14 | Quebra-cabeça

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- É de polícia, Harry, a sua roupa?

Ele riu da pergunta dela, era o segundo dia e ele insistia que precisava ficar na minha casa. No primeiro dia, depois que neguei o pedido, o peguei dormindo na viatura na frente da minha casa, o xinguei, mas não adiantou, e naquele dia, quando abri a janela da sala, ele já estava fora da viatura, caminhando como quem não queria nada, na frente da minha casa.

- É de polícia, sim. - Massageou o cabelo dela. - Eu trabalho lá. - Ela sorriu.

- De policial? - Ele assentiu. - E eu gosto de polícia, é o meu preferido. - Ele riu mais ainda.

- Ela quis dizer que gosta de policiais. - Ofereci uma torrada, mas ele negou. - Não é, filha? Os policiais protegem a cidade.

Ela assentiu, animada, bebendo o suco dela, era difícil comer muito de manhã, não gostava tanto, então eu reforçava o lanche para a creche. Harry riu quando me viu fazer mini panquecas em formato de Mickey Mouse, mas ela adorava, um suco de caixinha sabor laranja, morangos e um pouquinho de mel em cima, e ainda deixei um pouco de cereal em outra caixinha, tudo na lancheira térmica dela.

- A Bella é cheirosa. - Escutei o sussurro dele, e ela riu alto quando sentiu a barba dele de propósito no pescoço dela. - Tudo isso para a escola?

- Não, é a creche. - Explicou. - Eu...é de bebê ainda.

- Ah, então você é bebê?

- É, da minha mãe. - Riu, e não olhei, sabia que ia negar se eu fizesse.

- E minha? - Olhei de relance, ela riu, e negou com a cabeça. - Ah, mas é que eu queria um bebê.

- Você não tem bebê, Harry? - Negou em silêncio. - E por que não tem?

- Era para ser você, mas não quis. - Deu de ombros, e riu depois. - Eu não tenho filhos ainda, princesa.

- Mas você é grande. - Ele riu, e eu o segui, quieta, só para escutar os dois. - Harry, mas bebê toma mamadeira, e eu tomo. - Ele riu, de novo.

- Mas eu já fiz para você, lembra? - Não disse nada, então presumo que assentiu. - Eu sei cuidar de bebês.

- Mãe. - Virei para ela, fechando a lancheira. - O Harry quer que eu seja a bebê dele. - Apontou, e encarei ele.

- Tá... - Ri baixo, sem sabe o que fazer. - Bel, eu acho que o Harry quer que eu divida você com ele.

- Mas e pessoas é de dividir? - Rimos alto.

- Às vezes é. - Cheguei até a ilha da cozinha. - O Harry gosta muito de você, e o que ele quis dizer, é que... - Encarei ele, que sorriu para mim. - Que ele quer passear com você, te encher de beijinhos. - Cutuquei ela, que riu. - E de abraços...tudo que eu faço.

- É de amor? - Ri de novo, assentindo. - Tá, Harry, eu posso ser sua bebê, tá bom?

- Tá bom. - Sorriu grande, avançando e beijando o rosto dela.

Já que a linda e chamativa viatura estava na frente de casa, iria embora antes, ou tentou fazer isso, a Bella queria de todo jeito entrar no carro e ir para a creche com ele.

- Deixa ela ir.

- Você... - Suspirei. - Eu vou junto.

Ela ficou animada demais, especialmente quando sentou no carro sem a cadeirinha e o Harry só passou o cinto por ela, se sentiu muito adulta, "grande", como ela mesma disse.

Não bastava só estar no carro da polícia, e foi naquele momento que percebi meu erro, pelo Harry não ser confiável? Não, exatamente o contrário, era pelo Harry ser pior que uma criança de quase três anos, a Bella seria filha dele se eu tivesse o conhecido antes. Eles riam alto e gritavam quando ligou a sirene e as luzes do carro, e eu só sabia negar com a cabeça, em silêncio, esconder meu rosto com as mãos e rir.

Por todo o meu amor • Harry StylesWhere stories live. Discover now