Atração nas Alturas

Filha do (Coração)

Já era bem tarde quando Rodolfo saiu em direção a cozinha com seu habitual pijama de franela dado pela namorada e que ele fazia questão de usar sempre que ia na casa dela. Mas ao passar pela sacada viu uma silueta feminina sentando no parapente e correu até lá abraçando sua cintura e a puxando pra ele e lhe abraçando.

Cristina - ME LARGA!! _ choramingou _ ninguém vai ligar se eu sumir _ balançou os braços desesperada .

Rodolfo - Não faz essa besteira menina, sua mãe te ama, você é especial pra ela, não faz isso por favor _ foi levando ela pra sala preocupado _ o que te aconteceu? Quem te fez mal?

Cristina - O desgraçado que me abandonou, não me atende, eu ainda amo aquele maldito, mas não consigo falar com ele, o triste me deixou _ ofegou e tentou se soltar dos braços dele.

Rodolfo - Olha não vale a pena se destruir por causa de outra pessoa, você é linda e jovem, vai se apaixonar por outras pessoas e quebrar a cara também, é normal, você é muito jovem.

Cristina - Pensei que ele me quisesse, mas o desgraçado se mostrou mais um idiota mentiroso de merda _ andava abraçado nele e soluçava com tristeza.

Rodolfo - Não é fácil se apaixonar, principalmente na sua idade, homens são uns idiotas quando pensam com a cabeça de baixo, eu sei porque sou um, mas a maturidade nos faz mais conscientes do valor da mulher ao nosso lado _ sentou ela no sofá e a abraçou com carinho e proteção.

Cristina - Eu fui uma idiota mesmo,  me entreguei de corpo e alma achando que íamos ter algo além do sexo _ olhou as mãos trêmulas e suspirou _ eu ia fazer uma tremenda besteira por causa de um idiota sem responsabilidade.

Rodolfo - Não fala isso, não foi boba e vai esquecer ele, não tem amor que dure pra sempre, nem decepção que não passe com os anos _ disse calmamente e beijou seus cabelos  _ eu não deixei você fazer besteira, agora tá tudo bem, mas dá próxima me prometa que vai pedir ajuda e pode ter certeza que vou te ajudar Cris.

Cristina - O pior é que me iludi com dois encontros acredita como eu fui uma grandíssima idiota? _ olhou ele de um jeito tristonho.

Rodolfo - Cris não fala isso, olha eu sei que é idiota e estranho o que vou falar... _ olhou nos olhos dela.

Cristina - Mais do que eu com certeza não _ respondeu com pesar.

Rodolfo - Eu me apaixonei por sua mãe desde o primeiro encontro, estou com ela e já me sinto parte da vida dela, pode soar estranho, mas eu me sinto seu pai... Um pai do coração _ tocou o rosto dela e sorriu _ espero que aceite um paizão protetor e amoroso por perto.

Cristina - Minha mãe teve muita sorte de te conhecer Rodolfo, pra falar a verdade eu também tenho sorte _ suspirou mais calma.

Rodolfo - O que eu posso te dizer agora é que não se martirize pensando nele, vá viver sua vida e não olhe pro passado e viva o seu passado.

Cristina - Você tá sendo um paizão de verdade comigo, muito obrigado Rodolfo _ tocou o rosto dele e suspirou _ desculpa pelo meu comportamento na primeira vez que nos vimos, acho que te assustei verdade?

Rodolfo - Não assustou menina, achei linda sua atitude protetora com a sua mãe.

Cristina - Olha Rodolfo, posso te pedir um favor?

Rodolfo - Claro! Fica a vontade, eu tô escutando.

Cristina - Eu preciso de um tempo a sós, perdi o emprego _ viu ele surpreso _ longa história, depois eu te conto.

Rodolfo - Quer passar um tempo na fazenda? _  falou de uma vez  _ Vai que você gosta.

Cristina - Agora eu preciso passar um tempo sozinha e pensar no que eu vou fazer futuramente.

Rodolfo -  Sua mãe me disse que você nem cogitou ir à universidade por causa do seu trabalho, porque não pensa nisso?

Cristina - Vou sair um pouco da cidade, esquecer do canalha que me deixou e pensar no recomeço.

Rodolfo -  Tudo isso é bom, mas vai conversar com sua mãe verdade?

Cristina - Sim, tem umas coisas que ela tem que saber sobre o que aconteceu comigo _ falou de cabeça baixa e se aconchegou em seu abraço.

.
.
.

Bem longe dali Héctor estava sendo atendido num hospital em Madri, os ferimentos foram graves e ele ficaria um bom tempo tempo no hospital dependendo dos cuidados médicos. Olhou pra cima e piscou os olhos algumas vezes, seus braços e pernas estavam engessados e não podia de forma alguma se mover. 
Recebendo sua comida na boca ele virou o rosto quando um dos amigos que lhe socorreu entrou no quarto e automaticamente lhe deu um sorriso sem graça e recebeu a última colher de comida.

Héctor - Nunca mais eu faço rali com você Baltazar, eu quase morro depois que você me jogou pra fora da pista _ viu a enfermeira sair e o olhar do amigo.

Baltazar - Mas vai me dizer que não valeu a pena? Você adora uma aventura e isso que aconteceu é pura consequência da aventura e adrenalina _ sentou na cadeira ao lado da cama e já foi falando só pro amigo _ Essa enfermeira é bem gostosinha.

Héctor - Perdi meu celular novo e com ele meus contatos, o problema é que eu preciso procurar minha pirralha fujona.

Baltazar - Cara relaxa que você tá todo ferrado _ falou preocupado _ se você quer melhorar tem que se cuidar primeiramente.

Héctor - Ela vai achar coisas horríveis de mim, preciso falar com ela _ tentou se mover e sentiu as costelas doer.

Baltazar - Eu já disse, você não pode fazer nada agora _ falou preocupado com a situação do amigo.

Héctor - Eu preciso encontrar ela o mais rápido possível _ tentou se mexer e novamente gemeu de dor.

Baltazar - Agora você tem é que se cuidar, deixa a novinha de lado e eu tenho certeza que quando você aparecer de novo ela vem se arrastando atrás de ti _ riu relaxado.

Héctor -  Não posso perder ela de vista, você não entende, minha pirralha é muito linda _ na sua mente Cristina vinha a todo momento.

Baltazar - Linda tem um monte, você tem é que focar na sua recuperação

Héctor - Ela é única, mas não adianta falar pra um cara galinha que nem você! _ disse cansado e aborrecido.

Baltazar - Vai descansar que você tá um chato _ falou e cobriu o rosto com o boné pra dormir um pouco.