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HANNA

Abri meus olhos e vi ele....
Lá estava o homem que me salvou.
Ele me salvou de todas as maneiras que alguém pode ser salvo.
Lá na floresta, me levando pra casa dele sem me conhecer , na praia, e agora... Ficando aqui ele estava me salvando e nem sabia.
Jhon sabia que eu tinha tentado morrer. E mesmo assim ficou aqui.
Eu ia deixar ele, ia deixar todos e mesmo assim ele estava aqui.

Fiquei calada observando ele dormir do meu lado na pequena cama de hospital.

Lino entrou e eu fiz sinal pra ele não acordar ele e com um sorriso Lino saiu devagarinho.

Suspirei duas vezes e levantei sentindo todos os meus ossos doerem.
Me cobri com o casaco pesado dele.
Toquei no meu rosto indo até o banheiro.
Eu quase morri mesmo.
E eu quis isso, foi a primeira que tomei uma decisão idiota.
Era a minha vida. E eu fui irresponsável, deixei pessoas preocupadas.

- Hanna! Hanna! - O som de Jhon chamando meu nome me fez virar pra porta.

Olhos assustados e mãos tremendo Jhon abriu a boca pra falar, mais não saiu nenhum som.
Ele ficou ali parado, só me olhando.

- Me desculpa... - Suspirei abaixando os braços me rendendo ao cansaço e antes que eu caísse de joelhos ele correu até mim me pegando no colo com facilidade.

- Não pede desculpas. Você não tem culpa de nada. Eu coloquei você nisso, eu te amo, eu te amo e eu prometo que já tá tudo resolvido, você vai voltar pra casa vai ficar bem. - Ele parecia seguro e desesperado.

- Tô exausta. Exausta de te ver dividido. Você é bom... E não deveria ficar triste. Eu te deixo triste...

- Não garota! Você é minha luz Hanna. Eu sou feliz por ter você. Eu sou feliz porque encontrei você. Hanna eu não estou dividido, a minha mãe, ela tá voltando pra serra. Acabou. Estamos bem. - ele falou me cobrindo.

- Não briga mais com ninguém por minha causa.

- Por incrível que pareça dessa vez não teve briga, nem com ela, nem o Tayler. Estamos bem. - Jhon afirmou e logo depois a porta abriu devagar.

- Tayler... - Falei sentando com a ajuda de Jhon.

- Oi feia. Que bom que você tá viva... - Ele sorriu pra mim.

Ele estava mesmo sorrindo pra mim ou eu ainda estava com febre?

- Você deu o maior susto nesse cara aqui. - Ele apertou o ombro do pai que passou o braço em volta dele contente.
Algo tinha mudado.
Algo mudou no meio tempo em que estive quase morta.
Os dois estavam sorrindo. Sem briga e sem climao eu estava mesmo viva?

- Eu sei... Eu... Sinto muito. - Sussurrei com vergonha.

- A gente tem uma surpresa pra você . - Tayler disse e abrindo a porta do quarto.

Lion, Lino a namorada dele, Meg,  kent e Joana, e até íris e nina entraram segurando balões vermelhos.

" Bem vinda de volta Hanna" estava escrito assim nos balões e eu caí no choro.

Eu era amada e cheguei a achar que não, e quase acabei com tudo isso.

- Você é querida Hanna. Você é amada e muito, muito importante na vida de cada um aqui. - Meg disse e foi me beijar enxugando meus olhos.

- Meg... Me desculpa. - Falei no ouvido dela que beijou minha testa.

- O que importa é que você tá bem agora. Vamos levar você pra casa.

Concordei com a cabeça me animando.

- Temos outra surpresa... Mais essa só depois garota do cabelo vermelho. - Lino beijou minha mão animado e amarrou o balão na minha cama.

Nina e iris também amarraram os balões e riram pra mim de longe. Eu sabia que elas não gostavam muito de mim, mais elas amavam Tayler, só por isso eu já gostava delas.

- Minha aprendiz, bem vinda. - Joana beijou minha testa chorando.

- Sem chororó mulher... Hanna, você é a garota mais forte que conheço. Estou aos seus serviços. - Kent disse todo atrapalhado com o balão.l me fazendo rir.

