Capítulo 10

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Maria Santos

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Maria Santos

°•°•°•°•°

Nunca senti tanta dor na minha vida, quando diziam que ter filho normal doí muito, penso que minha ideia de dor não se comparava a nada disso.

Meu parto foi extremamente complicado, um dos bebes estavam atravessados e eu estava perdendo um sangue, por sorte conseguimos chegar rápido na cidade e no fim ocorreu tudo bem, menos na parte de ter quase morrido e meu marido ter quase matado todo mundo daquele hospital.

Meus filhos nasceram saudáveis mesmo precisando ficar na incubadora. Meu Lucas e André nasceram gordos e cheios de cabelos e por estranho que pareça, algumas partes do rosto deles se parecem com os de Pedro, a boca é um exemplo disso.

— Como você esta se sentindo? — Pedro segura minha mão, sentado na cadeira ao meu lado — Acredito que devo uma explicação, não é?

— Estou cansada, e sim, você me deve uma explicação — suspiro — Você tem ideia que devido à sua decisão irresponsável de não me escutar poderia ter acontecido algo comigo ou com nossos filhos?

— Sim, e eu me arrependo muito — beija minha mão — Não pense que eu te trai, por favor.

— Eu não acho, quem prefere trocar um baquete que tem em casa por restos de comidas são garotos. — ele sorri — E da próxima vez que não me ouvir eu te quebro todinho.

— Na sentada?

— Na porrada. — ele gargalha.

A médica entrou no meu quarto alguns minutos depois e disse que vou precisar ficar duas semanas no hospital ate eu me recuperar bem. Disse a Pedro que não quero voltar para ilha ate nossos filhos estarem bem e ele concordou comigo.

No mesmo dia eu consegui ver eles mesmo que através do vidro, dois dias depois eu consegui pega-los em meus braços e alimenta-los, eu nunca senti tanta emoção como senti naquele dia, eu nem tenho explicação para descrever o que eu estou sentindo vendo meus filhos se alimentarem de mim.

Não minto, doeu para caralho, mas a sensação de amor e felicidade é muito maior.

No dia que eu recebi alta eu chorei muito por não esta levando meus filhos comigo, Pedro me abraçou e cuidou de mim mesmo sofrendo como eu.

Todas as noites conversamos e falamos sobre nossos planos quando Lucas e André estivessem em casa.

— O que você fez com aquela mulher? — no momento estou deitada na banheira cheia de espuma com o meu marido enquanto massageia meus pés.

— A coloquei no olho da rua — senti a raiva a cada palavra que ele pronunciava — Ele teve sorte de eu não ter afogado ela no mar.

— Fez bem, não quero meu marido sendo investigado por assassinato — encosto minha cabeça na borda da banheira.

— Isso com certeza não iria acontecer — sorri de lado — Esqueceu que está casada com um traficante?

Na verdade, eu esqueci sim, ele nunca falava sobre seu trabalho e eu nunca perguntei, sempre estávamos focados demais em outras coisas e também, ele nunca dava indícios de ser um traficante, nunca o vi com arma ou falar sobre algo relacionado a isso.

— Na verdade, sim. — dei de ombros — Uma vez você me disse que trabalha em uma empresa.

— Sim, trabalho em uma empresa de joias e cosméticos, sou CFO — deito em seu peito — Sou o diretor financeiro e braço direito da CEO

— Quem é esse tal de CEO?

— Ruby Dias Ret, ela era o de frente do PCC, mas recentemente ela colocou o filho, mas ela ainda comanda as empresas.

— Uma mulher chefe de traficante?

— Ela era a mulher mais foda do PCC, não era um vaporzinho qualquer, a mulher era a de frente dali tudo, colocava os homens todo para comer na mão dela.

— Você fala como se ela tivesse morta. — suspiro

— Não ta, mas a mulher sumiu com o marido e a esposa, deve ta aproveitando por aí — beija minha cabeça — Ela nem aparece na empresa, comanda através do computador.

— Entendi... — queria conhecer ela.

Nós terminamos de tomar o banho e de comer, assistimos a um filme e depois fomos dormi, quer dizer, eu dormi, Pedro ficou mamando.

~*~

Um mês se passou e hoje vou poder buscar meus filhos no hospital, diariamente íamos ver eles e cada dia estavam ficando mais gordos e lindos.

— Estão prontos papais? — a médica nos guia ate o local — Eles estão bem agitados hoje, parece que sentiram que vocês estão vindo busca-los.

— Estamos muito ansiosos.

Quase chorei ao ver eles juntos nem fios ou um vidro nos impedindo. André esta usando uma blusa branca com short, mas usava uma blusinha de frio azul por cima e Lucas usava a mesma roupas com exceção da blusa de frio.

— Por que eles estão com roupas diferentes — Pedro é o primeiro a perguntar.

— Percebemos que André sente mais frio do que o Lucas, por isso o casaquinho. — ela coloca eles em meus braços — Boa sorte a partir de agora.

— Obrigada, estamos felizes por levar eles para casa. — a médica suspira triste — O que foi?

— Pena que alguns não têm o mesmo destinos — apontou para um bebé de casaquinho rosa mexendo os bracinhos — A mãe morreu no parto e ninguém voltou para reclamar a bebé, mas do jeito que a mãe chegou, acredito que não tinha ninguém. Chegou chorando implorando para salvar a criança

Uma sensação diferente tomou conta de mim, queria adotar ela e ser a mãe que ela não vai ter e amar como a mãe dela amaria.

— Queremos adotar ela — Pedro falou e a mulher nos olhou surpresa e eu também.

Um tempo depois voltamos para casa com três crianças e não duas, o nome da bebé é Maria Alice e ela não possui uma perna. Maria Alice, Lucas e André, tornou nossos dias melhores, cheias e aventuras, mesmo que essas aventuras custe nosso sono.

Nosso tempo é só voltado para eles e mal temos tempo para nos dois, ate agora.

Me olhando no espelho me vejo extremamente cansada, não sei a última vez que tomei um banho decente e ter uma noite de sono completa. Quando disseram que essa é a melhor fase, com certeza estavam enganados.

Aproveito que os três estão dormindo e tomo um banho com tudo que é de direito e quando saio do banheiro enrolada com uma toalha no corpo e no cabelo me deparo com uma cena inusitada.

Meu marido está com uma bandeja repleta de comida em cima da cama e vestido para matar.

— Nossos filhos estão dormindo e eu aproveitei para fazer um momento especial para nos dois.

Naquele dia nos jantamos no jardim com velas e luzes nas árvores, transamos ate desmaiar e fui pedida em casamento.

Da para acreditar? Eu fui pedida em casamento!

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Maria Onde histórias criam vida. Descubra agora