E o telefone tocou

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                           2005, algumas horas antes

O barulho do telefone fez a Senhora Chae se assustar pela sua concentração na programação da tarde. Não era comum ninguém ligar, o que ela agradecia, mas ficava com medo quando ligavam, pois só usavam o telefone para emergências e agora para se comunicar com o marido. Quando atendeu a voz sofrida de uma criança do outro lado da linha lhe encheu os ouvidos. Aquele choro não era de seu Hyungwon, mas era de Wonho.

— Ei, meu querido, o que foi? Pode contar para a tia.

— Hyungwon... ele tá'?

— Não, faz algum tempo que saiu. Me fale, o que quer? – ela olhou no relógio percebendo que fazia duas horas que Hyungwon estava fora de casa.

Antes de ouvir uma resposta, o outro lado da linha ficou mudo, mostrando que havia sido desligado a ligação. Preocupada, a mulher saiu em direção a casa dos Lee. Mas ao chegar lá, avistou um caminhão de mudanças estacionado na frente da casa. Caixas eram descidas do sobrado até o caminhão, não perguntou nada a ninguém apenas entrou atrás dos até então moradores da casa, achou na sala já do segundo andar, o irmão de Hoseok que brincava de casinha, a diferença de idade entre eles era muito pouca, o menino possuía seus 9 anos.

— Ei, querido, onde está seus pais?

— Estão na sala, mamãe está organizando alguns pratos na sala. – indicou. A senhora Chae apressou-se ao chegar na copa.

— Lee? – chamou.

— Oi, desculpa a bagunça. Estamos de mudança.

— Eu percebi, mas não iria saber se caso Hoseok não liga lá para casa procurando por Hyungwon! E só vim por causa que estava chorando. Que tipo de consideração sua família tem pela minha? Pelo caminhão sei muito bem que não vão para outra casa nesta cidade, poderia avisar!

— O que está dizendo? Fale baixo, está em minha casa não no meio da rua. Se não contei a vocês já foi para essa choradeira.

— Evitar sofrimento? O que você acha que aconteceria se Hyungwon soubesse muito depois que seu amigo foi embora sem ter a menor chance de se despedir? Isso é evitar sofrimento? – gritou mais uma vez contra a mulher, estava espantada pelo pouca consideração que a outra havia feito com relação a amizade com que as famílias constituíram. — Largue esses pratos e vá cuidar do seu filho, pelo menos ele lembrou que não mora na cidade sozinho.

Entendendo o AmorWhere stories live. Discover now