1

7.1K 369 65
                                    

JHON
1 mês depois.

Um mês sem ela.
Um mês que meu coração sangra sem saber se a garota morta achada era Hanna mesmo.
Mesmo tendo tido a certeza meu coração ainda duvidava.
Eu era um homem louco e torturado pela culpa agora.

No dia que ela sumiu Tayler e eu corremos na praia interna procurando por ela.
E quando decidimos chamar a polícia, acharam o casaco dela e sangue na areia.
Achei que eu nunca mais fosse sentir a dor de perder alguém.
Lino e Tayler tiveram que me segurar pra eu não desabar.
Senti que a areia ia me engolir.

Era o sangue de Hanna.
A roupa dela rasgada jogada lá.
O psicopata tinha achado e levado ela.

Acionei todos os policiais e meus seguranças foram instruídos por kent pra fazer uma varredura em cada buraco de Seattle.
Passei uma semana inteira ligando pra hospitais, indo em becos sujos, procurando por qualquer rastro de Dain e Hanna.
Nenhum sinal.
Eu ainda tinha esperanças.

Mais uma semana se passou e a polícia achou um corpo.
Em uma estrada deserta.
Senti meu coração afundar em cada passo que dei até a lona preta no chão.
Senti meu cérebro parar assim que vi o vestido de Hanna, sujo, ensaguentado, o corpo já estava em decomposição e o rosto estava desfigurado.
Os cabelos vermelhos sujos de lama.
Eu mal consegui andar ou falar pelo resto do mês inteiro.
Tive sonhos estranhos. E a sensação de vazio e ódio tomou conta de mim.
Ela morreu por descuido meu.

- Você tem que levantar filho... Não pode continuar assim. Já se passou um mês. Não sei mais o que fazer com você. - Minha mãe e Meg não me deixaram sozinho um minuto, mais isso não ajudava.

Virei pro outro lado da cama vendo Meg abrir as cortinas.

- Eu trouxe uma sopinha querido. - Meg disse parando espero da minha mãe que estava parada ali abraçando o próprio corpo pálido.

- Eu não quero. Podem fechar as cortinas também.

- Tudo bem. Mais tarde a gente volta. - Mamãe disse se apresando em fechar as cortinas outra vez.

Quando as duas saíram eu sentei na cama.

- Hanna... - Sussurrei pra mim mesmo.
Só a pronúncia do nome dela já me deixava destruído.
Eu estava destruído.

A última coisa que eu disse pra ela foi pra ela me esquecer.
Eu era um idiota desgraçado.

Já era noite e eu nem mesmo mudei de posição.
O quarto escuro estava igual a mim.
Escuro e vazio.

- Ei cara... Que tal uma saída? Vamos tomar umas e você vai se sentir melhor garanto. - Lino disse parado na porta batucando a madeira com os dedos.

- Não... Valeu. - Respondi rouco.

- Ah você vem sim. Coloca essa roupa e toma um banho. Quando foi a última vez que tomou um? - Ele jogou as roupas em mim.

- me deixa em paz Lino. - Joguei as roupas de volta nele .

- Não. Você não foi o culpado da desgraça que aconteceu com aquela menina. E se continuar assim você vai se perder e ao contrário do jeito que você ficou quando sua mulher morreu, dessa vez... Nem eu e nem ninguém sabe o que fazer. - ele disse parado na minha frente.

- Foi culpa minha... Isso tá me matando. - Deixei as palavras saírem em um fio de voz.

- Não... Ei... Foi culpa daquele doente. Você só ajudou e acolheu ela. Você amou ela Jhon.

- Eu sinto falta dela... Lino... Eu sinto falta dela. - Chorei sendo abraçado pelo meu irmão.
Eu sentia falta dela.
Sentia que ia morrer sem ela.
Então eu chorei.
Desabei.
Era o que eu vinha fazendo... Desabando.

- Eu sei mano... Eu sei.

De volta a Jaula Where stories live. Discover now