Traga me paz

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                                                      Julho, 2005

— Sabe Hyungwon, você não devia ficar triste pela partida de Wonho, faz três meses que ele se foi, e para o bem dele. – Minhyuk comentava concentrado em como faria para alcançar a tangerina mais perfeita da árvore sem machucar-se nós espinhos. 

— Mas eu não estou triste por isso!

— Então porque está assim? – procurou um galho para cutucá-la. Mas antes que conseguisse Hyungwon fez o serviço com destreza ao acertar em cheio uma pedra média. — Eim! Esbagaçou seu doido! – apanhou e limpou a areia da parte machucada.

— Fica melhor de comer. – podia ver a raiva crescente no outro. — Eu estou assim porque mamãe está organizando alguns papéis importantes e vovó vem morar comigo.

— Não tem porque se preocupar, assim você não ajuda tanto sua mãe e vai jogar mais no campinho, dessa vez estão planejando uma verdadeira aposta, e eu vou ganhar! Vamos! – ele falava e comia com o suco da fruta escorrendo pelo seu queixo, e saiu correndo em direção ao rio que enchia na época de verão.

Mas chegando lá, os meninos tiveram que correr de volta para a vila onde Minhyuk morava. Era sempre eles, os mesmos do halloween, eles nunca paravam de atormentar, e brigar naquele tempo não seria o mais recomendado.




                                                           Janeiro, 2006

"Ele não pode fazer tanto esforço quanto as crianças, sua alimentação tem que ser saudável para não crescer acima do peso, para ele se desenvolver e fazer muitas outras coisas como os outro, eu os recomendo que o levam a essa escola – ela passou o cartão aos pais que estavam prestando atenção a cada frase dela. — Ele pode pintar, desenhar, escrever, até mesmo pode praticar atividades físicas, mas essa última com limitação. As asas  de imaginação e de infância dele não podem ser cortadas. Vocês coloquem o irmão também para o acompanhar, para não ficar sozinho."

E lá estava ele sentado naquele banco vermelho infantil enquanto o palhaço mágico fazia trapaças e uma fantasia que para ele já era atrasado. Lembrar das palavras da doutora que lhe atendia era como um pesadelo, em seu plenos 12 anos só queria sair correndo de bicicleta antes de entrar na fadada adolescência. Olhou o irmão que estava interessado demais no show a sua frente, deixá-lo ali sem ninguém não seria tanta irresponsabilidade, pensou, poderia buscá-lo depois de andar, era só pedir para ficar ali, quieto.

— Você fica aqui, não saia, eu vou andar e saber que horas são.

E sentiu o ar quente do corredor, branco e mais branco, com vários cartazes tirando de foco a cor sem cor. Seguiu a direita passando por tantas salas, mas nenhuma a lhe convidou com o interesse que guardavam. No fim do corredor, no entanto, lá estava um pequeno portão preto entreaberto, guardando um tapete verde natural.

Para ele era proibido entrar, mas foi maior que si o desejo e entrou, e era enorme o espaço, seus pés mesmo calçados sentiam a grama, e acima de si milhares de jarros com seus belos cachos caindo. Era uma bela estufa. Mas ao fundo, outro menino sentava com uma flor conhecida por si. E a cheirava, sentia inveja dele, com certeza era inveja.

— Elas não tem cheiro, apenas beleza. 

— Isso não quer dizer que não podemos dá um a ela, venha, experimente, imagina que ela tenha um perfume que te lembra alguma coisa. – o garoto sugeriu, Wonho queria rir, de tudo da forma que ele agia e pelo convite.

— Eu não posso cheirá-la. Mas para mim ela tem cheiro de tarde após um partida de futebol.

Entendendo o AmorNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