Capítulo 81

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Cris...



Deixei Lisa em casa e fui em um bar beber com Rick, ele queria me levar em uma de suas casas de swing, mas não era disso que eu precisava, Lisa não merecia isso.

Conversamos várias coisas, desabafei sobre minha mãe, sobre me sentir um péssimo filho e ouvi de Rick a mesma coisa que Lisa disse, conversamos sobre nossa época de faculdade, época que trabalhava na universidade, em como as coisas estão agora e o tempo foi passando.

Sem me dá conta já havíamos bebido uma garrafa de whisky, na verdade eu já havia bebido, como Rick estava dirigindo ele não estava bebendo.

Já eram 2:00 da manhã quando deixei meu celular em cima do balcão e fui para o banheiro, ao sair do mesmo uma morena entra em minha frente impedindo que eu passasse.

— Oi gatinho...

— Oi! Me limito a dizer só isso e tento passar por ela, mais sou impedido.

— Epa! Não precisa fugir, eu não mordo... Ela diz rindo.

— Que bom! Tento sair de novo.

— Vi  que você está desacompanhado...

— Olha, você é gata demais, mas eu não estou afim!

— Já entendi! Você é gay? Rio com sua pergunta.

— Não, não sou... Só sou um homem fiel e apaixonado pela mulher que está esperando o meu filho.

— Hunn, se é tão apaixonado assim por que não está com ela uma hora dessa?

Fico pensando em uma resposta plausível para sua pergunta e infelizmente não vem então eu só digo...

— É verdade, você tem razão... Não sei o que estou fazendo aqui!

Dou as costa a ela e volto para a mesa pego meu celular e peço ao Rick que me leve para casa. No caminho resolvo dá uma olhado no meu celular e vejo que tem várias ligações dela, ligo de volta para avisar que estou a caminho de casa, mas quem atente é Abby e um frio domina minha espinha.

Abby diz que Lisa está no hospital e após dizer qual o local eu já não ouço mais nada, peço Rick para me deixar lá e o medo de ter perdido meu filho mais uma vez me domina.

Assim que entro no hospital já avisto Abby sentada em um sofá de espera com as coisas da Lisa, vou correndo até ela desesperado e meu desespero só aumenta quando percebo que Abby está de pijama, isso significa que ela saiu de casa correndo e não deu nem tempo de trocar de roupa.

— O que aconteceu? Pergunto desesperado.

— Ela me ligou por volta das duas da manhã dizendo que estava perdendo o bebê, acho que teve uma tonteira e caiu da escada não sei direito. Fui o mais rápido que pude.

— Cadê ela, como ela está?

— Ela está lá dentro, ninguém pode entrar... Estão fazendo exames, ela perdeu bastante sangue... Onde você estava Cris?

— Eu saí pra espairecer um pouco... Tento terminar mais ela não deixa.

— Ela está grávida Cris! Passou por um estresse do seu lado... Estava quase 24 horas sem se alimentar e você nem percebeu! Ela se preocupou tanto com você que esqueceu dela e você saí com um amigo para “espairecer” em vez de ficar com sua mulher grávida?

— Eu sei... Eu vacilei. Eu, eu... Nem termino de falar novamente.

— Você está fedendo a bebida!!!

— Se ela perder esse bebê ela não vai me perdoar Abby, não vou suportar perder mais um filho e não vou suportar perder ela de novo. Digo chorando.

— Pensamentos positivos Cris... É só o que nos resta agora!

— Parentes de Elizabeth Jhonson? O médico chama.

Vou correndo até ele.

— Sou eu, eu sou o esposo dela. Falo com propriedade. — Como ela está?

— A senhorita Jhonson está bem agora, consigamos parar o sangramento, ela está devidamente medicada e no memento está dormindo.

— E o bebê? Pergunto com medo.

— Conseguimos salvar o bebê, mas a gravidez requer cuidados daqui para frente. Ela vai precisar de repouso absoluto, ficará aqui no hospital por aproximadamente 2 meses e se tudo der certo com seis meses daremos alta a ela, porém ela não poderá viajar. Ela disse que não mora aqui na cidade, mais terá que ficar até a bebê nascer.

— É uma menina? Pergunto emocionado.

— É uma menina, muito guerreira e ela está lutando para sobreviver papai.

Lágrimas escorrem pelo meus olhos e nem consigo pensar no que o médico havia dito sobre ficar aqui até o fim da gestação e sobre o risco de aborto ainda.

— Então ainda há riscos?

— Sim, mais por isso decidimos manter ela aqui no hospital por esses dois meses, por que aqui teremos certeza que o único esforço da senhorita Jhonson será banheiro e cama.

— Posso ficar com ela nesse tempo?

— Pode sim, ela poderá ficar com um acompanhante e receber visitas também.

— Obrigado doutor, muito obrigado.

— Nada, seu...

— Christian... Christian Smith.

— Nada senhor Smith.

Aperto a mão dele e me viro para Abby.

