04 | descoberta

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OS SEUS passos eram calculados e silenciosos. Ele evitava pisar em madeiras soltas ou folhas secas. Era tão silencioso que os inimigos não conseguiam identificar a sua chegada sorrateira.

Bucky Barnes se escondia nas sombras, usando paredes e vigas como esconderijos conforme ia checando os cômodos. Estava vazio, aparentemente. Mas sabia muito bem que não estava sozinho. Ainda restava alguém escondido em algum lugar naquele andar. 

Ele parou no meio do corredor, olhando de um lado para o outro, tentando escutar uma respiração ofegante, o som da madeira estalando ou de uma porta se abrindo.

Nada.

A pessoa é esperta. Provavelmente, estava se cagando de medo em um canto qualquer, sabendo que o perigo estava chegando — um perigo bem maior do que o tráfico de drogas que acontecia naquele prédio podre.

Bucky tinha certeza que o traficante estava escondido naquele andar. Não tinha como escapar já que o lado de fora do prédio estava cercado por agentes do FBI, enquanto o andar de baixo era monitorado por Sam Wilson e Natasha Romanoff. Sem saída, ratinho imundo.

No fim do corredor, uma porta estava fechada enquanto todas as outras estavam abertas. Bucky sorriu de lado e caminhou até lá, encontrando a mesma trancada. Ele riu, girando a maçaneta e escutando passos desesperados do lado de dentro. 

— Te achei... — cantarolou, empurrando a porta para trás e a abrindo. 

O quarto estava vazio, aparentemente. Bucky revirou os olhos, cansado da brincadeira estúpida de esconde-esconde. Ele estalou os dedos da mão humana e olhou ao redor, procurando o idiota escondido ali. 

Não demorou muito, na verdade. Um choro estrangulado chamou a atenção de Bucky, atraindo-o até o armário. Ao abrir a porta, Bucky deu de cara com os olhos vermelhos e arregalados. O cheiro de urina, fezes e suor fazendo o nariz de Bucky franzir.

— Você se cagou? — indagou, olhando o homem de cima a baixo. — Poxa, cara. 

O homem baixo, magro, com cabelos pretos e ralos, dentes podres e um bigode horroroso ergueu a mão na direção do rosto de Bucky, um revólver prateado preso entre os dedos trêmulos. 

Bucky sorriu, negando com a cabeça. Então, pegou a arma da mão do cara e a jogou por sobre os ombros. O homem, Rick Duncan, tentou empurrá-lo para longe, mas Bucky foi mais rápido, puxando o braço dele e torcendo o seu pulso. O grito doloroso ecoou pelo quarto enquanto Bucky jogava o homem no chão. Ele o olhou de cima, vendo-o abraçar o próprio braço e tentar se arrastar para longe. 

— Por favor, por favor... Eu não tenho nada haver com isso, cara. 

— Ah, sério? — perguntou. — Por que não disse isso antes, porra? Teria me poupado tempo. Pode ir embora, vai logo.

Sparks • Bucky BarnesWhere stories live. Discover now