Peter Pan e Capitão Gancho

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                                                  18:35, 2005

Mais uma grito de dor em tantas lágrimas ecoou do quarto. O pedaço de pano que e outrora fora alguma camisa limpava tanto o sangue quanto a sujeira dos pés de Hyungwon. Estavam em estado decadente, correr por aquele calçamento desajeitado não foi uma boa ideia, alguns bicos cortaram seu pé esquerdo e o direito estava machucado com ralões.

— Calma pequeno, falta apenas o remédio. – a mãe olhou para ele em busca de confortá-lo mas, fora os choros e gritos, a criança não havia falado nada, seu olhar era distante e vago e aquilo era motivo para perder seu sono durante toda a noite. — Eu vou colocar agora. – só mais um grito e um recuo da perna.

A mãe colocou o remédio e enfaixou o pé esquerdo por mais que Hyungwon tirasse seu pé e até tentasse escondê-los, futuramente seria uma cicatriz no pé para a vida inteira, no vazio da amizade não se sabe se para sempre, esse também era outro medo da senhora Chae, o vazio da amizade.

Ele era uma criança quieta, tímida, sempre gostou de fazer suas coisas longe dos olhos alheios, o quintal ser enorme ajudava o menino se esconder por trás das flores e das árvores mais ao fundo, conhecia poucos outros garotos da sua idade, a pré escola não fazia diferença na sua vida, quanto mais longe, melhor ele se sentia, mas aqueles garoto de orelhas grandes foi um bom acontecimento, ele estava se abrindo mais e não tão fechado como até seus seis anos.


                                                                19:48

— Eu preparei seu ban... – a Senhora Chae entrou novamente no quarto, no entanto seu filho já dormia em puro estado decadente, resolveu não acordar e justo quando saiu alguém bateu à porta.

Era a filha da vizinha que segurava uma caixa com o nome de Hyungwon, ela achou em frente ao sobrado branco e vinhera devolver. Perguntou por ele pois se conheciam além da vizinhança, tinham a mesma idade e estudavam juntos. Quando a garota se despediu, a mulher não sabia muito bem o que fazer com a caixa. Resolveu guardar na cozinha acima do armário.


                          

                                                            Outubro, 2004


— Seu moleque que não quer crescer, vou lhe ensinar uma lição! – Wonho falou engrossando sua voz e apontado um graveto que apanhou na estrada de terra na direção de Hyungwon que logo entrou no personagem de um clássico que os dois amavam.

— Você não é nada para mim! Quer passear pelo estômago do crocodilo?! – e os dois tomaram aquela caminho com o fim de tarde a bagunçar os cabelos.

— Peter Pan? – interferiu Minhyuk que acompanhava aquela peça teatral de estrada na direção da escola. — Vocês não sabem nem as falas.

— Não custa brincar seu bobão! 

— Eu rio na cara do perigo! Hahaha! – correu na frente pulando, pois seu talento era muito quando se tratava de O Rei Leão. Os dois atrás não sabiam se riam ou ficavam com raiva.

— Vem Hyungwon, você corre e chuta a  bunda dele.

— Podíamos colocar algum inseto nele. Seria legal... Vamos logo antes que seus pais se preocupem.

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