Cela 132 | jjk+pjm

Capítulo 15 - Confidence? (Nova cena)

Tradução do título do capítulo: Confiança?

Eu não podia fazer nada. Não sou enfermeiro, muito menos médico, mas sabia que com todo aquele sangramento, o guarda já estava morto. Encaro seus olhos brilhosos, que transmitiam medo, arrependimento e desespero.

- Ele... Já está morto Jin. - O brilho em seu olhar desapareceu, como se eu tivesse jogado água fria numa fogueira. Mais lágrimas escorreram por seu rosto, e eu o puxo com força, até que nossos corpos estivessem colados e o abraço como nunca abracei ninguém em toda a minha vida, ouvindo seu choro alto e sentindo suas lágrimas molharem meu ombro com abundância.

- Eu só queria que ele parasse. - Repetiu a mesma frase pela terceira vez depois de engolir um pouco do choro. - Eu não queria que isso acontecesse Jimin...

- Eu sei disso. - O aperto mais e começo acariciar sua cabeça, como se com isso eu pudesse tirar toda a dor que ele sentia agora.

- Hoje de manhã, depois que eu saí do refeitório com ele, ele tentou de novo... Mas, eu não deixei que ele me tocasse outra vez. Eu falei que o denunciaria se ele chegasse perto de mim outra vez e isso o deixou furioso, mas não fez nada. Então, eu vim para cá limpar a lavanderia, e ele me seguiu. Ele me atacou, mas eu consegui tirar o revólver da mão dele. Ele disse que me mataria de qualquer forma. Eu não tive outra reação a não ser... - Parou de falar. - Ah não ser...

- Não precisa dizer nada, hyung. - O interrompo, vendo que estava sendo difícil para ele.

- Eu só fechei os olhos e apertei o gatilho... - Ignorou-me, como se sentisse necessidade de me contar aquilo. - pegou em seu pescoço...

Por mais que Byungho merecesse uma morte ainda mais dolorosa do que sangrar até morrer, eu não sabia a sensação de tirar a vida de alguém. Não sabia o que Jin estava sentindo e eu realmente queria poder dizer que tudo iria ficar bem, mesmo que fosse uma total mentira. Mas, o que eu, um simples detento, poderia garantir?

- Ás vezes eu queria que ele morresse. - Murmurou. - Afinal, foi ele quem me matou primeiro. - Mordo o lábio inferior tentando conter as lágrimas, pois a cada palavra que ele dizia, meu coração parecia ficar cada vez mais sem espaço em meu peito. - Mas então meu lado racional dizia que ele não merecia isso.

- Você está certo. - Digo com rancor. - A morte seria fácil demais para ele. Byungho merecia ser preso e apodrecer até a morte atrás das grades.

Ele não disse nada. Sabia que ele concordava comigo, porém não queria se conformar. Afastou-se de mim bruscamente e ajoelhou-se ao lado do corpo, começando a fazer uma massagem cardíaca com desespero, no meio de mais e mais lágrimas.

- Pare com isso, Jin! - Digo angustiado, tentando puxá-lo de cima do corpo, mas ele empurrou-me novamente fazendo com que eu caísse no chão e me sujasse com o sangue de Byungho. Sabia que aquilo me traria problemas mais tarde, mas isso não era minha maior preocupação agora. - Ele já está morto! - Repito mais uma vez alterado. Seu estado era de partir o coração e eu me segurava para não começar a chorar também. Arrasto-me até ele, e o abraço por trás.

- Não devia ter vindo, Jimin. - Ouço sua voz trêmula.

- Amigos servem pra isso, não é?

- Jimin...

- Se as coisas já estão difíceis estando acompanhado, será ainda pior sozinho, Jin... - Murmuro baixo, abraçando-o mais forte.

Tentava o acalentar, ao mesmo tempo que também tentava o segurar. Sua respiração estava descompassada, e seu corpo tremia em meus braços.

- Quanto tempo você vai ficar preso? - Balbuciou quebrando o silêncio.

- Quatro anos. - Respondo sem entender o motivo de sua aleatória pergunta.