Capítulo 22

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Park Mina

É agoniante, mas ao mesmo tempo calmo.

Eu corro em um enorme jardim, ria sem parar e às vezes olhava pra trás.

Não conseguia ver nada muito claro, mas eu via que tinha alguém correndo atrás de mim. Não estou assustada, aparenta que estamos brincando de pega-pega.

- Mina, corra mais devagar. – É a voz de um homem e é a voz da pessoa que está correndo atrás de mim.

Eu não sei como ele sabe meu nome e porque eu tenho a sensação que eu o conheço muito bem, não sinto medo dele, ele não me assusta nenhum pouco.

Nada aqui em minha volta me assusta, é como se eu estivesse no lugar certo, como se eu tivesse em minha casa, no meu espaço.

O mais estranho de tudo isso, é que eu não consigo ver o rosto de ninguém, mesmo eu tentando de tudo e conseguindo ver as pessoas ao todo, o rosto delas ainda eram embaçados pra mim.

Como se eles não existissem, como se tudo fosse fruto da minha imaginação.

- Mina, olhe pra frente! – O homem grita, mas eu continuo correndo e olhando para ele. – MINA, CUIDADO!

Em segundos, eu olho para frente e como um vulto, uma enorme espada entra em mim.

...

Num pulo, rapidamente me sento na cama e percebo que estou suando, com minha mão na minha barriga e ofegante, muito ofegante mesmo.

Como se eu tivesse corrido uma maratona.

Olho para os lados perdida e lembro que estou no andar de cima da casa da minha vó.

Com dor de cabeça, eu levanto da cama e vou até mesa do lado da cama, pego meu celular e vejo que horas são.

Era dez da manhã. No Brasil, dez da noite e essa hora meus pais infelizmente estão dormindo.

Me arrasto pro banheiro e paro de frente pro espelho, estou com uma cara de morta e meu cabelo está todo bagunçado, parecia que tinha passado um trator em cima de mim. Solto um suspiro baixo e ligo a torneira da pia, passo a água no meu rosto e depois escovo meus dentes, em seguida começo a tirar minha roupa, pronta pra tomar um banho.

Nua, eu paro de frente pro espelho como de costume e fico me analisando, fazendo caras e bocas na frente do espelho, fingindo estar chorando pra ver se sou bonita chorando e também finjo que estou pousando pra uma sessão de fotos bem sexy.

No meio dessa brincadeira meus olhos focam na única tatuagem que eu tenho no corpo, que estava desenhada na costela.

A minha flor preferida. Hibisco.

Passo meus dedos de forma singela na tatuagem e sinto falta de algo, parecia que essa tatuagem não é o suficiente.

- Será que tem tatuador aqui perto? - Murmuro pra mim mesmo, parando de tocar na tatuagem. - Hmmm...

Acho melhor não!

A última vez e única que fiz uma tatuagem, eu saí de lá com mais coisa do que planejava.

Mas só irão saber oque é mais pra frente, contar isso agora é um tanto embaraçoso pra mim.

Parando de me admirar no espelho, eu finalmente entro no chuveiro e tomo meu banho. Não demoro como de costume, não sei como minha vó age quando o assunto é banhos demorados e como eu estou apenas de passagem, não posso gastar a água dos outros do jeito que fazia na casa dos meus pais.

Depois do banho, eu vou até minha mala - que ainda estava com todas minhas roupas - e pego um conjunto de moletom roxo, visto depois de colocar minhas peças íntimas e penteio meu cabelo, que estava totalmente embaraçado.

Termino de pentear meu cabelo, numa guerra quase impossível, pego meu celular antes de descer e entrar na casa da minha avó.

É uma casa bem bonita e simples, nada muito extravagante e bem tradicional, também acolhedora e que cheira a comida coreana.

Só de sentir o cheiro, minha barriga ronca de fome.

- Hmm que cheiro bom... – Murmuro colocando meu braço por cima do ombro da minha vó. – Oque a senhora está fazendo?

- Bibimbap. – Ela responde terminando de montar o prato e leva até a mesa.

Com fome, me sento na cadeira e rapidamente pego o hashi, misturo a comida porque não consigo não misturar a comida.

Vocês também fazem isso, ou não misturam nada?

Bom, eu faço e acho mil vezes melhor.

- Bom apetite, halmeoni. – Digo antes de comer um pouco do bibimbap.

Com toda certeza essa é a melhor comida coreana que eu já comi na minha vida.

A mistura dos alimentos e a explosão de sabores que esse bibimbap tem, faz meu corpo todo se arrepiar e meu coração se aquecer.

Sempre imaginei como seria a comida da minha avó, o gosto e como ele é preparado. Sempre falam que comida de vó tem um toque especial e eu comprovei nesse momento. A comida da minha mãe não se iguala a da minha avó.

A da minha vó com certeza é melhor.

Claro que a da minha mãe é boa, mas é vó né?!

- Oque vai fazer hoje? – Minha vó pergunta concentrada em comer.

- Vou procurar um emprego primeiro. – Respondo deixando o hashi na cumbuca. – Tô pensando em enviar currículos em loja de conveniência.

- Tenho uma amiga que é dona de uma loja de conveniência, posso te apresentar. – Ela diz erguendo o olhar pra mim.

- Adoraria. – Não penso duas vezes antes de responder. Eu preciso de um emprego urgentemente. – Onde é? Eu vou lá hoje.

- Em Yongsan-gu. Não é muito longe. – Ela diz levantando da cadeira e colocando sua cumbuca na pia. – Precisa pegar um ônibus apenas, ou um taxi.

Eu conheço esse nome de algum lugar, mas agora não estou me lembrando.

- Eu vou me arrumar e ir pra lá. – Digo me levantando e coloco a cumbuca na pia. – Avisa para ela que estou indo lá, por favor.

Peço e ela balança a cabeça concordando.

Dou um beijo na sua têmpora e subo para o andar de cima.

Espero que a amiga da minha vó goste de mim e me contrate, eu preciso urgentemente de um emprego.

Porfavor, Deus! Só uma ajudinha ai!

...

Oque dona Mina fez além da tatuagem? E o sonho? Sera que ela vai conseguir o emprego?

Até quarta!!

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Ligados por um fio vermelho - Jung Hoseok (Completo)Where stories live. Discover now