TAYLER
Sabe a sensação de estar anestesiado? Ou, meio bêbado demais pra sentir algo?
Eu estava assim a um mês inteiro. Não muito diferente do meu pai e do resto das pessoas que amavam Hanna.
Até a casa ficou escura e sem cor sem ela lá.- Já chega! Você tem que levantar da droga desse sofá, você tá fedendo Tayler! - Lion quase gritou colocando as mãos na cintura dramático como sempre.
- Tem cerveja na geladeira... E a festa de hoje você que manda. Eu só... Preciso dormir um pouco. - Balbuciei virando as costas pra ele.
- Ta maluco se acha que vou te deixar dá outra festa insana como vem fazendo a droga de um mês... Olha pra esse lugar! - A voz dele aumentou e eu quis jogar um copo nele.
Eu vinha vivendo de álcool e festas idiotas com pessoas que eu nem conhecia... Eu apagava e só acordava pra beber mais, estava funcionando pra mim.
- Você é muito chato Lion...
- E você é fraco. Hanna ia odiar te ver nesse estado, ela ia odiar ver a casa assim... Ia odiar ver que você tá se tornando um bêbado que tá estragando a vida. - Não me mexi.
Só a pronúncia do nome dela parecia que me rasgava.
HANNA...- Levanta... Vamos tomar um banho. - Ele se aproximou e eu me virei pra ele.
- Isso... Dói pra cacete. - Bufei sentando colocando a mão no coração que tinha morrido junto com a garota de cabelos vermelhos que eu estava apaixonado.
- Eu sei... Eu sei amigo. Mais o que mais a gente pode fazer? Em? Você não pode se entregar assim. Seu tio veio aqui, seu pai precisa de você... Meg e o resto do pessoal estão preocupados, você não aparece tem quase um mês.
- Não consigo ir até lá... Ela tá em todo lugar Lion... Não me faz ir até lá. Não posso, ainda não. - Senti as lágrimas vindo e então Lion me abraçou.
O meu amigo era o cara mais legal e maluco do mundo.
Me deu banho e cuidou da minha ressaca.
Minutos depois ele me enfiou em um carro onde tio Lino e meu pai estavam .Meu pai encolhido em um canto, ele estava ali tão obrigado quanto eu.
- Finalmente. Agora vamos encher a cara menino! Vocês precisam respirar um pouco. - Tio Lino disse batucando os dedos no volante.
- Pai... - Suspirei olhando pro homem abatido que abriu os braços pra mim.
Ele usava boné pra esconder o cabelo grande, roupas largas e a barba pra fazer deixaram ele mais velho.- Desculpa não ter ido ver você pai... Eu só... Não consegui ir até lá ainda. - Abracei ele sentindo o cheiro familiar de casa.
- Tudo bem querido. Tudo bem. Vai no seu tempo. - Ele disse rouco.
Estava sofrendo tanto quanto eu.
Até mais se duvidar.Fomos até o bar preferido de tio Lino.
O bar que ele e papai vinham sempre antes do meu pai casar, depois vínhamos nois três até meu pai se afundar em trabalho e o tio se formar em medicina.
Aí eu fui embora e a gente parou com o ritual.O lugar com luzes vermelhas era tranquilo e não mudou quase nada.
- Amei isso aqui... Uau! Vou pegar as bebidas meninos. - Lion disse animado indo até o balcão.
- Ok... Hoje vocês só vão beber e rir um pouco tá? Eu sei que é difícil... É complicado eu sei... Mais hoje, vamos esquecer um pouco ok? Por mim, eu preciso de vocês. - Tio Lino abriu um sorriso nervoso e tirou do bolso uma caixinha vermelha.
- Vai pedir ela em casamento?! - Meu pai bateu palmas cobrindo a boca.
- Sim... Sim. - Tio Lino e a namorada formavam um belo casal, era a felicidade dele e eu fiquei feliz por ele querer dividir.
- Parabéns tio... E que bom gosto viu. - Abracei ele que bateu nas minhas costas animado.
