Capítulo 25 - Dysfunction

69.3K 8.8K 7.2K
                                    

Tradução do título do capítulo: Disfunção


E lá estava eu. As extas 5h:50min da manhã, sentado na cadeira frente a mesa de Min Yoongi, o psicólogo dos detentos de Wondong. Havia tido uma ótima noite de sono, mas, mesmo assim, estava bocejando e coçando os olhos; uma das coisas que mais detestava, era acordar cedo. E isto, explicava a carranca fechada em seu rosto. Comecei a detestar isto quando cheguei ao presidio, porque antes, acordava bem cedo para me exercitar. Fazia caminhadas, yoga e meditação, além de ler alguns capítulos de meu livro favorito; tudo isto, antes das 7h00min, que era meu horário de ir trabalhar.

Já atualmente, a única coisa que queria fazer antes das 7 da manhã, com certeza, seria dormir, até o último milésimo de segundo antes da sirene ecoar por todo o presídio. Era frustrante. Não em ter que acordar, mas sim, frustrante perceber como ser preso acabara com qualquer indicio de vida que eu tinha. E isto apenas intensificou-se mais quando fui para a solitária. Sentia-me morto, sem um único pingo de ânimo.

- Ouvi os boatos de ontem à noite, Jimin. - O homem branco, de cabelos negros, disse enquanto procurava algo dentro de uma enorme pasta.

- Ouviu? E o que aconteceu ontem? - Pergunto, quase num tom irônico, arqueando a sobrancelha.

- Boatos de você e Jeon Jungkook. - Pegou o papel, colocando-o sobre a madeira e então pegou uma caneta, anotando algo na mesma. Ergo um pouco o rosto, afim de bisbilhotar o que era, e então, logo descubro: Minha ficha. - Quer conversar sobre?

- Antes, posso saber que tipo de boatos foram estes? - Cruzou os braços. Se tinha algo que eu odiava imensamente, eram boatos, ou melhor dizendo, fofocas. Ainda mais se estas eram sobre mim.

- Algo sobre você e seu companheiro de cela estarem juntos... Sobre certa atração física. E também, sobre você ter citado uma das irmandades aqui, além de quase se meter numa confusão com Do Kyungsoo no horário de banho. - Disse tranquilo, me olhando nos olhos. Como ele sabia de tudo aquilo? - Era muito próximo de Kim Seokjin? - Mudou bruscamente de assunto. Apenas assinto, engolindo seco, e abaixando o olhar minimamente. - Como está lidando com a ausência dele aqui?

- Não sei.... Acho que me sinto sozinho, às vezes. - Falo sincero, suspirando.

-E acha que está depositando a ausência de Seokjin, em seu colega de cela? - Arqueio a sobrancelha, completamente, indignado.

- É tão difícil assim acreditar que eu me sinto atraído por ele? - Questiono com certo deboche.

Yoongi apoiou os braços sobre a mesa, franzindo o cenho. Ele me analisava, sentia aquilo, como se ele pudesse ler meus pensamentos. Mordo o lábio inferior, não querendo me deixar ser intimidado por aquele par de olhos pequenos. Concentre-se, Jimin, concentre-se.

- Jungkook é um extremo manipular, detento. Ele mente, é calculista, e extremamente egocêntrico. Se eu pudesse escolher uma palavra para descreve-lo, seria psicopata. Ele te seduz com belas palavras e atitudes, mas, ele vai partir seu coração, assim que você passe a não ser mais conveniente para ele. - Falou tudo pausadamente, como se aquela resposta já estivesse pronta em sua mente. - E, como você é tolo e ingênuo, não vai me escutar, provavelmente.... Mas, falando como um amigo, e não como conselheiro, eu realmente lhe peço: Tome cuidado, Jimin. Não sabe com quem está se metendo.

Eu poderia simplesmente ignorar tudo aquilo falado por meu psicólogo, se simplesmente, ele não tivesse me chamado de "tolo e ingênuo".

- Assim como dizia meu estimado William Shakespeare... "Um tolo sempre acha que é sábio". - Falo com a voz serena e tranquila. - E sinceramente, acho que esta frase se encaixa mais para você, senhor Min. Presumo que tudo o que sabe de Jungkook, descobriu através de sua esposa. Não é? - Pergunto, apontando com a cabeça para o porta retratos sob a mesa, o qual abrigava uma foto do homem a minha frente, seu filho e a detetive, Lee Yeji. - Afinal, pelas últimas experiências que tive com ela, percebi o quão manipuladora ela é. Mentirosa, calculista e extremamente egocêntrica. - Repito o que ele disse, sorrindo sínico.

Cela 132 | jjk+pjmOnde as histórias ganham vida. Descobre agora