29 | flores e decepção

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O DIA AMANHECEU nublado naquela sexta-feira. Mas, apesar do tempo cinza e fechado, Nova York estava quente e abafada. As ruas, como sempre, estavam lotadas, pessoas indo e vindo de todos os cantos, o trânsito lento e barulhento fazendo filas longas nas avenidas principais.

Todas as mesas estavam ocupadas e todos os bancos ao redor do balcão também estavam ocupados. Era o dia mais cheio e movimentado do Daisy's desde que começou a trabalhar ali. Charlotte não parou nem por um segundo sequer, nem mesmo no seu horário de descanso. Ela trazia bandejas cheias e voltava para a cozinha com pilhas de louças.

Naquele dia, estavam trabalhando apenas três funcionários no salão, um no bar e dois na cozinha. Em um dia normal, eram cinco pessoas trabalhando no Daisy's. Mas, dois funcionários adoeceram e não puderam comparecer ao trabalho, fazendo com que o trabalho fosse dobrado para todos os presentes.

Estava exausta. Os seus pés doíam e as costas começavam a doer. Não via a hora de dar cinco horas e poder, finalmente, ir embora. Só queria um banho quente, uma comida gostosa e o carinho de seu namorado e seus gatinhos.

Com aquele pensamento em mente, Charlie trabalhou as últimas horas restantes com um sorriso largo no rosto. E quando o relógio bateu cinco horas, um suspiro de alívio escapou por seus lábios. Ela levou a bandeja vazia para a cozinha e tirou o avental, colocando-o no seu armário. Foi ao banheiro, fez as suas necessidades — estava há duas horas com a bexiga estourando —, escovou os dentes e ajeitou sua aparência cansada, penteando os cabelos e passando um hidratante labial.

Antes de sair, pegou dois donuts no balcão e se despediu dos colegas e dos clientes que estavam sempre ali. Ela checou as mensagens no celular enquanto caminhava até o metrô e ao se sentar no assento, Charlotte soltou um longo suspiro, as suas pernas e costas a agradecendo.

O caminho até o Brooklyn passou voando, já que Charlie não se conteve e acabou tirando um cochilo gostoso. Assim que as portas se abriram, ela saiu, cantarolando uma música boba e torcendo para chegar logo em casa.

Estava passando em frente uma floricultura bonitinha, vendo alguns casais olhando flores e um senhor idoso atendendo a todos com um sorriso educado e caloroso. Ela parou na vitrine e observou o interior da loja, admirando as diversas espécies de flores, o cheiro gostoso e as cores bonitas.

Um pensamento passou por sua mente, um sorriso tímido surgindo em seus lábios. E se, além dos donuts, levasse um buquê de flores para Bucky? Não sabia se ele gostava de flores ou se sequer já havia recebido flores.

— Posso ajudá-la?

— Hm... Não sei — disse, olhando ao redor, indecisa. — Eu queria... Eu queria comprar flores pro meu namorado... Mas, sei lá...

O senhor a observou com as mãos unidas em frente ao corpo e um sorriso pequeno nos lábios rachados.

— Não é estranho dar flores para homens, né? — indagou ela, pensativa. — Eu não sei se ele gosta de flores, mas queria tanto dar algumas pra ele.

Sparks • Bucky BarnesWhere stories live. Discover now