Mrs. Johansson, how can i help you?

Capítulo 6

Comer parecia uma penitência. Mas mesmo assim eu mordi a panqueca no meu prato, sentindo o olhar desconfiado de Florence em minhas costas.

Às vezes, eu me sinto mal por fazer Florence desperdiçar seu tempo comigo, um ser que só queria morrer em paz.

As vezes, eu sinto raiva de Hailee não estar aqui, e de mandar Florence me vigiar para compensar todo o descaso que ela teve comigo quando eu estava sob sua guarda.

Mas eu também me sinto mal por ficar irritada. Não era a obrigação de Hailee ficar me vigiando para saber se eu comia ou se as infinitas linhas em meus braços pararam de aparecer.

Fui tirada dos meus pensamentos quando a porta do café foi aberta, fazendo um sininho tocar por toda a loja. Levantei a cabeça para ver quem era, por reflexo e arregalei os olhos.

Elizabeth Olsen estava no mesmo cômodo que eu.

Respirando o mesmo ar que eu.

Acho que posso morrer em paz agora.

A barriga muito grávida de Elizabeth estava em exposição, já que a mulher usava um cropped com uma jaqueta vermelha por cima.

O cabelo loiro escuro da modelo estava quase que brilhando, complementando os grandes olhos verdes dela.

Elizabeth Olsen era ainda mais linda pessoalmente. Eu não pensei que isso poderia ser possível.

- Flor! - Ela gritou animada, andando em direção a Florence, que estava escolhendo um salgado no balcão.

- Lizzie! - A loira respondeu no mesmo tom, sorrindo e abraçando Elizabeth. - O que você está fazendo aqui?

- Eu fiquei com vontade de comer bolo de chocolate com morango. - Falou animada, apontando como uma criança para a vitrine, onde o referido bolo estava. - E você?

- Eu vim tomar café da tarde com a S/a. - Florence explicou, apontando brevemente para mim. Elizabeth olhou em minha direção e me deu um sorriso brilhante, me fazendo corar até o fundo da minha alma.

Qual era a necessidade de eu estar sempre cercada de pessoas lindas quando eu pareço um pato cuspido?

- Oi S/a! - Elizabeth me cumprimentou alegremente, pulando de animação quando a moça que fica atrás do balcão a entregou uma enorme fatia do bolo pedido.

Elizabeth se sentou na minha frente, me deu outro sorriso antes de atacar o bolo com toda a sua ferocidade, cantarolando de contentamento.

Florence logo apareceu, com um prato cheio de uma empada muito grande, se sentou na minha frente e também começou a comer.

Olhei para minhas panquecas com bacon. Senti meu estômago começar a revirar, me avisando que eu não aguentaria mais nada.

O ignorei e comi a panqueca de uma vez só, as lágrimas pinicando meus olhos quando senti a comida.

Eu só queria ser normal, é pedir demais?

~-~-~

Não pude me impedir de vomitar todo o meu lanche da tarde depois de chegar em casa. Meu estômago doía e eu me senti muito melhor depois de expulsar o alimento do meu corpo.

A sexta passou rapidamente, dormi sem comer mais nada e acordei no dia seguinte às três da madrugada, eu tendo ir dormir às seis da tarde.

Meu estômago estava doendo. E dessa vez não era de irritação. Era fome.

Depois de seis dias sem sentir vontade alguma de comer, levei como uma vitória o sentimento.

Dois pães com ovo desceram pelo meu estômago e a próxima coisa que eu sabia, era que estava chorando.

De alívio.

Dessa vez, eu não precisei de ajuda de ninguém para fazer progresso e melhorar.

~-~-~

.

Scarlett ajeitou nervosamente o cabelo enquanto esperava S/n chegar, estava ansiosa e querendo agradecer a moça por a alertar do problema de vista da Rose.

Acontece que a garota realmente precisava de óculos, e o grau era bastante alto, deixando Scarlett mais envergonhada ainda por não ter percebido o óbvio problema de visão de sua própria filha.

Rose, agora tinha um óculos com a armação vermelha, e joaninhas desenhadas, a criança estava muito feliz em mostrar seu novo acessório para todos que passassem em sua frente.

Isso fez Scarlett se perguntar, havia outro problema em Rose e ela não tinha notado? Ou o problema de audição e de visão tinham sido apenas coincidências e casos isolados?

Foi tirada de seus pensamentos quando a campainha tocou, quase que timidamente. A ruiva se apressou em abrir a porta, vendo S/n ali na frente de sua casa.

Usava um vestido amarelo, um casaquinho vermelho, legging de aliens, uma bolsa azul brilhante e botas rosa-choque.

Uma escolha de roupas muito estranhas, mas de algum jeito, combinava com S/n.

- Ei. - Comprimentou animada, deu alguns passos para o lado para a mais nova poder entrar. - Bom dia.

- Bom dia senhora johansson. - S/n murmurou, oferecendo um rápido sorriso à mulher.

- Eu já te disse que você pode me chamar de Scarlett, S/n - A ruiva olhou divertida, fechando a porta com o pé e dando uma rápida corridinha para chegar ao lado da morena.

- Desculpe, Scarlett. - S/n sorriu nervosa, e a mais velha admirou o quão bonito seu nome ficava na voz da outra, S/n tinha falado o nome meio enrolado, lembrando Scarlett de sua filha, que também não conseguia falar seu nome corretamente.

- Só Scar, querida. - Falou, fazendo o rosto de S/n se avermelhar todo. - Eu queria te agradecer por me alertar do problema de visão de Rose, acontece que você estava mesmo certa e ela precisa de óculos.

- Não precisa me agradecer, eu não fiz nada mais que a minha obrigação. - Dispensou o elogio, as bochechas corando mais ainda.

- Mesmo assim, S/a. Eu posso te chamar de S/a? - Perguntou em uma reflexão tardia, sorrindo quando a mais nova assentiu com a cabeça. - Bem, Rose está muito animada para te mostrar o óculos novo dela.

Terminou de falar quando as duas já estavam na frente da porta do escritório de Scarlett.

A dona da casa abriu a porta e pode-se ver Rose sentada no banquinho, balançando as pernas animadamente enquanto desenhava. A cabeça da criança se levantou rapidamente ao ouvir o barulho da porta, um lindo e enorme sorriso aparecendo no rosto de Rose ao ver as duas mulheres.

- S/n! - Rose gritou, correndo em direção a mulher. - Olha meu "ulos" novos! - Tirou rapidamente o objeto do rosto, sua pressa fazendo com que ele se enganchasse em seus cachos vermelhos