- Vocês são incríveis... Obrigada. - Gaguejei e fui paparicada por todos até Lino expulsar todo mundo minutos depois.


Eu estava me arrumando pra ir no dia seguinte enquanto Jhon foi na cantina pegar um refrigerante.

- Eu posso? - A voz da mãe  dele me deixou alarmada.
Achei que ela tinha ido embora.

- Sim... - Suspirei parando a arrumação

A senhora vestida em roupas brancas com um casaco bege, arrumou a bolsa do lado e ficou a alguns metros de mim.

- Olha... Eu adotei Jhon e Lino quando eles eram muito pequenos. Eles dois sofreram muito. O Jhon principalmente, ele só tinha sete anos quando precisou cuidar do irmão, eles fugiram de polícia e de conselhos tutelares. O meu filho, ele tem um coração grande demais e assim que eu coloquei os olhos nele eu soube que era meu, que eram meus. Então... Hanna. Eu não posso afastar vocês, não sei como achei que poderia sou uma boba.

Ela parou um pouco e enxugou as lágrimas com um lenço.

- Ele quer você. Ele nunca quis tanto alguém. E eu vi meu filho me olhar com desprezo, achei que ia perder ele e ele achou que ia perder você. Obrigada por não morrer. Obrigada por devolver o sorriso dele. E me perdoa por achar que estava defendendo ele e acabei quase destruindo tudo. - Ela chegou mais perto até ficar na minha frente.

A senhora cheia de mágoas e com o coração ferido pegou minha mão e acariciou sem dizer nada.

- Eu amo ele... - Foi a única coisa que eu disse.

- Então é o suficiente. É o suficiente. - E então ela abriu os braços pra mim e eu me aninhei ali como já tivesse feito aquilo várias vezes, ela era aquente e aconchegante, como deveria ser uma mãe.
Fiquei imaginando se minha mãe seria assim, e como seria abraçar ela.
Jhon tinha sorte por ter sido escolhido por essa senhora, ela defendia o filho e amava amais do que qualquer coisa, dava pra sentir só de olhar.

- Mamãe? - Ela se afastou de mim assim que Jhon entrou.

Nós duas limpamos o rosto molhado e ela riu de lado pra mim indo até ele.

- Você não ia pra serra hoje? Eu achei que...

- Eu tô de saída. Mais não poderia ir deixando pontas soltas, eu odeio pontas soltas. - Ela beijou a testa dele e Sussurrou algo no seu ouvido fazendo ele rir e os olhos brilharam olhando pra mim.

- Até mais Hanna. -  Ela acenou ainda chorando e sumiu fechando a porta

- Tudo bem pequena? - Ele perguntou andando até mim.

A visão mais linda do mundo era Jhon andando com aquele sorriso pra mim.

- Sim... Ela foi gentil.

- O que ela disse?

- pediu desculpas e agradeceu. - Falei apenas.

- O que ela disse? - Perguntei e ele riu chegando mais perto e me abraçando falou no meu ouvido.

- Ela disse que volta pro casamento. - Ele riu e beijou minha orelha se afastando.

- Casamento? O que?

- Sim. Eu não consigo esperar mais nenhum segundo. Tem umas surpresa pra você em casa, eu quero afazer uma coisa bonita, porque é isso que você merece Hanna, coisas bonitas, todas as coisas bonitas do mundo. Mais eu não consigo esperar... - E se ajoelhando na minha frente, na sala do hospital que quase morri Jhon abriu uma caixinha preta mostrando o anel mais lindo que já vi.

- Jhon...

- Casa comigo Hanna. Deixa eu te da meu sobrenome, e fazer Você rir todo dia, me dá o prazer de ver você cantarolar músicas estranhas pela manhã, sentir seu cheiro pela casa, Você quer   dividir seus dias com comigo? Aceita ficar velhinha comigo? - Eu já estava derretendo de tanto chorar.

Engoli o nó na garganta e me ajoelhei junto com ele beijando suas mãos.

- Eu não imagino uma vida sem você. Claro que aceito. - Falei rindo.

Nunca senti tanta felicidade na vida.

De volta a Jaula Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora