Capítulo 8

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S/n acordou lentamente, bocejando e logo se sentou na cama, sentindo seu humor pesado e sabendo que se não quisesse ficar triste a manhã inteira, deveria tomar seu remédio.

Andou calmamente, chegando até o banheiro, onde no armário estava sua caixa de remédio. Rapidamente abriu as portas dos armários e a tampa da caixa, revirando o conteúdo ali dentro enquanto procurava a caixinha vermelha.

Um sorrisinho nervoso apareceu em seu rosto, a mão tremendo ao não achar seu remédio dentro da caixa vermelha. S/n saiu do banheiro, sentindo lágrimas de frustração nascerem em seus olhos.

O remédio não estava na cozinha e nem na sala.

S/n não pode evitar o grito que saiu de sua boca, as mãos indo para o cabelo, onde o puxou com força, sentindo perder o controle de suas emoções.

A morena respirou fundo, e enxugou grosseiramente as lágrimas que escorreram pelo seu rosto, deixando um rastro vermelho em em sua pele.

Tudo bem, S/a, respire fundo e vai ficar tudo bem.

Repetiu como uma oração, as mãos tampando seu rosto ao deslizar pela parede e se sentar no chão, encostando a testa no joelho enquanto sua respiração se acelerava.

1, 2, 3, S/a, respire.

Tentou regular a respiração e gritou quando não teve sucesso, as lágrimas escorrendo mais rapidamente e sentindo o coração quase sair do peito, a bile subindo por sua garganta.

S/a, por favor, você consegue.

A garota murmurou antes da bile se tornar demais e enfiou o dedo na garganta, rapidamente virando o rosto e vomitou todo o caldo que ela tinha comido no dia passado.

S/n engasgou ao ver o vômito, a respiração se acelerando mais ainda ao perceber que tinha novamente vomitado forçadamente.

A morena se arrastou para longe do líquido, se levantando com dificuldade, mas assim que ficou reta, correu para o banheiro. S/n se sentou na tampa do vaso, as mãos indo novamente para o cabelo, o puxando com força.

S/n gritou quando viu um longo tufo dos cachos castanhos em sua mão, as lágrimas escorrendo e tremendo, hiperventilando.

Jogou o tufo para longe e se jogou para fora de cima do vaso, batendo logo em seguida a cabeça em uma prateleira, tudo que estava em cima dela caindo em sua cabeça.

Uma maquininha de cortar pelo caiu em seu colo e S/n a olhou por alguns segundos, os olhos turvos de lágrimas e a cabeça confusa.

A morena segurou a maquininha com as mãos tremendo, e apertou o botão que a ligava, estremecendo momentaneamente quando o objeto fez um barulho alto.

S/n respirou fundo e levou o eletrônico para perto de sua cabeça, os olhos se fechando ao passar a maquininha por seu coro cabeludo, fazendo uma longa linha em seucabelo.

S/n gemeu angustiada quando o cabelo caiu em seu colo, mas não estava pensando direito e voltou a passar a maquininha até não sobrar nem um pedaço com cabelo.

A morena choramingou, a respiração voltando a acelerar e rapidamente se levantou, jogando todo o cabelo no chão e a maquininha logo em seguida.

S/n saiu do banheiro e foi para a sala, com as pernas bambas e a respiração pesada, sentindo dor ao respirar. Se sentou no sofá e pegou seu celular, o dedo parando no contato de Hailee, antes de balançar a cabeça e jogar o objeto para o outro lado da sala, estremecendo ao ouvir o baque do eletrônico quebrando ao bater na parede.

Se deitou no sofá e respirou fundo, encarando a parede por longos segundos, que se transformaram em minutos e que viraram horas.



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- Amor? - Florence chamou ao entrar na casa da morena com sua chave reserva, franzindo a testa preocupada ao ver o celular quebrado perto da porta. - Cade você?

Ao não receber resposta, a loira continuou andando, fazendo uma leve careta ao ver o vômito e colocando uma nota mental em sua cabeça para o limpar depois. Depois, chegou na sala e arregalou os olhos ao ver S/n.

A garota estava deitada no sofá, encarando a parede que dava para a cozinha com os olhos vidrados e fixos, piscando pouquíssimas vezes, sua respiração estava exagerada e acelerada e o mais surpreendente, era que S/n não tinha nenhum cabelo na cabeça.

- S/a. - Florence chamou baixinho, segurando as lágrimas enquanto olhava o estado deplorável da melhor amiga.

S/n não fez nenhum movimento de reconhecimento, continuando a encarar a parede.

- Posso te pegar? - Perguntou, mordendo com apreensão o lado interno da bochecha quando a garota novamente não fez nenhum movimento.

Florence suspirou e com delicadeza pegou a garota no colo, a carregando estilo de noiva, e fungou, segurando as lágrimas quando viu a cabeça careca de S/n tombar, e ela encarar o teto.

Florence foi para o quarto de S/n, a deixando em cima da cama antes de ir ao banheiro do quarto, ofegando ao ver o caos lá dentro.

Tinha cabelo espalhado por todo canto, os vidros de shampoo, condicionador, creme de pentear e muitos outros estavam espalhados pelo banheiro e uma maquininha de cortar pelo estava quebrada no meio do banheiro, com suas partes espalhadas.

Florence criou coragem e voltou para a sala, limpando o vomito e depois foi para o banheiro novamente, onde o arrumou e o limpou, as lágrimas caindo ao jogar o cabelo fora, sabendo o quanto ele significava para S/n, depois de tudo que ela sofreu com ele quando era mais nova.

Ao terminar o banheiro, voltou para o quarto e pegou S/n novamente no colo, a garota estava encarando o teto e pareceria morta, se não fosse pelo lento subir e descer de seu peito.

Florence tirou a roupa da garota e a colocou sentada no banquinho que ficava embaixo do chuveiro justamente para essas situações, antes de ligar o registro e a água caiu em cima de S/n.

A garota choramingou, mas Florence a fez ficar embaixo do chuveiro e esfregou a esponja de sabonete pelo seu corpo todo, inclusive em sua cabeça, fazendo S/n começar a chorar quando percebeu que estava sem seu cabelo.

Mrs. Johansson, how can i help you?Where stories live. Discover now