12 - O Baile, parte 2

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Tudo está escuro. Minha cabeça está muito pesada. Meus olhos quase não se abrem. Estou jogada no chão.

Com um esforço enorme eu consigo me por de pé. Me apoio em uma parede. Estou em uma rua estranha de Miami. Eu tento andar mas minhas pernas não obedecem. Olho ao redor em busca de uma alma viva a quem eu possa pedir socorro. Tudo parece estar em câmera lenta.

Sinto desespero e angústia novamente.

— Deixa ela ir! - alguém gritou. Não consigo reconhecer essa voz, nem mesmo de onde ela vem. - Ela não tem nada a ver com isso, é entre mim e você!

— Eu te avisei para não deixar isso acontecer. Ou ela, ou você. Escolhe. - alguém responde.

Minha cabeça balança. Olho para os lados e vejo duas pessoas. Não consigo enxergar direito. Cambaleio na direção delas. Tento gritar mas minha voz não funciona. Meu desespero só cresce. Noto a existência de um carro batido em um poste, com os faróis acesos em minha direção, fazendo com que eu enxergue apenas as silhuetas à minha frente.

— Você fez sua escolha. Conviva com ela. 

— Por favor, não faz isso. - uma delas se ajoelha. Com esse movimento, um feixe de luz revela uma de suas peças de roupa. Uma camisa xadrez, verde e com botões. 

De repente um estrondo. Gritos e sirenes. 

Tudo começa a rodar e escurecer. Minhas pernas se desligam meu corpo despenca até que acerte o chão.

Puxo o ar com toda minha força, como alguém que estava se afogando. Dessa vez meu pesadelo tinha mais detalhes, foi mais real. 

Ally estava abanando meu rosto. Ela parecia desesperada. — Graças a Deus! Você apagou por uns 5 minutos, eu estava quase ligando para a emergência. Está tudo bem?

Minha boca está seca. Me sinto inquieta e angustiada. Meio grogue também.

— Onde está Lauren? - pergunto me sentando no chão e piscando com força.

— Quem? 

— Cadê ela? Preciso dela aqui. - tento me colocar de pé e minha amiga me ajuda, dizendo que não sabe de quem estou falando. — A mulher que veio comigo. Cadê ela?

— Seu.. par? -Faço que sim com a cabeça. Acho que deve ser assim estar de ressaca.- Mila, não vi ela. Sinto muito, nem sei como ela é.
— Chama o Troye. Por favor, Ally.

Ela puxa seu celular e em alguns minutos meu amigo aparece.

— Garota, como pode estar linda e um caco ao mesmo tempo? E que vestido é esse? Não tem nem meia hora que te atacaram e agora você parece uma supermodelo de ressaca. Só pra você saber, sua namorada deu um supapo na Taylor.

— Que? Do que tá falando? Que namorada? - me senti inquieta. Parece que voltei ao normal.

— Seu par, ué. Enquanto você virava uma Cindy Crowford no banheiro, ela apareceu toda brava, parecendo um raio. Puxou a menina pelo braço e disse "nós vamos ter uma conversa séria"  - ele fez uma voz grossa — e foram para frente da escola. Ainda devem estar lá. Ela te defendeu na frente de todo mundo.
Ele disse a última parte e me olhou com uma cara muito sugestiva. Revirei os olhos.

— Não é minha namorada. 

Fiz meu caminho para a entrada da escola a tempo de ver Lauren falar ao celular. Parecia brava. Ela desligou e fez menção de arremessar o aparelho do outro lado da rua.

— Lauren? - eu a chamei e ela se assustou toda. Ela se virou e me observou por alguns segundos. Respirou fundo e se aproximou. 

— Você está linda. - seu tom era baixo, se não estivesse tão perto eu não teria ouvido.

Eu vi você morrerWhere stories live. Discover now