18 • | man in the mirror

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Há um ano atrás eu não estaria aqui.

Há um ano atrás era egoísta demais para pensar em qualquer coisa que não fosse em mim mesmo, embora, em parte eu esteja aqui pensando em mim também, porque sei que não suportaria perde-lo. Pra mim ele é como aquela perna que ele não quer abrir mão em hipótese alguma, porque acredita não poder viver sem ela, o mesmo acontece comigo. Não posso, não quero e não vou viver sem Louis Tomlinson. Certo, talvez eu permaneça o egoísta de antes.

Há um ano atrás eu tinha planos.

Planos que envolviam aproveitar meu último ano no colégio ao lado dos meus melhores amigos, dirigir um Cadillac só meu, ir em todas as festas, aprender a beber tão bem quanto Niall e poder chamar Zayn Malik de meu namorado. E quando este ano acabasse eu estaria me mudando para Cambridge e entrando numa das melhores faculdades da Inglaterra, onde eu me tornaria um advogado renomado, casaria com uma boa moça, teria filhos e secretamente correria para os braços de um dos meus amigos de cabelos escuros no meio da noite. Era um bom plano, bem, era o que eu achava na época.

Porém, 1959 não tinha nada parecido reservado para mim ao começar por eu não ter terminado o colégio, estar longe dos meus amigos, sem carta de motorista ou Zayn. Não haviam formas de entrar em uma faculdade e eu nem ao menos lembrava disso. Minha atenção estava totalmente voltada para cumprir uma promessa, muito importante que fiz a alguém especial.

" Está em fase experimental..."

Era tudo o que eu ouvia nas últimas semanas. Muita coisa havia acontecido após o casamento de Charlotte, ao começar por Louis emitir uma procuração na qual dava a mim o direito de mover sua fortuna, ele também conseguiu fazer com que Charlotte me passasse o direito de responder por ele e eu me tornei uma espécie de tutor para Louis. O que me permitia fazer escolhas por ele, no caso a de como salva-lo. Naquela noite quando Louis se jogou em mim, chorando e implorando que eu o salvasse, o garanti que faria. Mas não existem tratamentos ou remédios conhecidos para lidar com seu problema no mercado, mas quando uma nota fora emitida no jornal de que o bilionário Louis Tomlinson estava gravemente doente e pagando uma fortuna para quem lhe trouxesse a cura, choveram médicos com a solução para a doença de Louis. O problema é que todos sempre vinham com a mesma história de ser experimental. Ou seja não haviam garantias.

- Acreditamos que a bactéria tenha sido concebida pela união da radiação das armas químicas em composição com as péssimas condições de higiene na ilha, células e tecidos mortos e a mistura de parasitas o que criou uma espécie de monstro devorador de tecidos, carne e sangue. Quanto mais tempo ele permanece dentro dele, maior e mais forte ele se torna. - Um médico búlgaro dizia o mesmo que todos os outros, enquanto eu girava um vidrinho vermelho onde ele dizia estar a cura para Louis - Precisamos agir rápido e atacar este monstro.

- E pretende ataca-lo com isso? - Tommy pergunta, em pé as costas da cadeira de Lottie, que como sempre está quieta, apertando as luvas no colo.

- Exato.

- E quais são os riscos? - Pergunto, devolvendo o frasco para seu assistente.

- Riscos? Bem, os mesmos dos outros.

Oh sim, os outros.

Não tínhamos parado de visitar médicos desde o casamento. Charlotte e Tommy não tiveram uma lua de mel, nem se mudaram da mansão para que pudessem me acompanhar em todas as consultas que embora exaustivas, sempre contavam com a minha presença. O estado de Louis se agravava cada vez mais. Eu consegui convence-lo a interromper o seu uso descontrolado de remédios e isso só fez com que as dores voltassem, nem mesmo o antigo soro que Bebe aplicava fazia efeito e o Dr. Rexha vivia reforçando a necessidade da amputação imediata, mas eu não podia concordar com isso.

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