Fim de tarde

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                                2004, continuação


Muitas coisas podem acontecer sem controle humano, quando se vê algo já está quebrado, a chuva cai, o mar se agita. Diversas outras, vem para ajudar, outras para atrapalhar, e nada se pode fazer, se não aprender com acontecimentos. Cobertos de discursos de lamentação, onde nada mais importa se não pegar uma máquina do tempo e voltar para evitar tanta desgraça ou algo que não deveria acontecer, mas como falado no início, muitas coisas acontecem sem controle humano. E uma máquina do tempo, segundo teorias, só fariam nascer outro universo, o caso ainda teria ocorrido nesse real universo.

Naquela tarde, flores, belas flores, cresciam, as crianças após a pequena aula de botânica, brincavam descalças de bola, jogando um para o outro como sem interesse. O pai de Hyungwon, continuava com seu amor ao cuidar das flores ao fundo do terreno, quase não podendo vê-lo em meio a tantos balcões e ramalhos de flores em algumas estacas. A mãe de Hyungwon dava o ar da graça depois de vim da casa com a uma bacia de roupas lavadas para estender nos varais ao sol.

Aqui, até então estava tudo bem. Tranquilo, acolhedor. E poderia o dia chegar ao fim da mesma maneira. Doce como começou. No entanto, a maneira como acabou, causou espanto e começou as tragédias na vida de Hyungwon.  Pois era fim de tarde e ninguém ali, em plena paz lembraria dos rebanhos de gado que passaram por ali como mais alguma coisa que aconteceu. O portão foi arrebentado, a plantação devastada, destruída por enormes e pesadas patas, as crianças correram, puxadas pelas mãos da mulher que abandonou tudo e tentou protegê-los. As roupas derrubadas e pisoteadas, mas não tanto quanto as belas flores que uma vez eram bonitas e a esperança de uma família, despedaçadas, amassadas, balcões derrubados, o sistema de irrigação completamente destruído. Foram mais de 40 animais, entre vacas, bois e bezerros.

Depois que a poeira baixou, o Senhor Chae não conseguia olhar para tudo aquilo e tentar ser positivo, era impossível, a única coisa que podia fazer era chorar, lágrimas quentes desviam em seu rosto, a dor de ver tudo por água abaixo, como encararia eu esposa e filho depois de tudo? Não teria forças para dizer para eles que estava tudo perdido, a plantação nunca seria reposta, não daria tempo crescer novamente, até o fim da primavera que lhe ajudaria muito todos os compradores já desistiram e partiriam para outros fornecedores. Ali naquela sala o homem, adulto, chorava feito criança sem abrigo. Olhar para o corredor e ouvir a mulher a acalmar o filho junto do amigo dele, feria-o mais que todo aquele gado comer da grama e inutilmente os donos tentar tirá-los, pois sentia-se um perdedor.

— Desculpa se falhei, era a salvação das nossas contas, e agora não tem nada, nada... – lamentou ao ouvir os passos da esposa se aproximando de si.

— Não, não pense assim. Podemos pedir outro empréstimo ou ajuda a sua mãe. Deve haver outros motivos. – disse ao sentar perto de seu esposo.

— Infelizmente, nem minha mãe poderá ajudar dessa vez. Eu não queria, mas vendo esse pôr do sol pela janela e toda destruição que está lá fora. — fungou e tomou fôlego, enxugou suas lágrimas quentes que rolavam sobre a tez cansada, suada e já desgastada pelo sol. — Na cidade próxima, uma vez um amigo me ofereceu um ótimo emprego, e não aceitei. Hoje, vendo isso, me arrependo, ligarei para ele e aceitarei a proposta se ele ainda aceitar.

— Você sabe que se formos para a cidade próxima não teremos lugar para ficar, e Hyungwon, será ainda mais difícil para ele uma mudança tão brusca assim.

— Hyungwon não vai, e você, irá só depois. Primeiro eu irei e depois você vai, nosso pequeno ficará, minha mãe pode cuidar dele até voltarmos. Eu não quero que meu filho tenha uma vida miserável e se continuar aqui, é o darei para ele.

O Senhor Chae tinha razão no que dizia, no sentido de pobreza o menino não cresceria com tanto aperto, mas cresceria com diversas outras dificuldades. E mesmo sem querer, Hyungwon ouviu a conversa, só não ficou tão assustado, pois Wonho desmaíara assim que virou para falar com o amigo. E gritou, para mais uma dificuldade no fim daquela tarde.

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Notas: Depois desse tem mais um continuação desse dia e outro capítulo, então voltaremos para 2005.

Entendendo o AmorWhere stories live. Discover now