capítulo 33

435 55 12
                                    

Batalha final...

Existe momentos em sua vida em que tudo para. Sua voz para, seu corpo para, sua mente para, o tempo para.

É como se nada realmente existisse, como se o espaço tempo não fosse real e você fosse apenas uma existência sem sentido, pouco pensa, pouco existe.

Descartes dizia "penso, logo existo", poderia ele continuar existindo mesmo sem poder pensar? Conseguir viver sem sua mente funcionando de forma clara?

Não, talvez não.

Ele não poderia existir sem pensar.

Tom Ridlle era um ser pensante, sua existência se dava pelo fato de poder pensar e ter conciencia da própria vida, e agora, parado em estado de choque, a última coisa que queria poder fazer é pensar.

Não pensar em sua vida, não, sua vida naquele momento não lhe era importante, mas sim pensar na vida de Harry, ou então a que lhe foi tirada.

Não era costumeiro para si travar daquela forma, parecer uma estátua enquanto as coisas aconteciam ao seu redor, sempre se movimentou e observou. Mas agora nem ao menos observar ele conseguia fazer.

Era estranho, aquela dor, um tanto quanto dormente. Ela foi esquecida por si a anos, mas a sentir novamente era estranho.

A dor não fala, a dor não ouve, ela existe.

E naquele momento, naquele maldito momento, ela existia como um grande iceberg em seu peito. Um peso excruciante  lhe apertava e ele não conseguia respirar.

Afogado.

Se sentia afogar em seus sentimentos.

Ele então voltou seu olhar para o garoto morto aos seus pés. Morto, sem vida, não mais existia uma luz sobre seu coração o carregando a vida e magia.

Morto.

Penso, logo existo, não é mesmo?

Harry estaria agora não existindo mais?

Uma existência realmente se baseia por ser um ser pensante?

Harry era mais que isso.

Ele fez de sua vida um novo amanhã, uma porta dentro de uma casa onde só existiam janelas trancadas.

Harry o fez feliz.

Não uma felicidade momentânea, ele o deu algo sobre o qual nunca pensou poder ter novamente, além da felicidade genuína e constante, ele o fez amar.

Ele o amou de uma forma tão simples, como se apenas... Amasse.

Seu príncipe o entendia, sabia lidar com ele independente da situação, sua raiva, sua tristeza, sua ansiedade, sua euforia, Harry lidava com todas as suas faces.

E agora ele estava morto aos seus pés por amar, por o amar.

Ele o matou.

Sua existência causou sua morte.

Tom Marvolo Ridlle matou Harry Potter.

my darknessWhere stories live. Discover now