Sem Escalas

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Era o primeiro voo internacional de Cristina, tinha seis meses trabalhando para uma importante empresa aérea e seu maior teste seria aquela viagem para Espanha. Quando começou a recepcionar os primeiros passageiros notou que alguém lhe observava, mas não conseguiu ver quem era e deixou pra lá, passou pelos primeiros assentos e foi direto para primeira classe onde nas últimas cadeiras alguém já estava bem a vontade, parou e ficou olhando ele por um bom tempo.

Cristina - Senhor, precisa de alguma coisa?

X - Me chame de Héctor, não suporto ser só mais um passageiro _ levantou o rosto e tirou os óculos observando a Cristina por inteiro.

Cristina - Aqui nessa empresa tratamos todos com muito respeito senhor Héctor _ pegou a coberta dele e lhe ajudou a colocar em suas pernas.

Héctor - Quantos anos tem menina? _ segurou os seus punhos e encarou seus lábios por uns segundos _ é jovem de mais pra ser uma comissária.

Cristina - Fiz o curso de comissária no último ano da escola, fui a melhor aluna e fiz por merecer esse emprego _ ficou nervosa mas não deixou de notar o perfume amadeirado e aqueles olhos verdes penetrantes do importuno passageiro.

Héctor - É uma criança brincando de aeromoça verdade? _ levantou e foi até o corredor colando nela _ perdão, sei como é difícil esse curso, principalmente pra trabalhar aqui nessa empresa aérea.

Cristina - Aceito suas desculpas _ tentou ir mais pra trás e esbarrou na cadeira e quase caiu se não fosse ele segurando na sua cintura.

Héctor - Vai ser uma viagem longa, vou ter muitas oportunidades de pedir desculpas e ser importuno menina dos olhos bonitos _ acariciou seu rosto com admiração e foi levantando ela lentamente até seu corpo colar no seu.

Foi o momento mais confuso pra Cristina, ela tinha só dezoito anos e o homem parecia bem mais velho para ela, provavelmente era casado e tinha família, em sua cabeça Héctor era o típico pai de família que gostava de buscar novinhas em vôos e levar para cama uma única vez.

Respirou profundamente e girou seu corpo para sair de perto dele, saiu caminhado rapidamente para se juntar ao outros comissários, deu um sorriso nervoso para uma colega e preferiu não falar nada. As próximas horas seriam fugindo do belo, sedutor e musculoso passageiro da primeira classe.

(...)

Horas depois... A escala não foi programada, o problema no aeroporto de Madrid era grave e tiveram que pousar em Paris. Foi uma  dor de cabeça ter que explicar o problema para todos os passageiros e tirar todos do avião, era muitas pessoas reclamando. Os comissários e pilotos foram trocados por uma nova tripulação para seguirem viagem, por isso  Cristina resolveu ir para  para um hotel perto do aeroporto dormir um pouco antes de pegar um avião de volta pra casa, mas acabou encontrando um passageiro bem estressado e que começou a xingar jovem sem se importar da vergonha que passavam. Héctor saiu do meio da multidão e foi arrastando o tipo pelo colarinho e lhe deu três socos no estômago deixando ele sentado no chão reclamando de dor e encolhido.

Cristina - Não precisava... _ disse bem baixinho.

Héctor - Como? O que disse? _ pegou sua mochila e colocou nas costas.

Cristina - Falei que não precisava disso senhor Héctor _ abaixou a cabeça morrendo de vergonha.

Héctor - Claro que precisava, tipos covardes tem que ser tratados como um saco de merda! _ estufou o peito e apertou as alças da mochila.

Cristina - Mesmo assim, não pode socar meio mundo por coisas assim senhor Héctor _ nem esperou ele responder começou a andar em direção a saída.

Héctor - Que...??? _ foi seguindo ela até a entrada do aeroporto _ eu te ajudo e aí da acha ruim criança?

Cristina - Eu não sou criança! _ virou e bateu o rosto em seu peitoral.

Héctor - Ah você é sim _ segurou os braços dela e beijou sua bochecha como provocação _ uma muito linda e bravinha quando tá comigo.

Cristina - Senhor Héctor, preciso pegar um táxi e ir ao hotel, minha rota acaba aqui, vai entrar uma equipe nova e eu preciso voltar pra casa descansada.

Héctor - Não...claro _ soltou ela e sorriu maliciosamente _ podemos tomar café da manhã juntos hoje?

Cristina - Claro... _ sorriu e deu um passo pra trás _ que não senhor Héctor.

Héctor - Um café no hotel que ficar, eu preciso me desculpar por ser um brutamonte com o homem que xingou toda sua família _ falou com deboche.

Cristina - Não obrigado, mas não tomo café com desconhecidos, é melhor voltar pra sua sala de embarque super vip e esperar o seu voo para Madrid que sai daqui há algumas horas _ virou e começou a dar sinal pra um táxi.

Héctor - Bem se nota que você não caiu rendida por meu charme senhorita Cristina _ falou bem pertinho do seu ouvido de um modo sexy _ só que eu tô bem interessado em você mocinha.

Cristina - Dessa vez acertou em algo senhor Héctor, não me chamou de criança _ estava impaciente querendo um táxi.

Héctor - Os taxistas são meios machistas _ esticou o braço e fez sinal calmamente pra um dos carros que passavam e ele parou _ vamos pro seu hotel e aí aparamos as indiferenças.

Cristina - Não é correto isso _ tentou conter ele, mas já estavam no carro.

Héctor - Se não der o endereço agora eu te levo no meu apartamento aqui e não vai sair de lá tão cedo _ fez um sinal pra o motorista esperar.

Seu rosto foi se aproximando do dela e a sua boca ainda mais, tocou seus lábios nos dela e começou o beijo com tranquilidade, mas aos poucos foi intensificando e tornando mais sensual, provocante, sem amarras.

Cristina - Já basta! _ empurrou ele e deu um tapa em seu rosto.

Héctor - Nossa criança... Como bate forte _ tocou o rosto queimando.

Cristina - Eu não vou aguentar ser usada assim _ abriu a porta e pegou a mala saindo.

Héctor - Merda! _ deu algumas cédulas pro motorista e saiu do carro indo atrás dela e pegando em seu braço _ se não vier comigo vamos perder o contato, eu sei que não é isso que quer.

Cristina - Você é um cara legal, mas umas horas de voo e me defender de um lunático não são o suficiente pra mim entendeu?

Héctor - Sim, me desculpa, vamos começar de novo? _ beijou a mão dela.

Atração nas AlturasOnde histórias criam vida. Descubra agora