CAPÍTULO 31

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Lilyana

Aerin me deu calças, e uma camisa de mangas compridas, e me disse para vestir. De início eu não entendi, mas agora faz sentido.
Faz no menimo algumas horas que Arktis e eu saímos do castelo, e entramos em uma floresta aberta, para encontrar um sinal dos deuses.
Ao que parece, não é algo certo, mas não significa que se não encontrarmos deveríamos nos preocupar.
Fizemos algumas paradas para comer e descansar, mas o sol já está se pondo, e quase não trocamos palavras.

- Arktis?

- Sim?

- Acha que encontraremos algum sinal dos deuses?

- Não tenho certeza, depende muito do que consideraremos um sinal.

- E de quem nós estamos esperando um sinal?

Ele olha para mim por um momento, e depois para o céu.

- Já está anoitecendo, e não acho que devemos ir mais além desse ponto. Então podemos acampar aqui, e eu vou te contar sobre a Deusa que deve nos mandar um sinal.

Ele começa a erguer uma barraca, e acender uma fogueira grande o suficiente para nos esquentar.
Quando ele se senta sobre alguns panos, com comida ao seu lado, sua voz surge novamente.

- Venha - ele diz, enquanto acena com a mão.

Eu pretendia me sentar ao seu lado, mas ele me puxa para sentar entre suas pernas, e nos cobre com um cobertor.

- Miriel, a sacerdotisa que nos casou, é guiada por Thaaria, então provavelmente receberemos um sinal dela. Ou por ser noite, talvez seja Limaethiel.

- Eu nunca ouvi esses nomes em nenhum livro de Mitologia, pode me contar mais?

- Claro. Thaaria é chamada de deusa mãe, acreditamos que a natureza e nós fomos criados por ela. É natural que seja ela a mandar bênçãos ao casamento. 

Eu aceno, mostrando que intendi, ele aperta seus braços ao meu redor, afastando o frio.

- Lembra do festival com as lanternas?

- Sim, foi muito bonito.

- O festival é em homenagem a Limaethiel. Ela é uma deusa adorada em grande parte por fêmeas, mas ela também é a deusa da noite, então de certa forma, podemos receber uma bênção dela.

- Eu não fazia ideia de que Deusas assim existiam. - Eu considero por um momento se devo ou não perguntar algo para ele, mas a opção de guardar essa dúvida para mim é dolorosa.

- Arktis... posso perguntar algo?
- Sim, Lily, você pode.

- Acha que isso dará certo?

- Eu não sei, os deuses podem ser imprevisíveis...

- Não, não os deuses. Eu quero dizer nós.

Ele fica em silêncio, e eu me viro, desejando olhar seu rosto.

- Você quer que dê certo? Não acha que as diferenças incomodam? - ele pergunta.

- Eu acho que sim, - respondo com um sussuro - e quanto as diferenças... elas não são o que me incomodam.

Eu vejo um indício de seu sorriso.
Segurando meu rosto com as mãos, ele me olha por um segundo, e eu vejo seus olhos com mais clareza.
Os olhos violeta, que pareciam conter a paz lá dentro.

- Então vamos ter certeza disso quando voltarmos.

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⏰ Last updated: 3 days ago ⏰

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