sete

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Giovanna sentia que os dias estavam passando voando. Estava com tanto pouco tempo para fazer suas coisas, que se sentia sufocada.

As gravações estavam mais apertadas e havia aparecido uma nova oferta de papel na novela das 21h na emissora, e a morena estava dando tudo de si para ser a escolhida entre tantas opções.

Por isso, estava complicado ver Alexandre e levar o namoro de mentirinha deles adiante, já que era tudo mais sobre aparecer juntos em público.

Na sexta-feira a noite, depois de passar literalmente o dia no set de gravação, Giovanna chegou em casa exausta.

Teve forças somente para tomar banho rapidamente e logo estava jogada na cama de qualquer jeito com um blusão que usava de pijama e o cabelo molhado.

Antes de sequer pegar num sono pesado, a campainha começou a tocar escandalosamente.

A morena fingiu não ouvir e continuou deitada. Mas o barulho insuportável na porta continuou, lhe obrigando a levantar.

Ao chegar na porta, a abriu com raiva e franziu o nariz quando viu de quem se tratava.

— Que porra é essa? — Ela perguntou.

— Supresa! — Ele a imitou quando a moça apareceu em seu treino. — Trouxe janta. — Ele levantou a mão, e segurava dois pequenos sacos de papel.

Giovanna o encarou.

— Alexandre, eu não estou com paciência para você agora. — Ela começou. — Minha semana foi um tanto estressante e eu só quero deitar na minha cama e dormir.

Alexandre entrou e encostou a porta.

— Tudo bem.. Mas você vai jantar. — Ele disse, adentrando o apartamento da moça, que passou a mão no rosto.

— Amora te mandou aqui, né?

— Você gosta de fazer perguntas óbvias, né? — Ele perguntou de volta.

— Tá. Deixa isso ai e pode ir embora.

Alexandre se virou para ela e riu.

— Esqueci de dizer que a janta é para nós dois. — Ele apoiou os sacos no balcão, tirando dois lanches e suco de dentro. — Eu não sei do que você gosta, então, peguei igual ao meu.

Giovanna o encarou, se sentando no banco alto e pegando o lanche.

Alexandre a imitou, ficando de frente para ela.

Giovanna mordeu o sanduíche, mastigando em silêncio.

— Então? — Alexandre perguntou curioso, e mordeu o seu.

— Gostoso.

— Obrigado. — Ele sorriu e Giovanna apenas balançou a cabeça.

Eles continuaram a comer em silêncio.

Em certo momento, Alexandre começou a falar demais e Giovanna parou de ouvir. Apenas o observava.

Os dois foram para o sofá enquanto terminavam seus respectivos sucos, onde continuaram a conversar - ou monologar no caso de Alexandre.

Era estranho para a morena. Alexandre era muito famoso e estava sentado no seu sofá usando roupas casuais e bebendo suco de laranja direto da garrafinha.

E ela era apenas Giovanna. Sabia que para o jogador, ela não tinha peso. Ajudaria ele e só. O que, mesmo que a morena nunca fosse admitir, era chateador. Ela não queria ser algo para Alexandre, queria ser algo para as pessoas de fora, o que ele não fazia o menor esforço para conseguir. Ele só era ele.

— Onde você comprou esse sanduíche? — Giovanna perguntou de supetão, interrompendo a fala de Alexandre, que franziu a sobrancelha.

— Perto da Sede. — Ele respondeu. — Eu costumo comer lá de sexta depois do treino. — Ele explicou.

— Hm, eu gostei. — Ela respondeu baixo, meio sonolenta.

Alexandre riu.

— Você não ouviu nada o que eu disse na última meia hora, né? — Ele perguntou e Giovanna balançou a cabeça. — Tá, eu estava gostando de ficar aqui, mas vou deixar você dormir.

Ele levantou e Giovanna apenas se virou, ficando mais encostada no sofá.

Alexandre voltou para a cozinha, arrumando a pequena bagunça que havia feito e apagou as luzes.

— Posso te levar para o quarto? — Ele perguntou baixo e Giovanna resmungou. — Vou levar como um sim.

O jogador ajeitou a moça nos braços e caminhou até o corredor e foi abrindo as portas, até chegar no quarto que parecia ser o certo.

E ao entrar, teve certeza que era ali.

O cheiro de Giovanna estava forte ali, haviam fotos por todo o quarto e a pequena bagunça na mesa de canto manifestava que Giovanna era a dona do lugar.

Alexandre colocou ela na cama e a cobriu.

— A gente se ve amanhã, pode ser? — Ele perguntou baixo, e Giovanna voltou a resmungar meio acordada e meio dormindo.

Ele a encarou mais uma vez, a vendo se virar na cama e se livrando do cobertor e saiu rindo baixo do quarto, encostando a porta.

Ele saiu do apartamento de Giovanna em silêncio, fechando a porta.

Nem estando cansada ela dava trégua a raiva que sentia de Alexandre - e ele não iria dizer em voz alta, mas, estava gostando da implicância dela com ele. Mesmo que às vezes sentia que ela seria capaz de matá-lo somente com o olhar, achava atraente.

E ela o distraia. Naquela noite, após treino pesado e o que ele considerava encheção de saco, era interessante ter um lugar que o fizesse esquecer um pouco de sua realidade, e ironicamente, Giovanna conseguia o fazer muito bem.

E mesmo que ela não gostasse, ele começaria a ser mais presente na vida dela, tendo ou não relacionamento de mentirinha.

* relevem o cachorro e o cabelo claro dela.

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