Cela 132 | jjk+pjm

Capítulo 33 - Damn plan

Tradução do título do capítulo: Maldito plano

Eu estava posicionado frente ao saco de pancadas pendurado no teto. A queimação nos braços era inevitável e os nós dos meus dedos doíam sempre que minhas mãos fechadas atingiam com força aquele objeto. Tentava extravasar toda a raiva que sentia, mas nem toda a minha força conseguia trazer de fato a sensação de alívio que eu tanto ansiava. Tentava manter minha mente focada ao exercício, mas quanto mais eu tentava me concentrar mais me lembrava de Jungkook dando as costas e o som alto do barulho da porta batendo atrás de si.

Por que ele havia ficado tão irritado de repente?

Por que caralhos ele havia tomado as dores de meu pai?

Aquelas perguntas rondavam minha cabeça, e eu simplesmente não conseguia obter nenhuma resposta que fizesse sentido. Não conseguia entender por que ele havia estragado tudo... estávamos indo tão bem.

Não fazia ideia de quanto tempo fiquei ali esmurrando aquele maldito saco de pancadas. Os nós dos meus dedos sangravam, e eu não estava nem mesmo perto de conseguir tirar a frustração de meu corpo. Aquele dia de merda precisava esquecido.

- Com raiva, puppy? - Escuto a voz de Taehyung soar atrás de mim, e suspiro.

- Não é da sua conta. - Murmuro fitando meus dedos, vendo como a pele de minhas falanges estavam soltas e feridas.

- Tão doce... - O escuto cantarolar e rir baixo, e então reviro os olhos. - Sabe... Me machuca a forma como me trata. - Completou irônico.

- Entra ali dentro... - Falo apontando com a cabeça para o saco de pancadas. - Vai entender o que machuca de verdade.

- Viu só? Você não liga para os meus sentimentos, puppy... que tipo de amigo você é?

- Não sou o seu amigo, Kim. - Digo passando meu antebraço em minha testa, enxugando um pouco do suor da região.

Eu precisava de um banho.

- Acho que você se diverte ferindo meus sentimentos assim. - Vejo-o colocar a mão contra o próprio peito, fingindo sentir dor na região.

- Com certeza. É o ponto alto do meu dia. - Balbucio pegando a blusa de meu uniforme que estava pendurada em um dos ganchos da parede da academia.

- Como se machucou? - Ele questionou se aproximando e eu desvio o olhar. - Vai conseguir uma cicatriz legal aí...

- O que veio fazer aqui? - O corto, umedecendo os lábios.

- Gong Wooyeol já está entre nós. - Sinto meu corpo travar por um momento ao ouvi-lo. As batidas de meu coração aumentaram a frequência, e por um momento minhas pernas quase ficaram bambas. Porra. - Preciso da sua ajuda. Agora.

- Hoje não é um bom dia.

O vejo olhando para os lados, verificando se nenhum dos outros detentos que estavam ali na academia prestavam atenção, e então se aproximou, parando em minha frente, deixando seu rosto pareado ao meu.

- Está tentando dar para trás no nosso acordo, Park? - Ouço sua voz grave e nada amigável próxima a minha audição. - Esqueceu o que aquele cara fez com você? Ou então, com Jungkook?

- Não. Eu não me esqueci. - Levo minha mão a sua blusa, segurando-o por ali de forma discreta, ao mesmo tempo que o afastava. - Lee Hoseok me deu folga hoje, não vou conseguir pegar o carrinho de roupas sujas.

- Precisa dar um jeito de conseguir. Hoje é o segundo sábado do mês, dia de reabastecimento... Eu preciso ver os caminhões de entrega nos fundos da cozinha. - Ele deu um passo para trás, se distanciando. Taehyung me encarava com um olhar duro, completamente sério. - Eles chegam as 15h. Te encontro do lado de fora da lavanderia as 14h40min. E lembre-se... É a única coisa que você precisa fazer.