Capitulo 20

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    Emma estava inquieta. Desde a hora que chegou em casa não fez outra coisa a não ser manter Thomaz em seus pensamentos. E mesmo com toda a insistência de Margareth em dizer que provavelmente era coisa de sua cabeça e que deveria se manter ocupada, a sensação ruim não a deixava. Ainda sentada no banco que ficava embaixo da imponente janela, Emma pode ouvir o bufar que sua empregada dera ao adentrar a sala

— Ainda sentada aí? Não comeu ou bebeu nada desde que chegou. Vai acabar adoecendo. - Disse a Mulher com as mãos na cintura. — Ande, levante-se que tenho uma surpresa.

— Preciso mesmo? - Resmungou Emma que acabou aceitando e fez como Margareth pediu, a seguindo até o jardim.

    A mulher se aproximou do imponente cavalo de pelagem escura que curiosamente tinha uma indicação marca branca na testa que lembrava muito uma meia lua. Acariciou suas crianas.

— Achei que ia gostar de cavalgar um pouco. Faz tempo que desde a última vez. - Disse lhe estendendo as cordas.

— Meu cavalo favorito! Lune. - Emma disse lhe fazendo carinho. Logo em seguida ajeitou seu vestido e subiu no cavalo e partiu por suas terras durante o fim de tarde.

   Ela estava desfrutando a brisa fresca e a beleza do pôr do sol quando percebeu que havia chegado à casa de sua mãe. Emma ficou surpresa, mas feliz em ve-lá e desmontou de Lune para cumprimentá-la. Marie lhe deu im sorriso gentil, mas ao olhar melhor para os olhos da filha ficou visivelmente preocupada e nervosa, o que deixou Emma desconfortável.

— O que foi? - Emma questionou.

— Eu que pergunto isso. Consigo ver em seus olhos que algo não está certo.

— Eu não consigo parar de pensar no Thomaz. Sinto como se algo ruim tivesse acontecido com ele.

— Minha querida, não fique pensando em coisas ruins. O Thomaz é um homem forte e corajoso.

— Eu sei, mas eu sinto que algo não está certo. Ele não deveria estar demorando tanto para voltar. - Marie observou a filha por alguns segundos e algo dentro de si gritava para que também ficasse alerta.

— Talvez as coisas no porto estejam ruins ou ele tenha tido algum compromisso inesperado. Mas não se preocupe, querida. Ele vai voltar para casa em breve, são e salvo.

— Espero que sim. Mas eu sinto como se algo tivesse acontecido.

— Por que não entra e janta conosco?

— Mamãe eu agradeço, mas preciso mesmo voltar. Podemos vir neste fim de semana quem sabe?

— Você e sua pressa sem fim. Muito bem, que seja assim então. Vá com cuidado. - Marie da um longo abraço na filha e assim a vê oartir.

   Quando chegou em casa Emma passa um bom tempo sentada na soleira da janela da sala do casarão francês, que era muito elegante e decorado com móveis de pesados e pinturas de paisagens bucólicas. A janela dava para o portão da frente, de onde ela podia ver Thomaz chegando. Esperou com o coração apertado. A brisa que atingia seus longos cabelo eram como um presságio que ela não queria ter.

   Quando finalmente o vê, corre para a porta. E quando a abre fica chocada ao vê-lo machucado.

— O que aconteceu com você, Thomaz?

— Tive uma briga com dois sujeito que estava te insultando no pub da rua principal. Eram funcionários de seu pai.

   Thomaz apresentava dois cortes profundos que sangrava bastante. Um na sobrancelha e o segundo bem em cima do nariz.

— Você não deveria ter se metido em uma briga assim! Ainda mais pra me defender. - Mesmo chateada, Emma o ajudou a entrar e subir as escadas lentamente.

Além Da EternidadeWhere stories live. Discover now