Amor Perfeito

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                                        2004, pela tarde...

Montar as peças do quebra-cabeça era quase um desafio para Hyungwon, aquelas pecinhas que magicamente se encaixavam até formar toda a imagem era a maior diversão do menino, no momento seu êxito se mostrava em estar terminando aquele de 500 peças que já estava na terceira semana montando, mais algumas 54 peças – contadas a dedo pelo menino – e estaria completo antes das três horas da tarde. É claro, se o furacão que entrou no seu quarto chamado Hoseok e para os mais íntimos, Wonho, não lhe quebrasse a concentração, a sua sorte é que o quebra-cabeça ficava em uma mesa, não destruindo nada de seu árduo trabalho.

— Wonho! – gritou tomando raiva do amigo. Porém, a única reação do amigo, foi rir, pois Hyungwon era mais fofo com raiva e aquilo, para Hoseok era engraçado.

— Calma, Wonnie, eu entrei correndo assim pois quando vinha, o gato da sua vizinha quis me pegar. – aproximou tirando um almanaque de dentro da blusa e entregando ao outro, depois se sentou no chão abraçando os próprios joelhos. Naquele momento sentia-se tão cansado, mesmo não correndo tanto, a casa da vizinha de Hyungwon ficava a mais ou menos 10 metros da casa do menino mais magro e ele tinha vindo de bicicleta até lá.

— Onde você arrumou esse? Não tem as suas charadas e nem as folhas rasgadas.

— Esse... É.... De ciências... Minha mãe comprou para meu irmão. Por isso... Parece mais nova, e não tem charadinhas. – com certeza havia algo de errado ali, Wonho nunca cansava depois de correram, porém no último mês o menino havia apresentado problemas demais, no qual Hyungwon não poderia deixar despercebido, mal brincavam ultimamente, pois ou Hoseok estava se sentindo mal ou estava no médico.

— Você tá' bem? Vou buscar água, espere aí. – Hyungwon levantou para buscar água para o amigo, com toda distração da chegada viu no relógio da cozinha que faltava menos de três minutos para às 15:00. Seu pai já devia estar esperando os dois garotos que combinaram de mais cedo ajudá-lo. No entanto, ele não havia convidado Hoseok na manhã, quando se viram durante o intervalo das aulas. Quando voltou, deu-lhe água para beber.

— Eu não entendo ainda essa imagem, não tem nada a ver com a da caixa, parece estranha. – disse ao já estar levantado e dar um gole na água melhorando ao parece beber de alguma fonte mágica das tantas histórias lidas.

— Wonho, você quer ajudar papai com as flores? Elas estão brotando e outras estão bem grandes.

— Sim! Vamos! – Wonho foi para fora com toda a empolgação puxando o amigo, que Hyungwon não sabia em ficava armazenada tanta felicidade.

                          [...]

O Senhor Chae cortava a flor em um lugar exato, na esperança de ali brotar outra no lugar. Deu-a para Hyungwon segurar mais uma da espécie, dizendo à duas crianças características da planta e para sempre segurarem com delicadeza toda e qualquer espécie, no entanto tinha as exceções.  A flor na mão de Hyungwon era uma amarílis, fácil de cuidar e sua variação de cor poderia ser em laranja, vinho, branco, vermelha e podia ter tons esverdeados. Faria diversos buquês dela, eram muito vendáveis devido a facilidade em cuidar dela. A família Chae buscava cultivar das mais variadas plantas, pois além de vender para a pequena cidade na qual moravam, algumas iam para fora, em diversos outros municípios. Era desde  verbenas, em roxo extremo a bastão do imperador. No entanto, às vendas estavam ladeira abaixo, e aquela produção de toda a primavera ajudaria muito, os pais do menino buscavam compradores e buscando também firmar os que já tinham, além de tentarem atrair os antigos. Se caso algo desse errado com a florada, não teria saldo para quase nada.

— Senhor Chae, o que são aquelas flores? – Hoseok perguntou ao avistar as belas roxas, sem ser as verbenas, ocupando todo um balcão de quase dois metros, onde gotículas de água se abrigavam nas pétalas.

— Essas, menino, são as chamadas amor perfeito. São flores  que podem ser encontradas em diversas cores, desde de branca, amarela, rosa, e preta. Não tem perfume e há várias lendas sobre ela. Pode também se chamar de Viola tricolor. Dei um buquê delas a sua mãe, Hyungwon, mas ela não gostou. De qualquer forma, são muito bonitas. Quando tiverem suas namoradas não dêem dela! – o homem disse a última parte em tom brincalhão. Os meninos, fizeram uma careta em reprovação.

— Namoradas? Eca! – disseram em uníssono fazendo o adulto ali iniciar uma grande gargalhada.

— Certo, estão certos. São muito novos para isso, ainda vai demorar diversos anos até lá. Hyungwon ainda faz questão de dormir com um pano para nanar. – aquilo fez o garoto mais novo ruborizar as bochechas, igual a tulípas. Também ocasionou risos no menino de cabelos pretos.

Entendendo o AmorWhere stories live. Discover now