09. O confronto

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#BruxinhoFofinho

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O alarme tocou na manhã seguinte com uma melancolia pairando no ar assim que recobraram a consciência do sono profundo. Jimin não sabia o que era voltar de um cio estando tão radiante, muito menos Jeongguk. Queriam ficar mais tempo juntos, mas a realidade batia à porta e eles precisavam atender.

Não tinham mais tempo para enrolar na cama, trocarem beijos e carícias, ou tomar café da manhã calmamente e deitar-se no gramado do jardim. Mal o despertador tocou e Jimin estava debaixo do chuveiro, Jeongguk veio logo atrás mais pela economia de tempo do que de qualquer outra coisa. Desceram e o café estava posto, Yeri esperava no balcão da cozinha, pronta para amassar Jimin com um abraço só porque estava feliz em vê-lo feliz.

— Prontos para voltarem para a realidade? — perguntou, enquanto observava os dois comerem.

— Não, mas não tem o que fazer... — Jimin suspirou, dando de ombros e mastigando o pãozinho com geleia.

Jeongguk estava calado. Mal conseguia se lembrar de como era a sua casa, nem da sensação estranha de morar lá. Não queria reviver isso, mas como Jimin havia dito, não havia o que ser feito. Aquela reclusão confortável e o apego indomável só reaparecia depois de três meses, antes disso, não sabia como seria a sua relação com Jimin e a sua família, tinha até medo de descobrir e nem sabia porque acordou pensando tanto nisso.

Jimin apertou a sua coxa e sorriu, meio que querendo tirá-lo daquele lugar ruim. Sabia que quando Jeongguk parava e parecia sair de órbita olhando para o vazio, não estava pensando em coisas boas.

— Vai dar tudo certo — sussurrou, pegando na mão dele e levando o dorso até a boca, beijando-o carinhosamente. — A gente vai vencer esse dia e todos os outros.

— Eu sei, amor. — Tentou sorrir, mas não conseguiu nem sustentar o olhar e Jimin deu um beijo em seu ombro.

Terminaram o café em silêncio. Yuna apareceu sonolenta, arrastando os pés de pantufas pelo assoalho da cozinha. E antes de pegarem as mochilas para enfim saírem, as duas pararam Jeongguk em frente a escada e o abraçaram em agradecimento. Yeri abraçando-o pela frente, enterrando o rosto do alfa em sua clavícula e Yuna por trás, respirando forte nas costas alheias. Ficaram naquele aperto por longos minutos e Jeongguk não se sentiu estranho, nem tentou dar fim ao abraço. De fato, lágrimas estavam presas em sua garganta, pois conhecia mais o cheiro das suas sogras do que dos próprios pais. Acácia, gerânio, ameixa negra, mel e hortelã e, até mesmo o cedro de Namjoon era lembrado naquele carinho.

Todos aqueles dias naquela casa, o fizeram enxergar algo que já sabia, mas perceber a própria realidade era um tapa na cara que andava se esquivando.

— Volte sempre. Sempre mesmo! — Yeri disse, olhando-o nos olhos, segurando-o pelas bochechas.

— Pode deixar. Vocês não vão conseguir se livrar tão fácil de mim.

— Elas nem são doidas — Jimin disse, em tom de brincadeira. Descia as escadas, observando a cena fofa entre as mães e o namorado.

— Domingo aparece aí de novo. A gente sempre faz um almoço bem gostoso. — Yuna o cutucou, com aquele sorriso tão familiar no rosto.

— Hmmm, mal posso esperar. — Jeongguk se despediu das duas e carregou a mochila e a mala para dentro do carro, finalmente seguindo rumo à faculdade.

Até parecia que os dois não entraram em um universo paralelo durante e depois do cio de Jimin, pois ele continuava a colocar músicas no rádio de Jeongguk, cantarolava e observava as mãos precisas do alfa no volante, descobrindo que havia alguma coisa que o atraía naquela simples ação.

Nem tão cético assim × jikookWhere stories live. Discover now