Mrs. Johansson, how can i help you?

Capítulo 3

Avisos: Anorexia 

Duas semanas e duas cirurgias depois, Scarlett estacionou novamente na frente do prédio cheio de escritórios e saiu do carro, abriu a porta do passageiro e levou Rose no colo escada acima até a sala de S/n.

Bateu na porta e poucos segundos depois foi aberta, S/n olhou surpresa para elas e sorriu levemente.

- Senhora Johansson, como eu posso te ajudar? - Falou, sentada na cadeira atrás de sua mesa, enquanto Rose brincava com as bonecas e Scarlett estava sentada em sua frente.

- Pode me chamar de Scarlett. - Sorriu, e logo foi correspondido. - Eu queria saber se você poderia fazer acompanhamento a Rose, ela fez duas cirurgias para concertar o problema de audição que ela teve, e eu gostaria que você ajudasse no processo de recuperação, sabe?

- Ajudar ela a entender as coisas que ela escuta agora, e a falar? - Quando Scarlett assentiu, S/n pegou novamente o caderno com o "Rose" escrito e abriu na segunda página. - Você prefere trazer ela para cá, que eu a busque ou que eu vá para a sua casa?

- Que você vá para a minha casa. - S/n estalou a língua e anotou. - E poderia ser três vezes por semana? Segunda, quinta e sábado?

- Sábado? - Franziu a testa e Scarlett assentiu. - Ok, segunda e quinta eu tenho horários disponíveis do meio dia até as três da tarde, e sábado das três até as sete. As aulas serão de quanto tempo?

- Duas horas? - Falou hesitante.

- Duas horas ficaria muito cansativo para ela, que tal uma hora e meia? - A ruiva assentiu e S/n anotou. - E os horários?

- Na segunda e quinta das uma até duas e meia da tarde, e sábado das quatro até cinco e meia. - S/n assentiu e deixou o caderno de lado, levantando levemente o rosto para prestar atenção na outra.

- O que a Rose tinha que fez ela fazer duas cirurgias? - Perguntou curiosa.

- Adenoide, o médico falou que se não tivesse tratado até mês que vem, a Rose teria ficado completamente surda. - Falou, e pelo seu tom dava para perceber o quanto envergonhada ela estava por não ter descoberto antes. - Obrigado por ter me avisado.

- Eu só fiz o meu trabalho. - S/n sorriu e escreveu com a caneta algo em sua mão. - Me passa o seu número para você me mandar o seu endereço para eu poder ir dar aula para Rose amanhã.

Scarlett ditou com facilidade praticada, e confirmou para S/n que ela tinha o número certo quando recebeu o "oi" da morena.

- Você ainda não me falou o preço. - Scarlett avisou suavemente e S/n riu antes de ser dar um tapinha na testa.

- Vai dar quinhentos por mês. - A ruiva assentiu e pegou sua carteira, tirando o referido dinheiro e entregando na mão de S/n, que recebeu com um sorriso.

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S/n estava inclinada para o vaso, vomitando a água que tinha tomado no começo da manhã. Depois de terminar, se recostou na parede e abraçou os joelhos, chorando.

Vários minutos se passaram antes dela se acalmar e se levantar trêmula, abraçou seu corpo com os braços e saiu do banheiro indo para a sala, onde pegou seu celular e abriu no contato de Hailee, pairou o dedo pelo botão de ligar por alguns segundos antes de pressionar levemente e a ligação começar a chamar.

- Maninha? - Hailee falou depois de alguns segundos tocando.

- Oi Hazi. - Sussurrou, sua voz fraca.

- Ta tudo bem, amor? - Era fofo que depois de um tempo, Hailee realmente começou a se importar e a cuidar de S/n depois dela ter quase morrido mais de cinco vezes.

- Não. - S/n se deitou no sofá e colocou o celular no viva a voz, deixando o aparelho em sua barriga.

- O que que está voltando? - Hailee falou preocupada, sabendo o quão ruim sua irmã ficava.

- Eu não como a dois dias. - Sussurrou, os olhos enchendo de lágrimas. - Eu tentei ontem, mas eu vomitei saliva depois de pensar em comer. E hoje eu bebi água assim que eu acordei, mas eu acabei de vomitar tudo.

Pode se ouvir Hailee andando por algum lugar e digitar em um computador.

- Tem uma tempestade muito forte vindo para cá na França, os aviões foram todos cancelado, amor, você quer que eu fale para Flor dar uma passada aí e cuidar de você por um tempinho enquanto eu espero a tempestade passar para eu poder voltar? - Sua voz estava frenética e dava para perceber o desespero de Hailee.

- Eu não sei. - Choramingou e fungou. - O que você acha?

- Eu vou ligar para a Flor. - Falou decidida e Hailee pegou outro telefone, digitando rapidamente e ligando para a amiga. - Não desligue a ligação amor, espere.

- Hailee? - Florence falou depois de atender o telefone.

- Eu mesma. - Hailee respondeu rapidamente. - Onde você tá agora?

- Na casa da Scar, a gente vai almoçar e depois ver a moça que ela contratou dar aula para a Rose. - Falou curiosa. - Porque?

- S/a tá precisando de alguém. - Na linha da Florence foi ouvido ela se levantar abruptamente. - Avisa para a Scarlett que não tem como ela ir hoje e vai lá na casa da S/a.

- A moça que a Scar contratou é a S/n!? - Falou surpresa e ouve um barulho de porta se fechando.

- Sim. - Hailee suspirou quando Florence gritou as informações para Scarlett. - A S/a ta aqui em uma ligação no meu celular pessoal.

- Ok, ok. - Florence falou enquanto fechava a porta de um carro. - Amor, eu já estou chegando, viu?

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Florence não teve problemas em acalmar S/n depois dela ter um ataque de pânico, logo deixando a moça chorando e soluçando dormir profundamente por algumas horas.

O problema foi na hora de comer.

A loira sabia que S/n não conseguiria comer algo que tivesse sustância ou verduras, então a melhor aposta foi fazer um mingau de chocolate.

Florence teve que dar a comida para S/n quando ela ainda estava grogue de sono, a deixando boba o suficiente para não pensar direito e aceitar todas as colheradas.

Depois de comer, Florence ninou a morena para dormir, não dando tempo dela raciocinar direito e provavelmente quando acordasse não se lembraria que comeu.

Florence conhecia todos esses truques por causa da grande quantidade de vezes que Hailee já ligou para ela pedindo que ajudasse S/n, e também porque ela gostava genuinamente da morena, uma coisa que ainda estava no processo de S/n entender.

Florence era a única pessoa que realmente nunca deixou de de ajudar S/n, cuidou dela muitas vezes durante todos esses anos, a obrigou a comer e a voltar para a faculdade muitas vezes ao longo dos anos e foi a única pessoa naquela enorme plateia na formatura da faculdade que veio comemorar e aplaudir S/n.