CAPÍTULO 20

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Lilyana

O tempo aqui poderia passar rápido, ou extremamente lento.

As vezes, eu estava perdendo a noção, e quando me dava conta, já era tarde da noite.

E em momentos como agora, minha mente parecia vagar por horas, mesmo não se passando nenhuma.

Elbereth me enviou Elfas que foram selecionadas com base no que quer que Alice tenha dito.

Ela tinha me instruído a escolher as duas que mais parecessem familiares.

Mas isso era difícil.

Minha cabeça voltava sempre para Rea, e Miliest.

Eu não acreditava que tudo estivesse tão ruim, mas temia que ela não se sentisse bem em passar tanto tempo com nosso pai.

Aerin estava murmurando alguma coisa, mas eu não conseguia escutar, mas acenar em confirmação já estava deixando-a satisfeita.

Ela tem passado o dia comigo, por qualquer que seja o motivo.

Alice também estava comigo, e minha atenção finalmente voltou em foco, quando ela sorriu para mim. Me dizendo que as duas últimas Elfas seriam minhas melhores escolhas.

- Eu juro que você não vai se decepcionar se as escolher.

- E tem que ser duas? - Eu não via necessidade, eu já teria Alice, teriam pessoas demais ao meu redor.

- É oficial, que todas as damas com nomes importantes, tenham Elfas. Duas ou mais.
Elas podem fazer diversos trabalhos para você. - Aerin disse, enquanto meche nas fitas da armadura de couro.

- O que quer dizer?

- Que elas não serão apenas damas, serão vínculos.
Serão leais, e as que você mais deveria confiar.
Elas poderiam matar, espionar, e nada disso vazaria.

- Pelos Deuses, eu não sabia que isso era possível. - Alice parece extremamente chocada, e até mesmo eu estou.

- Então ótimo, Calandriel, e Aredhel serão minhas damas.

______________

As duas Elfas chegaram o mais rápido possível, depois de serem informadas que tinham sido escolhidas.

Agora que tinha toda a minha atenção voltada para esse assunto, percebi que ambas eram gêmeas, com cabelos negros, e olhos cor de âmbar.

Eram figuras incríveis.

Os Elfos podiam ter a pele azul como o céu, mas não essas. O tom da sua pele era de um azul cinzento, deixando seus olhos ainda mais impactantes.

Eu estava fascinada.

Devo ter olhado por muito tempo, pois elas sorriram largamente, e estenderam as mãos.

- Alteza, e um prazer conhecê-la, só sabíamos da senhora por rumores. - Disseram em unisom.

Logo, uma figura emcapuzada apareceu, trazendo consigo uma pequena navalha.

Eu podia sentir meu sangue gelar.

Eu não sabia exatamente nada sobre o vínculo que faria.

Aerin apareceu logo atrás, sua expressão tem segurança, e compaixão.

- Alteza, por favor, me dê sua mão. - disse a figura, com uma voz jovem e doce.

Aerin acenou em confirmação, e eu já estava com as mãos estendidas.

Logo as gêmeas fizeram o mesmo, cada uma estendendo uma mão.

Agora fazia sentindo o motivo pelo qual eu tinha que dar ambas as mãos.

O jovem com o capuz fez um corte na palma das minhas mão, e logo nas gêmeas, nos ordenando que ligassemos as mãos.

Uma leve onda de frio passou pelo meu corpo, nas não parecia ser novidade para ninguém.

Gotas de sangue se juntaram, dividindo entre três linhas, cada uma ligada à uma mão.

E logo tudo tinha acabado, e o corte em minha mão sumido em um piscar de olhos, me deixando apenas com a sensação em mim.

Todos sopraram despedidas, e Alice já não estava mais por perto.

Eu estava sozinha, mas eu me sentia pela primeira vez em muito tempo, a sensação de companhia.

Talvez fosse a lareira acesa, ou o silêncio noturno. Eu não sabia.

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