Capítulo 30

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Ainda no colo dele olho para a cama e vejo uma quantidade significativa de sangue no lençol, olho para ele de volta assustada.

— Porra Lisa, eu te machuquei!! Porque você não falou?

Ele me leva para o banheiro e me coloca na banheira, ele começa a me dá banho, shampoo, condicionador, sabonete líquido...

Cris me deixa ali no banheiro e vai para o quarto e depois de uns 5 minutos ele volta me pegando no colo de novo, eu não consigo dizer nada eu só choro em silêncio. Choro por está sentindo dor, choro por medo dele me achar frágil demais e não querer mais ficar comigo, talvez Abby seja a mulher ideal mesmo pra ele.

Quando chego no quarto observo que ele já trocou as roupas de cama e já tem roupas minha separada na cama, ele me ajuda a me vestir mas vejo que são roupas comuns e não de dormir.

— Pega uma mais confortável para eu dormir. Digo me referindo a roupa.

— Não vamos dormir, vamos no hospital! Ele diz sério.

— Isso é exagero Cris! Daqui a pouco a dor passa.

— Nós vamos no hospital e ponto final, não foi uma pergunta!

Tem hora que me dá um ranço desse cara, que homem mandão da porra!

Ele me leva para a emergência e somos atendidos por um ginecologista de plantão, muito constrangida conto o que aconteceu ao médico inclusive que nosso gosto por sexo é um tanto peculiar se é que posso chamar aquilo disso.

O médico pede alguns exames laboratoriais e faz alguns exames ali mesmo como de toque e aqueles que aperta a barriga, ouve o peito e costa, verifica pressão e saturação... Ele me passa uma medicação intravenosa também, Buscopan, dipirona essas coisas pra dor.

Cris está em uma poltrona ao meu lado mexendo no celular em silêncio, então eu resolvo falar.

— Tah com raiva de mim? Meus olhos estão cheios de lágrimas já.

— Não! É só o que ele responde sem me olhar, mas sei que ele está, então resolvo simplificar tudo.

Pego meu telefone e começo a digitar o número da Emma, ela ainda não viajou só vai daqui a 4 dias.

Ligação on...


Lisa: Oi...

Emma: Oi Lisa, aconteceu algo, são quase quatro da manhã.

Sua voz é de preocupação, Cris para de mexer em seu celular e me olha na hora.

Lisa: Tem como você me buscar aqui no hospital west Clinical?

Emma: Claro que sim, o que aconteceu, você está bem?

Lisa: Eu estou bem, aqui a gente conversa obrigado.

Ligação off...


Assim que desligo  o telefone ele começa.

— Que porra é essa dela buscar você?

— Cris vai ser melhor assim, eu não sou mulher pra você me desculpa eu sei que...

— Você não é mulher pra mim? Só quem pode dizer isso sou eu Lisa, palhaçada!!

— Vamos ser sinceros Cris, você sabe que Abby que é a mulher certa para você!

— Que assunto torto é esse agora Lisa, vou chamar o médico que ou seu problema é neurológico ou esses remédios estão te dando efeitos colaterais.

— Não fode Cris, perguntei se você estava com raiva e você disse que não, mas sabemos que você está sim!! E tenho certeza que está arrependido de ter deixado a Abby, deve me achar frágil demais pra você! Mas tudo bem, eu te entendo vai doer mais eu vou superar, vai ser feliz Cris.

— Eu não tô com raiva não, eu estou PUTO! E não é por achar você frágil porque tô pouco me fodendo se você é frágil ou não, eu amo você do jeito que você é não do jeito que você fode!! Eu tô PUTO porque eu te perguntei se estava te machucando e você disse que não, aquela parada toda não é para machucar é para dá prazer e para ambos e não só para um! Porra Lisa, você é muito infantil, mimada e imatura!!!

Ele sai do quarto batendo a porta e eu fico chorando presa entre a parte que ele diz que me ama, é a primeira vez que ele diz isso e a parte que me chama de infantil, mimada e imatura...

Agora ele me deixa mesmo!!

Tem uns 10 minutos que ele saiu e vejo a porta se abrindo, é Emma entrando. Ela me abraça e eu só sei chorar.

— Calma querida, o que aconteceu?

— Eu estraguei tudo Emma, ele foi embora! Ele vai me deixar. Digo em prantos.