- Finalmente você vai começar uma família. Isso é muito raro irmão, no mundo de hoje encontrar alguém pra dividir a vida é muito raro. Parabéns. - Meu pai abraçou o irmão e bebemos.
Bebemos a noite inteira e tivemos que ser carregados pra casa.Tio Lino e papai foram de táxi e eu Lino também , cada dupla pra um lado.
- Não vai ficar babaca? - Perguntei vendo Lion pegar a bolsa na mesa .
- Tem um boy me esperando agora mesmo em casa ... Amanhã pra gente arruma essa bagunça. - Ele disse indo até a porta.
- Ei... Obrigada por hoje. - Falei me jogando no sofá.
- Desculpa ter chamado você de fraco. Eu sou um cuzao as vezes. - Ele disse batendo a porta.
Tirei a camisa jogando ela em algum lugar no lixo que estava a casa e me arrumei no sofá achando que ia dormir quando bateram na porta.
Levantei arrastando os pés, Lion era mesmo um cuzao, o que era agora?
- Oi... - A voz feminina que eu mal reconheci me fez piscar algumas vezes.
- Eu... Conheço você ? - Perguntei.
- Não... É... Eu só... Vim agradecer por aquele dia, prazer eu sou a menina que você ajudou na praia aquele dia lembra? Você me deixou dormir aqui... Eu nem pude agradecer porque...
- Ok... Ok... Tá de boa, você não parecia bem, mais você parece bem agora... Então, tá de boa. - Eu não estava falando nada com nada cara.
Ela parecia bem mesmo agora.
Em um vestido cinza colado e uma jaqueta curta por cima ela era alta e magra com cabelos negros bem arrumados.
Não parecia a garota machucada e suja da praia.Ficamos alguns minutos parados na porta nos encarando.
- Então... Não vai me convidar pra entrar? - Ela deu um sorrisinho de lado.
- É que não é uma boa hora... Eu tô meio bêbado e a casa tá uma zona... E você parece muito bonita agora... E...
- Ok... Você é uma graça bebado. Relaxa eu só... Quero uma água . - Ela disse.
Me achava uma graça?
O que? Eu estava destruído.- Uma água, tá bom. Entra aí. - Falei e ela entrou fechando a porta.
observei ela pegar água na geladeira como se já tivesse feito aquilo antes. E ela devia mesmo, pelo que me lembro ela ficou um dia inteiro na casa e eu sumi.
- Não vai perguntar? - Ela me olhou encostando no balcão quebrando o silêncio.
- O que? - O álcool me deixava lerdo.
- O porque eu estava desmaiada na praia aquele dia.
- Ah... Não... Não tenho nada haver. E você já deve ter resolvido isso. - Falei sentando no sofá sentindo os olhos arderem.
- Você não se importa mesmo?
- Você parecia machucada... Tá tudo bem? - Perguntei procurando por machucados no corpo dela lembrando do corpo marcado de Hanna.
- Tá tudo bem agora, eu meti o pé na bunda do babaca que me machucava. - Ela confessou e pegando uma sacola começou a catar as latas no chão.
- Você não precisa fazer isso... - pedi mais ela nem ligou.
- Obrigada por aquele dia Tayler. - Ela falou meu nome e eu encarei ela.
- Como sabe meu nome?
- Eu meio que stalkeei você pra poder te agradecer. - Ela riu e eu também.
Encostei a cabeça no sofá sentindo o cansaço me invadir.
- Eu sou a Íris. - E essa foi a última coisa que ouvi antes de apagar completamente no sofá da sala com a garota chamada íris, e com Hanna na cabeça.
Quando as coisas iam melhorar?
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De volta a Jaula
RomanceEssa é a continuação da história de Hanna, Jhon e Tayler. Depois de ter sido levada de volta pro inferno por Dain, Hanna se vê mais corajosa que nunca, mais o que ela não contava era que seria enjaulada de novo, dessa vez pior, dessa com Dain.