Capítulo 13

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Jack

Eu estava deitado em minha cama, imaginando como poderia me livrar dos meus dois irmãos e o que aconteceria comigo se eu realmente conseguisse me livrar deles. Batidas repentinas na porta interrompem meus pensamentos, então logo levanto para abri-la.

Quando abro, me deparo com o meu irmão mais velho, Alan. Isso me surpreende. Passaram-se dois dias, mas me lembro perfeitamente do que ele havia me dito antes: de que não queria mais me ver tão cedo. Agora cá estamos. Frente a frente. A apenas dois dias depois do ocorrido. Hipócrita do caralho. Dou de ombros e volto para a minha cama, virando para o canto e ficando de costas para ele.

- O que você quer?! Já não me humilhou o suficiente?!

- Eu queria me desculpar.

- Se desculpar?! – Gargalho ainda deitado. – Fala sério, Alan! Você veio aqui para debochar de mim novamente! Mas quer saber de uma coisa?! – Viro minha cabeça para trás em direção a ele. - Você não é melhor do que eu! Muito pelo contrário! Nós somos iguais...

- Você estava certo, Jack. – Alan me interrompe. - Eu preciso de você.

- O que?! – Sorrio incrédulo e me levanto da cama. – Poderia repetir? Eu acho que não ouvi muito bem.

- Eu disse que... preciso de você, Jack... – Alan repete desviando o olhar.

- É claro que você precisa de mim, Alan! Eu sou o seu irmão! E irmãos devem ficar juntos! – Me aproximo de Alan e aperto o seu ombro. – Me diga do que você precisa?

- É só isso?! Não quer nada em troca?!

- É claro que eu quero algo em troca! Caso contrário não seria eu, não é mesmo?!

- E o que você quer?

- Vai depender de o que VOCÊ quer! – Me afasto um pouco do meu irmão para encara-lo. - Agora me diga, você precisa de mim em que exatamente?

- Venha comigo, eu acho melhor você ver com seus próprios olhos e me dizer o que pensa sobre isso.

Acompanho Alan para fora da nossa casa. Ele atravessa a rua e o vejo indo em direção a casa de Frida.

- Calma ai! Você não quer um sexo a três, né?!

- Cala a boca porra! Eu nunca deixaria você por suas mãos imundas na Frida!

- Então o que é?!

- Fala baixo! – Alan começa a sussurrar quando nos aproximamos o suficiente da casa de Frida. Ele acena com a mão insinuando que nos abaixássemos e eu obedeço. Em seguida ele aponta para uma das janelas.

- Espero que ela esteja nua... – Murmuro animado.

- Não me faça mudar de ideia sobre precisar de você!

- Relaxa! Eu to só zoando! – Me levanto um pouco para olhar discretamente pela janela. Vejo um homem junto com Frida, e no mesmo instante entendo tudo. – Quem é esse cara?! Ela está namorando?!

- Não diga isso... Por favor...

- Alan... – Volto minha atenção para o meu irmão. – Eu te disse que ela era uma vadia...

- Ela não é uma vadia! A Frida é uma mulher pura e inocente! E esse homem que está com ela pode acabar com tudo isso! Se ela estiver com a pessoa errada pode acabar se perdendo de si mesma... Perder sua personalidade... Ou pior! Pode acabar se matando! Assim como aconteceu com a mamãe!

- Que isso cara?! Você ficou doido?! Esquece a nossa mãe! Aquilo foi uma tragédia que até hoje você não superou pelo visto!

- E você superou?!

- Bom, não completamente, mas eu estou tentando seguir em frente sem tocar nesse assunto, diferente de você!

- Você nunca foi tão apegado a ela quanto eu e o Théo.

- É claro! Depois que eu percebi que ela era instável demais para criar uma criança, já me caiu a ficha de que eu estava sozinho e por conta própria. É por isso que eu sou mais independente do que vocês dois!

- Você é tão independente que precisa de mim! Você ainda é imaturo, Jack! Resolve as coisas como uma criança! Tenta desaparecer com um problema varrendo para debaixo do tapete!

- A final... O que você quer de mim?! Porque me trouxe aqui?! Para ver a Frida transando com outro cara e ter que te consolar?! – Debocho e Alan imediatamente me apanha pela gola da minha camisa.

- Eu quero que esse homem desapareça, Jack!

- Porque não disse antes?! – Me levanto do chão, já prestes a invadir a casa de Frida, mas sou interrompido pelo tonto do Alan. – Qual o problema agora?!

- O que pensa que está fazendo?! – Ele diz nervoso.

- Como assim?! Estou indo me livrar do cara! Não foi isso que você pediu?!

- Agora??

- Sim! Agora!

- Não! A Frida está lá dentro agora! Eu não quero que ela veja isso!

- Certo! Então qual o seu plano?

- Vamos embora daqui! Em casa nós poderemos planejar melhor isso.

- Como quiser.

Caminho de volta para casa juntamente com meu irmão Alan. Chegando lá nos sentamos na sala e começamos a planejar como iriamos pegar o homem que estava na casa de Frida com ela.

- Certo, qual o seu plano? – Pergunto.

- Vamos pega-lo quando Frida sair para trabalhar. Ele vai estar em casa sozinho, então vai ser fácil. A gente pode atrai-lo para a nossa casa.

- E como pensa em atrai-lo até aqui dentro em plena luz do dia?

- Posso pedir ajuda para consertar algo. Que tal?

- Tipo o que?

- Pode ser a cerca do Ping e do Pong. Eles estão sempre pulando e mordendo ela, já está aos cacos.

- É uma ideia inteligente, por mim tudo bem.

- Faremos amanhã então.

- Tem certeza que quer isso, Alan? Você sempre me criticou e agora vai fazer o mesmo que eu.

- Não vou fazer o mesmo que você! Eu preciso proteger a Frida desse homem!

- Quer saber?! Não me interessa as mentiras que você conta para si mesmo para poder dormir a noite! Só me diga quando e onde e eu estarei lá.

- Será amanhã.

- Ótimo! – Caminho de volta para o meu quarto. – Espero que você não se arrependa depois!

- Não vou.

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Cerberus: O Homem de Três CabeçasWhere stories live. Discover now