— Bom... Lisa está bem e você está aqui... Vou indo por que deixei Brian dormindo e nem avisei o Thomaz que estava saindo de casa. Ela diz me encarando.

Dou um abraço bem forte nela e ainda abraçado digo.

— Muito, muito, muito obrigado... Você salvou a vida da mulher que eu amo, salvou a vida do meu filho, salvou meu casamento.

— Pelo que eu sei você ainda não colocou uma aliança no dedo dela. Ela diz em um tom divertido.

— Verdade... Mais vai ser a primeira coisa que vou fazer quando minha filha nascer. Mas mesmo assim muito obrigado de novo e desculpa se um dia lá atrás eu te fiz algum mal.

— Esquece isso Cris, passado é passado... Tudo valeu a pena porque temos o nosso Brian e juízo daqui pra frente, cuida bem dessas meninas.

— Pode deixar!

Me despeço dela e vou para o quarto de Lisa, ela dorme pesadamente e a primeira coisa que faço é lhe dar um beijo na boca e acariciar seus cabelos, depois vou para sua barriga e dou um beijo e digo baixinho.

— Parabéns filha, você se saiu muito bem hoje minha guerreirinha... Papai te ama tah?

Me deito em um sofá que tem no quarto e apago.


**


Acordo com Lisa se mexendo, me levanto do sofá correndo e me sento na cadeira ao lado dela, ela está agitada querendo tirar o acesso do braço e querendo se levantar.

— Ei... Shiiii... Calma, Lisa! Falo tocando ela e tentando acalma-la.

— Cris? Enfim ela me olha com o olhar abatido e me abraça. — Eu te liguei tanto... Nosso bebê... Ela não consegue formular as frases.

— Eu sei, me perdoa por não estar perto de você, eu sou um babaca...  Ainda abraçado com ela beijo seu pescoço e acaricio seu cabelo.

— E o nosso bebê? Estranho sua pergunta.

— O médico não te contou? Questiono.

— Não, eu estava muito nerva e eles me deram logo um calmante, acho que apaguei. Me tranquilizo e começo a contar.

— Está tudo bem com nossa menininha, pelo menos por enquanto, ela é uma guerreira e aguentou forte tudo isso, mas vamos ter que nos mudar.

— É uma menina? Ela pergunta já chorando e eu afirmo com a cabeça. — E por que teremos que mudar?

— Lisa, sua gravidez é de risco e para nossa menina se manter bem aí dentro você precisará ficar aqui no hospital por dois meses.

— Meu Deus Cris!!! Dois meses é muita coisa.

— Dois meses no hospital e o resto da gravidez aqui na Pensilvânia, vai ser muito arriscado enfrentar uma viagem de volta no seu estado.

— Como vai ser Cris? Ela pergunta chorosa. — Tem o seu trabalho, a Kate... Não tenho como mudar ela de escola do nada, isso vai mexer com a cabecinha dela e ainda tem o Luan ele jamais deixaria eu trazer ela pra cá... Meu Deus Cris, não vou conseguir ficar sem minha filha.

— Ei! Ei! Ei... Se acalme, nossa pequena sente tudo que você está sentindo não esquece disso. Não temos escolha Lisa, você terá que ficar aqui de qualquer jeito ou nossa filha vai morrer. Ela chora de novo. — Quanto a todo o resto, não se preocupe que eu vou tentar resolver tudo.

— Como Cris?

— Eu não sei ainda, mais eu vou! Fica tranquila.

Ela me abraça forte e me beija mas me solta do nada me olhando estranho e pergunta olhando em meus olhos:

— Você estava aonde que te liguei e você não me atendeu?

— Estava em um bar com o Rick bebendo, na verdade eu bebi e Rick ficou só me ouvindo já que estava dirigindo.

— Certeza? Ela pergunta estreitando o olhar.

— Certeza Lisa, tô falando!

— E por que esse cheiro que perfume doce em meio ao cheiro de whisky? Ela fala e cheira novamente minha blusa, mulher é foda.

— Deve ser da mulher que me abordou na porta do banheiro quando estava saindo, ela falou várias coisas, mas eu a dispensei.

— Dispensou? Ela me olha meio duvidosa.

— Tanto dispensei que ela me perguntou se eu era gay... E eu só disse que era fiel a mulher da minha vida, você, que estava esperando o meu bebê, foi na hora que vim embora.

— Tem certeza? Se eu descobrir Cris...

— Para de paranoia Lisa, eu tô falando mulher... Eu amo você!!! Não fiz nada de errado.

O assunto foi finalizado ali e Lisa voltou a dormir com o efeito dos remédios, eu aproveitei e liguei para todo mundo para avisar o que tinha acontecido e pedi ajuda a mãe dela sobre organizar a mudança pra cá, a única coisa que pedi foi que deixasse que eu fosse falar com Luan, a vinda de Kate pra cá era o ponto principal e mais complicado, eu teria que convencer Luan, arrumar uma escola boa, participar da adaptação dela na escola, vê se dona Maria iria poder se mudar também já que mudar de babá seria complicado para Kate...

Meu amante InfielWhere stories live. Discover now