Aqueles olhos.

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Atenção: Capítulo contém gatilho, se você sofre de crises de ansiedade e é sensível ao assunto, sugiro que pule o capítulo.

No meu pensamento sei que vai ficarA todo momento sei que vou lembrarDo brilho dos teus olhosFecho os olhos não consigo te esquecerTem alguém comigo mais não é vocêTenho até medo de dormir pra não lembrarDaqueles olhos (daqueles olhos)

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No meu pensamento sei que vai ficar
A todo momento sei que vou lembrar
Do brilho dos teus olhos
Fecho os olhos não consigo te esquecer
Tem alguém comigo mais não é você
Tenho até medo de dormir pra não lembrar
Daqueles olhos (daqueles olhos)

Ipanema — Rio de Janeiro
15 de Janeiro de 2017, Sábado
|20h30


Cristal point of view


O silêncio era torturante, seu olhar de desgosto e decepção de meu pai era como se fosse várias facadas no meu peito, eu nunca quis decepciona-lo só queria seguir os meus sonhos. Suspirou forte, parecia que estava buscando forças ou paciência para não explodir.

— Quantas vezes? Hein, Cristal? Quantas vezes lhe disse que não queria que fizeste está faculdade... — o interrompi

— Não é o que você quer, e sim!O que eu quero pra minha vida!

— Pra sua vida? — franziu a testa indignado — Você nem sabe o que é bom para sua vida, tem apenas dezessete anos, não sabe nada sobre a vida ainda! És penas uma menina

— Eduardo, você está enganado — minha tia o contrariou — Cristal já tem idade o suficiente para entender o que quer da vida ou não, você que está sendo irracional e ignorante com as palavras da menina

— Cala essa boca, Nicole! Nem filhos você tem e quer se intrometer na criação da minha filha!

— Sua filha? Você nem é capaz de respeitá-la e está dizendo sobre criação — encarou com desgosto

Pronto! A briga estava tomada, meu pai e minha tia encaravam-se como fossem se matar, discutindo como se fossem dois inimigos mortais, eu não estava aguentando mais isso. Senti que meu coração estava preste a sair pela boca de tanta gritaria, minha madrinha me olhava completamente perdida, pois era assim que eu estava também. 

— CHEGA! — gritei chamando atenção de todos que calaram-se — Pai...—encarou-me firme e com desprezo, encarei-o de volta firme também. Eu comecei essa guerra, iria até o final — Eu irei fazer essa faculdade que tanto repulsa, você querendo ou não!

— Faça, Cristal!— disse entre dentes — Agora arruma um jeito de pagar a faculdade, pois eu não irei gastar um centavo com essa merda — encarei minha tia e madrinha sem saber o que fazer, minha madrinha devolveu-me um olhar de pena, pois eu não tinha como pagar, era completamente dependente do meu pai — Agora abaixou as asinhas né. Entrar é fácil, quero ver se manter naquela faculdade cara!

Foi nessa hora que deixei escorrer uma lágrima, mas não era de tristeza era de ódio, pois ele sabia que não tinha outra alternativa, ele me tinha na palma da mão agora.

Era uma vez | Cabelinho Where stories live. Discover now