Operação Cupido #VegasPete

4. Operação Cupido

Nova Família

          Depois  de curtirem a história e jogar jokempô, o menino adormeceu e dormiu  por um tempo.

         Pete tocou o braço de Vegas, que estava lendo uma revista de Economia.

        -   Obrigado pela história. Você deu outro valor para a história dele.

        O homem sorriu,  fingindo não notar que o novo companheiro mantinha seu  braço preso.

        -   Eu quero que vocês dois tenham orgulho do amor de vocês.  Não quero que meu filho repita que foi encontrado no lixo. Quero que ele foque no homem que o resgatou e não nas mãos que o abandonaram.

        Pete tocou o rosto do homem com os lábios e agradeceu:

       -   Muito obrigado. Foi muito importante para mim.   -   Soltou o braço que prendia e foi para o banheiro.

        Vegas achou aquilo tão lindo. A gratidão do outro o aqueceu mais que o suave beijo que pousou em seu rosto. Tomou nota que o companheiro é outra criança precisando de apoio. Sorriu, tocando inconscientemente a face  beijada pela gratidão.

        A noite chegou devagar e despertou o menino. Tão logo ele lembrou do jantar e da nova família, pulou do sofá, onde tinha sido colocado por Pete.

         Beijou os pais, seu sorriso mostrando a alegria por estar com ambos. Fez perguntas diversas e quando soube que era hora de se arrumar,  começou a dançar pelo quarto.

        Não tinha como negar,  Venice estava agitado. Vegas está admirado de sua desenvoltura. O garoto tomou banho, lavou o cabelo, limpou orelhas e nariz, enquanto Pete arrumava sua roupinha para o jantar  familiar.  

          Quando terminou veio para Pete verificar. 

          -    Orelhinhas limpas e secas, narizinho limpo,  cabelo sem água. Parabéns, meu filho já é um mocinho. Agora papai vai terminar seu cabelo. Sente-se aqui.

         Venice obedeceu. Sentadinho,  olhava Vegas pelo espelho. 

         -    Papai, posso ficar com o cabelo igual ao do papai Vegas?

        Pete entregou o secador para o outro homem, fazendo uma careta  e foi se arrumar.

         O clima entre Vegas e Venice é diferente. Pete já percebeu que o homem respeita os limites que ele dá ao pequeno,  mas a relação dos dois parece que vai ser diferente do que ele e o filho  têm. Venice ri enquanto Vegas arruma seu cabelo. Olhando assim,  o menino está certo,  eles se parecem.

         Na verdade,  por sorte ou mérito divino, Venice não tem nada do pai biológico. Os cabelos claros de Mork não vieram no filho,  nem seus olhos, que, antes de tudo,  Pete achava lindos e verdadeiros. Venice veio com o cabelo escuro, o rosto mais afilado e aquele sorriso meigo. O olhar enviesado quando é contrariado parece copiado de Vegas,  mas ele conhece a expressão no rosto do filho desde que ele chegou. 

          Enquanto observava a interação  dos dois, arrumou o próprio cabelo, passou perfume nele e no filho. 

          -     Estamos prontos, Vegas.   -   Suspirou um aviso.

         -     Estão lindos, vamos.

         Na porta do quarto, Venice deu as mãos para os dois e eles desceram para a área de convívio comum da família.

         Na mesa de jantar todos os esperavam. Kim e Kinn olharam para o menino e para Vegas e declararam: 

        -      Você teve um filho escondido?