27 | A verdade

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Não ficamos muito na festa, ofereci a possibilidade de voltar já que parecia miseravelmente desanimado, também não insisti mais no assunto, ele chegou, trocou a roupa e deitou na cama, dormiu em poucos minutos.

Quando acordamos, ele me deu bom dia com um sorriso bonito, e fez um café, e logo depois começou a arrumar as malas.

- Já vamos para casa?

- Já. - Assentiu. - Não tem mais nada para fazer aqui.

- E seu irmão?

- Vai ficar em um lugar seguro.

- Como assim? E a polícia? E a confissão?

- Não vou entregar ele.

- Como assim?

Ele me encarou, percebendo meu desespero.

- Se eu entregar ele, meu pai vai vir atrás de mim, e eu não quero isso, pelo menos por enquanto. - Fechou a mala. - Vou usar o que tenho, fazer ele falar mais, tentar encontrar uma resposta...

- Mas e as crianças? - Ele parou de me encarar, puxou a outra mala para a cama. - Harry, e as crianças?

- Eu, não, sei. - Respondeu pausadamente. - Eu não sei, não sei, não sei. - Repetiu várias vezes. - E ele não vai falar.

- Talvez fale para mim. - Ele riu.

- Jura? Ele já sabe que você tem uma confissão, não vai abrir a boca se for lá falar com ele.

Pensei por segundos.

- Quando saímos?

- Na primeira hora da tarde.

- Tá legal, eu vou me despedir da Dani. - Peguei meu celular. - Volto já.

- Não demora.

Otário, se ele não sabe mentir, eu sei.

Não vou me despedir da Dani, pelo menos não no momento, sei onde o Henry fica, e preciso ter uma conversa com ele.

Por sorte decorei o caminho, fui mais rápida que da última vez, desci as escadas, digitei a senha e entrei.

Ele já não estava no mesmo cenário, amarrado, na verdade, demorei um pouco para vê-lo, escutei uma risada e virei o corpo, todo simpático, abanando a mão, me dando oi.

Era como uma sala de vidro, tinha uma cama, e só, e ele estava sentado no chão, pela pose, parecia até que estava meditando.

- Olá, cunhada. - Ele disse. - Que honra te receber de novo.

- Pode apostar. - Sussurrei, e cheguei mais perto. - Dormitório novo?

- Melhor que o antigo, não acha? - Sorriu doce. - Meu irmão te mandou?

- Não, ele não sabe que vim, acha que estou me despedindo de alguém. - Ele riu.

- Pobre homem que não sabe mentir. - Comentou. - O Harry sempre foi mais coração, mas mudou nos últimos anos, você deve saber.

- Vocês destruíram ele. - Henry riu mais uma vez.

- Nós? Não, ele se destruiu, entrou nessa por vingança e deu no que deu, a ganância dele por pegar nosso pai vai destruir vocês, se quer saber, ninguém pega ele.

- Você é o gêmeo favorito? É isso? Por isso conseguiu entrar no esquema? - Ele riu de novo.

- Nosso pai nos ama, sempre amou, a maior felicidade dele foi ter os gêmeos...

- Mentira.

- Verdade! - Ficou sério, e começou a se levantar. - Nossa mãe nos tirou dele, o Harry só não enxerga...

Por todo o meu amor • Harry StylesWhere stories live. Discover now