Capítulo 62

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Na noite passada, Severo jantou sozinho em seus aposentos. Comeu pouco. Depois, tomou um banho, vestiu um pijama e se deitou na cama. Seu nariz doía, mas ele decidiu não tomar nenhuma poção para dor. Sabia que precisava dela.

Nem sequer bebeu seu whisky.

Ele sentiu falta da professora Leblanc, deitada ao seu lado, nos seus braços.

Snape respirou fundo e olhou para o teto, deixando sua mente vagar sozinha para em meio a pensamentos do passado longínquo e recente.

Ele repassou a conversa que teve com Ariana, repetidas vezes em sua mente.

Ele se sentiu estúpido por sua reação quando soube a verdade.

Ela está certa, se eu pudesse, traria Lilian de volta.

Eu traria minha mãe também, com toda a certeza.

Ela não devia ter feito o que fez, pois quase morreu tentando. Por sorte, conseguiu. E o que teve como recompensa? ... Eu.... O todo quebrado e fodido Severo Snape.

Snape respirou fundo.

- Mãe, preciso achar uma forma de consertar, não só o que disse a ela, mas a minha vida também. A forma como ajo, principalmente. Não posso continuar afastando as pessoas de mim - Disse ele em meio ao silêncio do seu quarto.

Ele demorou a dormir, e dormiu pouco.

Na manhã seguinte, levantou, tomou um banho, vestiu suas habituais vestes negras e seguiu para o grande salão.

Ele pensou em esperar por Ariana, mas achou melhor não incomodá-la tão cedo assim. Decidiu esperar o café da manhã terminar, antes de conversar com ela.

Ele respirou fundo e seguiu a passos lentos até o salão principal. Pensava no que dizer a Ariana. Medindo as palavras com cuidado para não estragar a, possivelmente, última chance que tenha com ela.

Ao chegar no grande salão, notou que ela estava sentada ao lado de Maitê. Longe dele.

Ariana lhe dirigiu um breve olhar, este com tristeza explícito nos olhos, que ela logo desviou para a conversa animada que estava tendo com aquele homem negro.

Aquele que lhe socou e quebrou seu nariz.

Snape se dirigiu até o seu lugar de costume. Não demorou muito para que o desjejum começasse.

O lugar ao lado de Severo, que normalmente é ocupado por Ariana, foi ocupado por outro professor hoje. Assim como nos outros dias que se seguiram. Em todas as refeições.

Severo estava na ala hospitalar, sentado ao lado da cama de sua amiga, segurando a mão da mais velha na sua e pensando nos seus problemas e erros, em como solucioná-los, e em como fazer sua amiga acordar.

- Preciso tanto de seus conselhos, minha amiga - Severo disse olhando para a mesma, dormindo. - Você com certeza iria puxar a minha orelha agora. Não que eu não mereça.

Ele se pôs a pensar, e em meio a pensamentos, ele se pôs no lugar de Ariana e imaginou, se conseguisse trazer sua mãe de volta à vida e ela não gostasse nada disso, ele iria ficar muito triste e até com raiva por ela ser tão ingrata.

Merlim, eu fui muito ingrato - pensou ele passando uma mão no seu rosto.

Snape tentou falar com Ariana durante esses dias que se passaram, mas ela sempre dava um jeito de não ficar em sua presença. Ainda mais com as aulas que tomavam cada vez mais tempo dos professores.

Só que, até quando Snape batia na porta dos aposentos dela, ela não atendia.

Primeiro ele pensou que ela não queria abrir a porta para ele, mas não tem como ela saber quem está batendo em sua porta. Então, logo ele soube, por Maitê, numa breve conversa num corredor, que Ariana estava dormindo nos aposentos do professor de astronomia, que é o namorado dela agora.

Ela estava o evitando ao máximo.

E não dá para culpá-la, não é, Severo? - pensou ele caminhando pelo corredor.