— Quem foi embora Lisa, para de chorar e me conta o que aconteceu e o por quê que você está aqui.

Conto para ela o que me fez parar no hospital, ela cai na gargalhada e diz que morreria de vergonha se fosse com ela. Eu quase morri!

— Ele não foi embora, está sentado no sofá da recepção e assim que cheguei a primeira coisa que ele disse foi que você está surtada e que não vai a lugar nenhum a não ser para a casa dele. Rimos.

Assim que Emma me conta que Cris está ali fora a porta se abre novamente e o médico entra, logo em seguida Cris entra também. O médico olha seus papéis e começa.

— Bom Elisabeth Jhonson temos algumas coisas preocupantes aqui, mas vamos por partes. Você está com uma infecção urinária significativa e em sua atual condição junto com relação sexual intensa ocasionou esse sangramento, a princípio seu colo do útero está fechadinho mas vamos precisar de um ultrassom para ter certeza que está tudo bem com o bebê.

Até essa última parte eu estava meio perdida na explicação dele mais quando ele falou em bebê eu me perdi totalmente... Como assim bebê? Eu uso implante para não engravidar, isso não pode está certo!

— Como assim bebê doutor, eu uso implante há dois anos isso é impossível. Digo desesperada.

— Senhorita Jhonson você deve procurar a sua ginecologista e conversar com ela e vê o que aconteceu, o seu beta hcg deu positivo então não tem como está errado e pelos níveis de hormônios você deve está com aproximadamente 2 meses.

Eu fico sem palavras, olho para Cris que está paralisado imóvel perto da porta, minha sensação é que ele vai fugir a qualquer momento, Emma me olha com cara de pena e isso me mata por que sei o que se passa pela cabeça dela... Agora tudo vai ser mais complicado, terminar a faculdade que ainda faltam 3 anos, o dinheiro para investir no nosso negócio vai ser gasto com o bebê, a decepção da minha mãe que se mata de trabalhar para eu conseguir me formar... Que merda, como isso aconteceu?

Sou tirada dos meus pensamentos com o médico pedindo para eu me sentar na cadeira de rodas para o enfermeiro me levar para a sala do ultrassom.

Emma ficou do lado de fora me esperando e Cris sem dizer uma palavra entrou na sala comigo. Ouvir o coração do meu filho ou filha foi um mixe de emoção, tristeza e alegria... O que eu ia fazer da minha vida? E se ele não ficasse comigo? E se ele não assumir a criança?

— Então senhorita Jhonson, está tudo bem com o bebê porém você ainda corre um grande risco de abortar por causa da infecção urinária, vou lhe receitar um antibiótico e lhe recomendar repouso entendeu? Eu assenti. — Procure sua ginecologista o mais rápido possível e comece o pré natal. Já volto com a receita e a sua alta.

O doutor sai da sala e eu me levanto para me ajeitar, ainda estou com um pouco de dor então Cris vem para me ajudar. Me sento na cadeira de roladas e fico esperando a alta, assim que o médico volta e nos libera saímos da sala dando de cara com Emma que estava ansiosa.


Expliquei a ela o que o médico disse e na hora de ir embora ela perguntou.

— Então, vai ficar como? Você vem comigo ou vai com ele?

Olho para o Cris esperando uma resposta dele que não vem, me seguro para não desabar ali naquele momento, respiro fundo e digo olhando para ele.

— Pode levar minhas coisas para casa de Anny mas tarde? Pode deixar na portaria, quando eu for viajar passo lá para buscar. Eu ia pro campus, não ia ficar na Anny sozinha e eu viajaria de qualquer forma.

Ele enfim levantou a cabeça e perguntou:

— O que você disse? Revirei os olhos por ter que repetir tudo de novo.

— Você pode deixar minha mala na portaria da Anny que quando eu for viajar passo lá para buscar?

— Tá maluca? O que eu te disse Emma? Ela vai para minha casa e você não vai viajar amanhã você ouviu o que o médico falou? Repouso!!!  Você precisa ligar para sua ginecologista para saber o que aconteceu e se esse tal de implante aí pode prejudicar o bebê de alguma forma.

Ele falava tudo de uma vez só sem respirar, eu e Emma olhávamos uma para outra sem entender nada, mas não contrariamos ele, me despedi de Emma e voltei para casa dele.

Meu amante InfielOnde histórias criam vida. Descubra agora