Capítulo 05

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   Thomaz aconchegou Emma em seus braços e ambos moveram-se assim que a música se iniciou. Para ele era engraçado que mesmo com os instrumentos tocando em um volume considerável ainda assim podiam ouvir os cochichos a sua volta.
Aproximou-se ainda mais de Emma e discretamente lhe disse. — Acho que causamos um pequeno escândalo.

— Com certeza demos pano pra manga. As puritanas de Marselha terão assunto por pelo menos, até o próximo baile. - Respondeu sorrindo.

— Ou seja, semana que vem. - Thomaz Complementou.

Até mesmo para os pais de Emma aquilo era surpreendente. Ela estava dançando com um homem por livre e espontânea vontade e sorrindo.

— Sabia disso? - Marie perguntou ao marido que os observava com um misto de felicidade e medo.

— Não. Está preocupada? - Antonie questionou.

— Não acho que posso chamar de preocupação. Estou tentando entender como algo assim é  possível.

— Nossa Emma é uma caixinha de surpresas. Já deveria estar acostumada.

Enquanto ambos se mantinham alheios ao falatório, num dos cantos Lola os observava com uma certa reprovação. Estava tão concentrada  neles que nem percebeu a aproximação de Peter.

— Sua irmã não tem o direito de me rejeitar assim. - O cheiro de whisky vindo dele invadiu as narinas da jovem que imediatamente torceu o nariz.

— Talvez se não a importunasse tanto ao longo dos anos teria uma chance. Com todo o respeito, o senhor fede a destilado, Com licença.

O impacto do ato dos dois sem dúvida alguma tinha sido maior nos pais de Thomaz. Lorrence travou o maxilar ao ver com quem o filho dançava.

— Ele só  pode estar fazendo isso para me provocar Edithe. - Reclamou.

— Creio que ele nem tenha nos visto aqui. Não desejava que ele se envolvesse com alguém?! Aí está! Me parece bem interessado.

— De todas as jovens tinha que ser logo a filha do tolo. É  um disparate.

Edithe  escolheu se calar. Sabia que argumentar com o marido seria inútil.

    Alheios a tudo, ambos não queriam admitir, mas estavam se divertindo juntos. Thomaz deslizou a destra pelas costas de Emma e o toque lhe causou uma sensação que a jovem jamais tinha experimentado. Isso se seguiu de um arrepio que ela julgou estranho e até desconfortável por alguns segundos.

— Sua mão está gelada Thomaz. Por acaso está com medo de mim? - Perguntou em tom de brincadeira, na intenção de amenizar o momento.

— Estou com a jovem mais polêmica e desejada de toda Marselha e sob o olhar atento de cada mãe presente aqui. Acho que tenho o direito de me sentir um pouco sufocado com a situação. - Emma ficou mais tranquila ao perceber que não era a única a vivenciar algo novo.

Emma ajeito sua mão esquerda na nuca de Thomaz de forma delicada e seu ato o fez deixar escapar um pequeno suspiro. Sentiu como se pequenas doses de adrenalina estivessem sendo injetadas em seu ser.

Quando a música acabou ambos se olharam e sorriram. Tanto Emma como Thomaz sabiam que o que tinham acabado de fazer de alguma forma mudaria tudo. Era uma sensação latente que insistia em crescer.

— Acredito que se te deixar sozinha agora será atacada a julgar pelos olhares de cada homem em idade de contrair casamento.

— Digo o mesmo Thomaz. As mães estão lhe olhando como se precisam me remover de perto de você o mais rápido possível.

Além Da EternidadeWhere stories live. Discover now