Medo.

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Ipanema — Rio de Janeiro
13 de Fevereiro de 2017, sábado
|8h


Cristal point of view


Dei bom dia para o portei do meu prédio, segurei mais firme a coleira de Nala e prendi o meu rabo de cavalo mais forte. Iria correr pelo calçadão de Ipanema, amava me exercitar, sentia-me mais viva e mais disposta, Nala sempre me acompanha nessas corridas matinais, acho que ela gosta mais que eu.

Já estava correndo a um certo tempo, mas revirei os olhos de desgosto quando escutei a voz de quem eu menos queria ouvir. Estou vendo que a viagem para Austrália foi mais curta do que eu pensava que fosse.

— Bom dia, Cristal— Luca, corria ao meu lado com um sorriso idiota na cara, apenas cumprimentei com um aceno de cabeça

Eu não fazia nenhuma gestão da sua presença, pois tenho um grande desgosto dela. Lucas é mais um desses filhinhos de papai que acham que podem tudo nessa vida, só porque tem dinheiro. Maldita hora que nossas famílias viraram amigas. Achei que o mesmo iria me deixar em paz depois de dar pouco caso, mas eu esqueço que Luca é sem noção desde pequeno.

— Hoje está um lindo dia não acha? Que tal comermos um açaí que tento lhe convido — sorriu amarelo, bufei

— Não, obrigado! Não como açaí! — respondi direta, percebi seu sorriso diminuir

— Que pena! Então uma água de coco?

— Eu corro em jejum — respondi grossa dessa vez

— Não tem problema, eu corro ao seu lado então — bufei e parei encarando-o, Nala já parou em minha frente como forma de proteção

— Luca, você sabe muito bem que eu não gosto de sua presença, pra que insistir nessa palhaçada? — falo pela insistência que Luca tem comigo, sempre deixei claro que não simpatizo com a sua cara

— Eu sei que tudo isso é marra, Cristal. Logo, logo estará em meus braços — encarou-me com um olhar vitoriosos, devolvi com um olhar de desgosto, que o não abalou em nada

— Uau! Eu fico admirada o quanto o seu ego é grande — debochei — Agora se me der licença, eu preciso ir — virei meus calcanhares e puxei a guia de Nala

— Espera aí... — tentou segurar o meu braço, mas Nala rosnou e latiu feroz em minha proteção, quase o mordeu se eu não tivesse puxado sua guia a tempo, o mesmo arregalou os olhos, percebi medo neles

Era uma vez | Cabelinho Where stories live. Discover now