6 - A Missão de Draco Malfoy

807 160 201
                                    

O Lord das Trevas te indicou para uma tarefa que os comensais estão se coçando para roubar de você.

⊱⋅ ──────────── ⋅⊰

DRACO MALFOY

Draco ficou sozinho em uma cabine durante a viagem de volta para Londres.

Não queria ter que fornecer explicações para nenhum de seus colegas. Não queria nada além de silêncio para pensar. Seu pai devia estar em uma cela cercado por dementadores agora, revivendo seus piores medos, o que obviamente incluía a ruína da família Malfoy, um cenário que estava bem próximo da realidade, a considerar o erro colossal que seu pai cometera no Departamento de Mistérios.

Pela décima vez, Draco abriu o jornal na página que mostrava Lúcio Malfoy preso em correntes e vestindo roupas listradas, depois de ser julgado e condenado em Azkaban por se aliar às Artes das Trevas e a Você-Sabe-Quem. O garoto dobrou o jornal, voltando à primeira página. Sirius Black estava radiante ao lado de Olívia e de Harry Potter, após ser declarado inocente.

Draco pousou os olhos em Olívia. Ele falara com ela na noite em que a garota estava voltando do julgamento de Sirius. Para sua surpresa, "Se você precisar de alguma coisa, eu ainda estou aqui." foi o que ela disse, quando o garoto na verdade só esperava mais ofensas. Foi nessa noite que se deu conta do quão realmente disfuncional seria o relacionamento dos dois se eles ainda estivessem juntos. Porque, quando Draco pôs os olhos em Olívia, a primeira coisa em que pensou não foi "Estou feliz que você esteja viva", e sim "Precisava ter ajudado a colocar meu pai na prisão?"

Ele sabia que era completamente injusto. Olívia provavelmente só estava tentando sobreviver, como sempre fizera e como sempre faria. Mas uma parte muito grande dele estava furiosa, porque o inferno pelo qual sua família estava prestes a passar poderia ter sido evitado se seu pai não tivesse sido impedido de sair do Ministério a tempo. Além disso, ele tinha certeza de que Olívia estava tão contente com a prisão de Lúcio Malfoy quanto a maior parte da Grã-Bretanha.

— Ei! — Ele virou a cabeça. Audrey abrira a porta da cabine e agora sorria para ele. — Presente de aniversário atrasado.

Ela jogou para ele um saquinho de varinhas de alcaçuz. Draco não entendeu, seu aniversário de dezesseis anos havia sido há semanas.

— Sinto muito pelo seu pai. — Ela disse, sem graça. Então ele entendeu que o saquinho de doces não era necessariamente pelo seu aniversário, mas sim porque ela queria uma desculpa para falar com ele. — Pode escrever para mim se você precisar, okay?

Que ano estranho. Meses atrás, ele estava na casa de Audrey chamando-a de fraca e de decepção e agora, no entanto... ali estava ela, sendo gentil com ele em meio à maior catástrofe da sua vida.

— Ouvi que foi você quem derrotou Dolohov num duelo. — Draco pensou em dizer. — Antes de ele ser mandado para Azkaban.

Audrey ficou levemente vermelha antes de sorrir orgulhosamente.

— Boa, Parker. — Ele disse.

— Obrigada. — Ela falou, rindo. — Te vejo em Setembro.

Quando o trem parou, Draco foi um dos últimos a descer na estação de King's Cross. A maior parte dos alunos já devia ter ido embora quando ele ultrapassou a barreira da plataforma 9¾. Continuou andando até estar do lado de fora da estação. Foram quinze minutos até chegar na ruela fria e suja onde fora avisado que deveria estar àquela hora. Afinal, comensais da morte não podiam ser vistos. Ainda.

OLÍVIA POTTER [6]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora