Capítulo 26

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Depois de um bom tempo sentada ali conversando com a mãe, Ariana enfim levantou e caminhou até outro túmulo ali perto. Este, era de sua melhor amiga, Mariana.

Neste, Ariana conjurou um pequeno buquê de tulipas rosas, pois eram as favoritas de sua amiga. Ela exigiu que toda vez que alguém visitasse seu túmulo, tinha de levar um buquê de flores para ela - somente os mais próximos sabiam que deviam ser tulipas rosas.

Diferente de Alicia, mãe de Ariana, que pediu que uma rosa apenas bastasse, ainda mais porque o vasinho seria pequeno e não caberia um buquê de cada um que a visitasse. "Cada um pode me levar uma flor, e assim, no final, eu terei um buquê com a lembrança de cada um comigo".

- Olá, minha querida Mari. Da última vez em que estive aqui, eu lhe contei que a vinguei. Mas faltou um cara, bem, este, a vingança é para mim mesma. Mas como prometi da última vez que vim aqui, eu abandonei essa vingança e foquei em conhecer o temido Severo Snape, meu pai. E foi isso que fiz, que estou fazendo na verdade. Mas advinha! Justamente o único cara que me escapou, apareceu recentemente para lecionar no mesmo colégio que eu. Coincidência? Acho que não. Ele alega ter estado sob um feitiço de controle da mente, quando nos atacou naquela casa. Mas eu não acredito nele. Enfim, estou aqui para lhe dizer que estou tentando juntar todas as minhas forças para não quebrar a cara dele, literalmente. Mas, se eu descobri que ele saiu um milímetro fora da linha, terei um motivo para atacá-lo. Como você sempre disse "para todo problema há uma solução".

Ariana deitou o buquê sob o túmulo da amiga, e olhou para a foto dela ali, posta ao lado do seu nome.

- Sinto sua falta. Precisava dos seus conselhos quanto a homens. Em especial um - Ela olhou à sua volta, procurando ver se alguém a estava escutando. Como não havia ninguém, ela continuou. - Eu dormi com o Fábio ontem, durante a festa de casamento do Miguel, que é o meu ex, e é o irmão do Fábio, que recentemente descobri ser apaixonado por mim desde o colégio. Parece que aquela sua insinuação sobre ele gostar de mim estava certa. Quem diria? - Ela riu sozinha. - De qualquer jeito, não poderei levar isso adiante, pois logo voltarei a Londres. Assim como prometi à minha mãe, eu volto para visitá-la. Até.

Na volta, Ariana encontrou com um homem que vinha segurando um pequeno buquê formado por três margaridas amarelas.

Quando os dois se olharam, um de frente para o outro, os dois pararam no lugar.

Ele estava surpreso por vê-la ali.

- Oi pai - Ariana foi quem disse primeiro, cumprimentando Tadeo.

- Oi - Ele disse ainda a olhando surpreso. - Veio visitar o túmulo de sua mãe?

Ela balançou a cabeça positivamente.

- Sim - Ela olhou para as flores na mão do pai. - Vejo que também veio vê-la.

- Eu trago uma flor amarela diferente todo dia para ela - Tadeo admitiu.

- Bem, eu vou deixá-lo ir. Até papai - Ariana disse meio sem jeito e passou pelo pai que apenas acenou com a cabeça em concordância.

Após alguns passos dados, ela ouviu seu pai a chamar.

- Ariana? - Ela parou e se virou, para olhá-lo nos olhos. - Eu vou fazer um jantar em homenagem a Alicia, no aniversário dela. Eu vou cozinhar o prato preferido dela e depois assistir aos filmes que ela mais gostava. Será só eu. Gostaria que você fosse.

Tadeo tinha lágrimas nos olhos, assim como Ariana.

- Eu vou sim.

- Eu vou servir o jantar às vinte horas, mas se quiser pode aparecer antes. Eu não mudei de casa, então, é o mesmo endereço.

Ele disse isso, e depois se virou e seguiu para o túmulo da esposa.

Algumas lágrimas saíram dos olhos dela, essa foi a primeira vez que seu pai agiu normalmente com ela, desde que descobriu sobre sua real paternidade.

Quando se encontrou com Fábio, na porta do cemitério, ela o abraçou e chorou, com ele afagando seus cabelos.

- Eu vi o seu pai entrando aqui. Ele te falou alguma coisa? Ele foi rude com você? - Fábio perguntou gentilmente, preocupado.

Ariana balançou a cabeça em negativo, ainda nos braços dele. Depois de um tempo, ela se afastou e enxugou as lágrimas.

- Ele me convidou para ir na casa dele, pro aniversário da mamãe. Ele não foi rude e nem nada do tipo. Na verdade, ele parecia mais envergonhado, sem saber direito o que dizer. Mas pela primeira vez em muito tempo, eu vi ali o meu pai, o pai que me criou. Sei que minha reação foi exagerada - Ela se referiu a crise de choro que teve agora a pouco.

- Ei... não foi uma reação exagerada. Foi uma reação até que normal - Ele disse a abraçando novamente.

Os dois saíram do cemitério e caminharam, ainda abraçados, até a sombra das mesmas árvores que os protegeram quando chegaram ali.

- Eu tenho de voltar para Londres - Ela admitiu sem olhar para ele.

- Nada disso mocinha! Está quase na hora do almoço, e mamãe me pediu.... quem eu tô querendo enganar? Mamãe ordenou que eu a levasse até em casa para almoçar conosco hoje.

Os dois riram.

- Sua mãe me informou sobre isso no café, e eu me esqueci - Ariana ri e ele a acompanha.

- Não dá para culpar, você tem muita coisa nessa sua cabecinha - Ele disse colocando o dedo na cabeça dela, delicadamente.

Ariana revira os olhos sorrindo.

- Vamos? - Fábio perguntou olhando-a profundamente nos olhos.

- Vamos! - Ariana respondeu, hipnotizada naqueles olhos castanhos, que são escuros, mas um raio de sol conseguiu passar pela proteção dos galhos das árvores e pousou no rosto escuro de Fábio, tornando assim os olhos dele num tom castanho claro, hipnotizantes.

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O que acharam do capítulo?

É isso por hoje galerinha 🤭

Até o próximo capítulo 😉

Fui😚✨

Surpresa! Você é o meu pai! | +18Where stories live. Discover now