1- O Patinador

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Olá filhotes! Bora corrigir essa aqui, que era pra eu ter corrigido antes de postar os Lobos de Yiling 🙈

Aos meus catorze anos, eu era uma das promessas mais promissoras no ramo da patinação do gelo. Toda vez que eu me apresentava eu dava o melhor de mim. Eu Esquecia a plateia, esquecia a minha técnica ou que meu pai alfa estava me assistindo, eu apenas bailava no gelo da mesma forma que eu bailava nos ensaios de balé que eu fazia com o meu rigoroso instrutor. O gelo é a minha segunda casa, mas para eu estar nela, eu pagava alguns preços... Eu era obrigado a usar quilos de make no rosto para esconder meu problema grave com espinhas, aquilo era quase crônico... E eu quase sempre evitava sorrir devido aos dentes completamente desalinhados. Mesmo que eu patinasse com graça e leveza e encantasse a todos nas competições, ouvia piadinhas maldosas sobre a minha aparência. Eu sempre as ouvia e aquilo sempre me feria...

Eu sempre sonhei no gelo enquanto patinava: Sonhava em um dia ser reconhecido ao ponto de participar de olimpíadas de inverno, sonhava em ter uma família grande, com três ou quatro filhotinhos e essas eram quase sempre as conversas com meu Baba enquanto voltávamos das competições na moto de neve dele. Sempre que meu mamã não ia, nós íamos na motoneve.

Ele sorria enquanto eu falava de forma mais que animada dos meus sonhos no gelo, mas a imprudência de um tratorista bêbado me fez acordar no hospital uma semana depois da última competição. Meu mamã estava arrasado ao meu lado, uma dor quase lancinante na minha perna esquerda e sem o meu Baba ali.

Eu tive fratura exposta no tornozelo, meu Baba, para me proteger, morreu no acidente, o hospital que eu fui operado tinha poucos recursos e meus sonhos foram sufocados na neve, pois a minha carreira terminou ali.

A partir do acidente eu precisava de uma tala no pé para conseguir andar sem mancar, o que não evitava de me fazer tropeçar nas horas mais inapropriadas... Eu precisava de uma cirurgia corretiva da qual meu mamã não podia pagar, mas o que mais me doeu não foi enterrar meus sonhos, mas o meu amado Baba...

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Ele tinha dezessete anos apenas e colecionava um vasto acervo de medalhas e troféus no seu quarto no orfanato onde havia sido criado. Só precisaria de apenas mais sete meses para sair do lugar e contava com isso. Já tinha seu talento mais que reconhecido por todos da sua nação como patinador. Competia nos rinks desde seus treze anos, e infelizmente, de tudo que ganhava com as competições, o diretor do orfanato, Su She retinha para si uma boa parte e vivia num conforto que Wei Wuxian não tinha. A única coisa que ele havia conseguido para si era um quarto não compartilhado no orfanato e só.

Contava os dias para ter sua independência. Contava os dias para fazer o que bem entendesse com sua própria vida.

Ele fazia as malas na tarde daquele dia. Iria para uma competição em Hong Kong e conferia o que colocava na mala: Suas roupas de apresentação, seus patins, roupas confortáveis para treinar e outras para descanso e acabou derrubando algo no chão e se abaixou para pegar, notando que era a bolsinha branca onde ele guardava seus anticoncepcionais. Ele usava do tipo injetável. Eles pareciam canetas e ele injetava na coxa a cada trinta dias. Ele jogou na mala. Sempre que saía para competir, dava um jeito de dar uma fugidinha com o seu namorado, Wen Chao, seu companheiro de equipe e dava graças aos céus de ser ajudado pelo senhor silêncio, como ele chamava seu assistente pessoal designado pelo seu treinador e melhor amigo, Lan Wangji.

O alfa era muito gentil e cuidadoso com ele, e na maioria das vezes, agia mais como seu segurança do que como seu assistente, evitando que pessoas mal intencionadas o tocasse após as competições. Aliás, foi só pensar no alfa que o celular dele acendeu com a foto dele. Alto e desengonçado, com aparelhos nos dentes e o óculos que mais pareciam um par de lentes de aumento, mas o que mais estragava tudo na aparência de WangJi e o fazia ser alvo de zoação, eram as espinhas que o alfa de dezenove anos tinha, que faziam metade da equipe caçoar dele a não poder mais, minando a pouca confiança que ele tinha em si, coisa que Wuxian odiava e acabava berrando com todo mundo e os xingando, já que ele mesmo já havia passado por aquilo e quase sempre chorava de raiva depois. Ele apertou o botão verde do celular e o levou à orelha.

Sonhos no Gelo (Concluída)Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz