Desastre.

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Ipanema — Rio de Janeiro
14 de Janeiro de 2017, Sexta
|12h30

Cristal point of view

Tinha acabado de chegar em casa com o meu motorista particular, retornamos de minha antiga escola, precisava pegar meu histórico de conclusão para fazer a matrícula na faculdade. Era meio louco de se pensar que terminei a escola e não deu dois meses já estou na faculdade.

— Obrigada, Marcelo — agradeci meu motorista

— Só fiz o meu trabalho, Dona Cristal — revirei os olhos ao escutar me chamar assim

— Tenha um bom dia — sai do carro, mas me abaixei na janela ao lado do motorista — Já conversamos sobre esse assunto de me chamar de "dona", aqui não tem dona não, apenas Cristal

— Desculpa, força do abito — forçou um sorriso, fizemos um toque nosso, Marcelo me conhece desde quando eu nasci, trabalha na família Bulgari a muitos anos, criei um grande vínculo com o mesmo — Tenha um bom dia também!

Cumprimentei o porteiro do prédio e entrei no elevador, coloquei a senha para ir no meu andar e logo me deixou em frente a minha porta, cada andar é só um apartamento, assim que entrei avistei madrinha atrapalhada fazendo o almoço. Nala, minha Golden Retrive logo veio em minha volta, me agachei e fiz carinho na sua pelagem dourada, ganhei a mesma no meu aniversário de quinze anos e desde então virou minha melhor amiga de quatro patas.

— Voltei — anunciei quando entrei na cozinha, vi seu corpo reagir ao um susto, prendi o riso

— Aí que susto, menina — colocou a mão no peito — E aí como foi lá?

— Tudo tranquilo, já estou com o histórico em mãos —levantei o envelope bege que continha o histórico — Amanhã irei fazer a minha matrícula na faculdade, eles estão aberto no sábado

— Isso mesmo, o quanto antes fazer as coisas melhor — percebi seu semblante mostrando um fisionomia preocupada

— Aconteceu alguma coisa, madrinha?

— Aí minha menina, lá na escolinha de artes da comunidade está sem professor de piano, e nenhum quer se voluntariar, só querem receber dinheiro, ninguém faz mais nada de coração

— Madrinha! — a olhei indignada — Eu toco piano, sabes disso. Eu posso me voluntariar — a mesma me olhou com um olhar de esperança

— Você não pode, Cristal — franzi a testa confusa — Seu pai nunca irá deixar você subir o morro

— E se ele não ficar sabendo? — sorri como se fosse uma criança preste aprontar, a mesma regalou os olhos

Era uma vez | Cabelinho Kde žijí příběhy. Začni objevovat