Capítulo X

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O mundo parecia estar girando

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O mundo parecia estar girando.

Meus braços e pernas pareciam dormentes.

Se não fosse pelo aperto dos braços da mulher ao meu redor, eu teria me espatifado no chão de mármore frio. Estava completamente atônito.

Não pode ser. Ainda estava atordoado pelo que se passou na clareira e essa mulher tivera um momento de engano. Disse a mim mesmo, querendo, com todo o coração, que tudo isso não passasse de um mal-entendido.

Mas não tinha como ser. Aquele cheiro de laranja estava gravado nas profundezas da minha mente. A única coisa que eu me lembrava de minha mãe.

— Não posso acreditar em meus olhos — a Rainha afastou-se o suficiente para segurar minhas bochechas. Seus olhos, tão parecidos com os meus, estavam marejados através da máscara elegante e dourada. — Taehyung, meu filho. — suas palavras pareciam até zumbidos em meus ouvidos. — V-Você... Deuses — ela parecia não encontrar palavras.

Não consegui dizer sequer uma palavra. Só conseguia encará-la, pestanejando, com milhares de coisas passando em minha cabeça em questão de segundos. Fiquei tão submerso que em certo momento que o mundo inteiro parecia ter ficado no mudo e em câmera lenta.

Olhei por cima de seus ombros. As pessoas estavam nos encarando. Voltei meu olhar para a Rainha, sua boca se mexia, mas não escutava absolutamente nada.

Taehyung... Taehyung... Soava a voz baixa no fundo do meu subconsciente.

— Taehyung — girei a cabeça para a direita, me deparando com Jungkook. Ao seu lado, Jimin boquiaberto. Quase tão em choque quanto eu.

— Podemos, por favor? — perguntou a Rainha. Minha mãe, Kim Hari. A encarei sem entender a finalidade da indagação. — Há uma sala atrás daquela cortina, podemos conversar lá com calma — apontou para um canto do castelo.

Lancei um olhar na direção de meu melhor amigo, em um pedido silencioso que ele entendeu de imediato e segurou minha mão assentindo. Só então consegui dar um passo sem medo de tropeçar por sentir minhas pernas tendo a consistência de uma gelatina.

Seguimos minha mãe pelo enorme salão até a cortina que ela havia mencionado. Um guarda a abriu para podermos passar, dando visão a sala simples com nada mais que duas poltronas, um divã, uma mesinha contendo uma garrafa cristalina, com líquido âmbar pela metade, e dois copos.

Jimin e eu nos sentamos juntos no divã, com as mãos entrelaçados. A Rainha se acomodou na poltrona que ficava mais perto de mim e pegou minha mão livre.

— Não consigo acreditar no que os meus olhos estão vendo — começou Hari. — Meu filhote. — ela soltou minha mão para se livrar de sua máscara.

O rosto, esquecido em minha mente, era tão bonito. A pele parecia ser de porcelana.

— ... Park Jimin. Sou amigo do Tae — os dois apertaram as mãos.

Blood Painting  | jjk+kthWhere stories live. Discover now