Poeira solta

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                                            2005

A bola feita de sacos e retalhos de panos rolava na grama seca do campinho onde diversos garotos e garotas disputavam uma não tão acirrada competição de futebol, onde o prêmio seria um pedaço de bolo feito pela mãe de um deles. Levantava a poeira que contrastava com o sol de verão de fim da tarde, em meio a tantas crianças já sujas de areia e alguns ralões, se encontrava Hyungwon, o menino era tão peculiar em suas faces que se destacava entre tantos outros meninos de onze anos. Era mais alto que a maioria, tinha lábios fartos e lindos, seu cabelo em tom de mel e possuía alguns cachos grandes e bagunçados devido a tanta correria, usava uma blusa grande e branca, o que causaria raiva em sua mãe quando descobrisse a cor barrenta que a deixava. Seu short marrom vez ou outra ameaçava cair devido a magreza do menino.

Esperto que nem ele, era sagaz ao ir atrás da bola e arrancá-la do time adversário, era rápido, em um instante estava correndo com elas em seus pés descalços e sujos iguais os de qualquer outro garoto e garota, levando-a direto para o canto esquerdo da trave feita de madeira marcando o gol da vitória para seu time degustar do bolo feito pela Senhora Lee, mesmo todos felizes por ele fazer o gol e ganharem, sabiam que no final todos iriam comê-lo. Afinal, a mãe de Minhyuk era boleira e não tinha porquê alguns comerem e o restante ficar olhando. 

Hyungwon achava graça de como todos devoraram tão rápido, e desviando seu olhar para o sol já desaparecendo atrás das casas ao longe, sabia que era hora de ir, afinal alguém o esperava em casa. Levantou-se e despediu-se logo dos mais conhecidos, tendo como o show de pedidos insistentes de Minhyuk.

— Vai Hyungwon, por favor, fique, você só mora à vinte minutos daqui.

— Eu venho de bicicleta Minhyuk!!

E minha mãe já deve estar preocupada, na sexta-feira eu apareço. – explicou para o amigo que limpava o suor da testa causado por tanta correria. 

— No mesmo horário?

— No mesmo horário, tchau! – se despediu, pegou os tênis sem precisar calça-los e correu para onde sua bicicleta estava jogada. Em instantes o menino estava levantando poeira pela estrada de terra que levava para sua casa.

Hyungwon, diferente dos demais, morava na cidade próxima, levava mais ou menos 25 minutos para chegar em casa pedalando com toda sua força para chegar na casa de Minhyuk e partirem para o campinho de futebol a cada três dias.

Quando avistou as primeiras casa da cidade o sol já descansava por completo sobrando ali lua, colocou mais forças e entrou finalmente na cidade pequena, seus prédios não eram grandes, alguns estavam em reformas para crescer, porém a maioria eram casas de um andar, sendo os prédios principais mais esokendirosos, como o hospital e alguns postos de saúde, escolas, prefeitura, secretária e corpos de bombeiros. A sua casa ficava no fim da primeira rua  descendo uma ladeira. Apertou os freios da bicicleta e pulou dela deixando-a por lá, abriu a cancela do jardim e em seguida a porta da frente, sem se importar se estava sujando o chão e mais uma vez desesperando sua mãe.

Afinal o grande motivo para chegar em casa era saber se alguém tinha vindo o visitar, não a preocupação da progenitora, era saber se ele estava lá, e correndo em direção a cozinha com esperanças, assustou-se sem vê-lo ali, apenas a matriarca pondo a mesa do jantar.

— Finalmente você apareceu! Onde estava? Não, na verdade vá tomar banho, está imundo e a roupa completamente suja e suada. — ele pouco se importava se estava em péssimas condições,  o importante era saber onde ele estava.

— Mamãe, por que Hoseok não veio hoje?

Entendendo o AmorWhere stories live. Discover now