o Han bateu com a língua nos dentes em assuntos... Pessoais demais.

– Sim cara! Quando o 'Linorin me pagava os boquetes dele, eu ia ao paraíso! Era tão bom! Faz quase cinco meses que não transamos. – o Han gargalhou alto.

Os olhos do Lee se arregalaram, seu filho estava no banheiro e não havia nenhuma chance de ouvir isso, havia apenas Minho, Jisung e os amigos do Han ali.
Os dedos de Minho se expremeram contra o garfo que enrrolava para provar o resto daquele doce, era doce demais, derrepente se tornou... Enjoativo.

– Poxa, Jisung... Deveria dividir esse deus! Olha que homem gostoso! Eu ia amavar um boquete dele! – um dos amigos do Han se ofereceu com um olhar malicioso, tirando uma confirmação em unissono dos outros cinco amigos do Han – Viu? Todos nós queremos! Qual é? Deixa ele chupar a gente, amigão!

– Não dá, ele é tímido. – o Han riu, se levantando um pouco tonto – Eu vou ao banheiro, querem algo?

– Claro! Uma cerveja! – o mais novo da roda gritou, recebendo um dedo do meio do Han, que foi ao banheiro.

Ele não esperava que aquilo fosse ser tão... Péssimo...


(...) Flashback Off (...)

Os olhos do Lee estavam a beira de transbordar, levando o olhar para o jornal apenas para não olhar nos olhos do Han.

– ... Eu não tive culpa, Minho...

– Eu sei... Você nunca tem... – sussurrou o Lee, o gosto amargo subia em sua boca, enquanto o arrependimento batia a porta – Se for foder de frente, precisa assumir, Han... Não adianta fazer a merda se for fingir que não aconteceu... Você pode ser o linguarudo que for quando bebe... Mas você sempre foi extremamente resistente a bebida e duas latas de soju nunca te deixam bêbado... Apenas admita, Han... Você sabia daquilo... Melhor ainda... Você realmente... Realmente acha que consigo segurar um casamento por conta da empresa? Han jisung, eu sou milionário. Eu posso te largar com suas lojas e abrir mão da sua parte e crio meu filho sozinho sem um pingo do seu dinheiro.

– poxa, não precisava esfregar na cara...

Outro LadoWhere stories live. Discover now