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DAIN

Planejar a morte falsa de Hanna foi muito fácil.
Aquele riquinho de merda que desenhava jóias acreditou em tudo e quase se borrou nas calças quando viu o corpo ferrado que eu arrumei.
O filhinho dele e toda a família que Hanna tanto ama fizeram até um enterro de mentirinha pra ela.
Procuraram por ela em todos os buracos, e quando eu vi que estava chegando em mim, tive que mexer meus pauzinhos.
Um amigo de Chicago fez todo o serviço sujo pra mim e só sujei as mãos pra carregar o corpo da garota desconhecida até a estrada, o resto foi com a polícia inútil de Seattle e claro do reconhecimento do otário do cara chamado Jhon.
Fácil.
Fácil.

Hanna estava morta pra eles, e agora ela estava livre pra mim.

- Tudo certo pra mudança senhor? - Hardin meu empregado de confiança, o mesmo que fazia as sujeiras pra mim perguntou parando na porta do meu escritório.

- Sim... Só preciso de algemas e remédio pra derrubar um cavalo. - Dei as ordens e ele saiu.

Estava tudo certo pra mudar de volta pra Chicago, mesmo sem ninguém atrás de Hanna, eu sabia que ainda estavam atrás de mim.

Terminei o último relatório e coloquei o avental indo até o quarto dela.
Eu sentia falta de colocar os olhos naquela pele branca, sentia falta de ouvir Hanna gritar por ajuda, o vazio no meu peito sumia quando eu estava com ela.

Entrei no quarto ligando a luz procurando por ela.

- Não vai se esconder de mim não é... Eu te alimentei bem ontem. Qual é Hanna. - Peguei meus pincéis e as telas fechando a porta.

Hanna estava de baixo da cama que ela mal usava.
Ela achava que podia se esconder de mim.

- Quero que sente ali... E olhe pra mim. Quero pintar você.  - Ordenei sentando no pequeno banco que eu deixava ali e peguei no bolso minha garrafa com o álcool mais caro e forte dessa droga de cidade tomando dois longos goles.

Hanna não se mexeu.
Ela estava arredia. Isso me deixava nervoso.
Ela gostava de mim antes.
Eu era o mesmo. Só mudamos de cenário.
Eu ia fazer ela gostar de mim de novo, isso era uma meta.

Caminhei até perto dela e puxei a correntes com força ouvindo os gritos dela.

- Ali... Tira esse vestido e senta Ali. - Pedi segurando firme o rosto dela que cuspiu na minha cara.

- Você é louco! Louco me solta! - Ela gritou e eu bati no rosto dela me arrependendo em seguida.

- Desculpa, desculpa... Olha o que você me faz fazer droga. - tentei apesar a mão no rosto dela que sangrava mais ela se afastou se encolhendo no canto da parede.

- Eu odeio você... Odeio você! - ela Sussurrou cheia de raiva.

- ah Hanna... Logo logo vamos sair desse lugar, você vai ter um quarto novo e coisas novas, essa cidade não te fez bem meu amor. - tirei os cabelos dela do rosto e me afastei.

- Vamos sair da cidade? - ela quis saber curiosa olhando pro chão.

- Sim... O que acha de voltar pra Chicago? Vou te dá uma jaula novinha. - Gargalhei fazendo ela tremer.

- Dain não... por favor...

- Você quer ficar porque acha que vão achar você ? Ah Hanna... Eles não vão. Ninguém liga pra você, só eu. - Bebi mais dois goles e me preparei pra pintar minha musa.

Passei a tarde pintando Hanna.
Era tudo que eu sempre quis.
A vida perfeita.
Só precisávamos voltar pra Chicago.
Eu tinha dívidas pra acertar com o velho porco pai de Hanna que esperava a gente lá.

De volta a Jaula Donde viven las historias. Descúbrelo ahora