CAPÍTULO 9

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ANY GABRIELLYNew York

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ANY GABRIELLY
New York

Meu despertador tocou, eu o desliguei e ligeiramente sai da cama. Como planejado, Josh ainda estava dormindo e assim eu consegui escovar os dentes e lavar o rosto antes de descer para a cozinha para preparar o nosso café da manhã.

Hoje fazemos seis meses de casados. Passou rápido, parece que foi ontem que eu recebi a notícia de que já tinha um noivo esperando pelo momento da nossa união mediante a lei.

Foram meses difíceis, mas aos poucos tenho ganhado sua confiança e ele a minha. Nos últimos dias tenho tentado fazer com que ele se abra sobre o trauma que carrega com relação a toques físicos. Tenho comigo que é um assunto mais sério do que eu possa imaginar e por mais que eu pergunte a ele, ou as pessoas, que conviveram com ele antes de mim, elas não sabem, ou fingem não saber para manter um sigilo que prometeu ao meu marido.

Passei a notar algumas coisas no comportamento dele, das atitudes diárias e seus esforços. Qualquer detalhe nas entrelinhas eu tento capturar em minha mente para assim desvendar os mistérios da vida de Josh.

Um detalhe que percebi, ele nunca fala sobre sua família, por exemplo: sua mãe. Eu nunca ouvi qualquer coisa sobre ela em qualquer outro lugar. Tudo o que sei sobre Josh e sua família é que ele tinha uma relação saudável com seu pai, eles tinham um elo forte, por isso a perda do progenitor foi dura para ele, por mais que o mesmo disfarçasse de todas as maneiras possíveis.

Levei bons minutos preparando o que sabia que Josh mais gostava de comer essa hora da manhã. O café preto quase sem açúcar, bagels recheado com cream cheese e presunto de parma. Cortei algumas frutas e coloquei em uma pequena tigela, as larajas espremi e fiz um suco natural.

No fim coloquei tudo numa bandeja e fui até o jardim, onde encontrei Luiz regando as tulipas brancas que plantou a algumas semanas, desde que pedi por elas. Decorei a bandeja com a tulipa e carreguei para o nosso quarto.

Assim que cheguei e empurrei a porta com o pé, me deparei com Josh suando frio e tremendo com um filhote quando pega chuva em um dia frio. Eu deixei a bandeja de lado e corri até a cama. Me ajoelhei no lado da cama em que ele dorme.

— Kyle. — eu o sacudi e deixei um beijo em sua têmpora. — Ei, querido, acorda. Eu estou aqui.

Eu comecei a repetir a última frase para ele enquanto o sacudia. Ele resmungava e pedia para que não tocasse nele. Eu iria me afastar, mas ele despertou e agarrou-me pela cintura. Levei minha mão até seus fios de cabelo e comecei um cafuné. Posso sentir a respiração dele em minha barriga, coberta pelo fino tecido da minha camisola, ela está desregular e as lufadas de ar que ele solta são quentes.

— Foi só um pesadelo, querido. — eu digo. Josh se afasta quando sua respiração se regulariza. — Ninguém vai te tocar para machucar, nunca.

Com essa frase ele, que não conseguia me encarar, passou a me olhar diretamente nos olhos. Seu olhar profundo são como incógnitas que eu não sei desvendar.

𝗨𝗠 𝗢𝗖𝗘𝗔𝗡𝗢 𝗘𝗡𝗧𝗥𝗘 𝗡𝗢́𝗦 | BeauanyWhere stories live. Discover now