Snape caminhava pelos jardins, lembrando de quando caminhou com Ariana por ali. Ele se lembrou da vez que uma bola de neve o atingiu nas costas. Haviam mais alguns alunos perto, mas nenhum deles teria essa coragem. E quando ele olhou para Ariana, ela tinha uma cara de surpresa, mas ele sabia que foi ela, pois viu o ar brincalhão em seu olhar. Ele não brigou com ela, mas também não demonstrou que gostou mantendo seu rosto sério, porém no seu interior ele gostou sim. (Ariana fez uma bola de neve com sua varinha e atirou em Snape, enquanto caminhava ao lado do mesmo).

Snape parou de andar e olhou para o alto da torre de astronomia, se lembrando das vezes em que estava lá, martirizando-se e ela aparecia toda vez que ele pensava em pular. Eles conversavam e ele saia irritado de lá. No começo, Snape ia até ali para se autopunir, mas depois, ele ia até ali esperando que se encontrasse com a jovem professora, para ter companhia, quem sabe até uma conversa. Ele percebeu isso quando ela havia se afastado para dar privacidade entre ele e Maitê. É, Snape foi até a torre no meio da madrugada naquele tempo.

Snape voltou a andar, entrou no castelo e caminhou pelos corredores, se lembrando das conversas que tinham, às vezes sobre algo relacionado às aulas, às vezes sobre algo desnecessário, apenas jogando conversa fora.

Snape repetiu essa rotina durante esses dias que se passaram, quando ele tinha um tempo livre, de dia, de noite, de madrugada.

Snape percebeu que sentia falta da companhia dela, de suas perguntas sobre o seu passado.

Snape sentiu falta das histórias sobre a juventude dela e suas brincadeiras de quando era criança.

Snape sentiu falta dela até nos momentos em que não conversavam, apenas estando sentada ao seu lado, lendo um livro qualquer, ou corrigindo alguns trabalhos dos alunos.

Snape sentia falta dela o chamando de pai.

Snape sentia falta da filha.

No fim de semana, quando tentou mais uma vez falar com ela, soube que ela saiu logo cedo, após o café da manhã.

Como era sábado, e ele não tinha nenhuma aula, nem sequer uma detenção a dar, ele apenas caminhou pelos corredores do castelo.

Visitou Minerva na ala hospitalar, conversou um pouco com ela - mesmo somente ele falando.

Depois voltou a andar. Ele encontrou Maitê num corredor em algum andar. Ela estava com alguns cadernos e pergaminhos num braço, andando distraída. Snape se aproximou dela e a puxou pelo braço até uma sala vazia.

- Mas o quê?

Ambos entraram e ele fechou a porta.

- Estava errada - Ele disse em um tom sério.

- Errada sobre o quê? - May largou seu material sobre uma carteira próxima.

- Quando disse que eu não amo a minha filha. Estava errada. Eu também estava quando pensei que não - Snape passou uma mão nos cabelos. - Nesses dias que passaram, eu percebi que sinto a falta dela, percebi que esse sentimento já estava crescendo aqui... - Ele colocou a mão no peito e sorriu. - ... com as conversas, com as histórias sobre ela, com as péssimas piadas que ela faz. O meu amor por ela começou a surgir e a crescer. E eu não quero impedir isso. Não quero perdê-la.

Maitê acariciou o rosto dele com sua mão.

- Fico contente que percebeu isso - Ela disse sorrindo. - Mas você deveria dizer isso a ela.

- Tentei falar com Ariana, mas ela tem me evitado nos últimos dias. E hoje ela saiu - Severo pegou a mão de Maitê na sua. - Assim que ela voltar, eu vou falar com ela.

- Faça isso - May disse antes de receber um beijo dele, foi um selinho demorado.

- Obrigado por ter paciência comigo, por me dizer o que preciso ouvir e não o que eu quero. Obrigado, por ser você - Snape disse antes de sair da sala, deixando a mulher sozinha na sala com um sorriso satisfeito nos lábios.

Depois ela pegou suas coisas e saiu daquela sala em direção a sua.

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Espero que gostem do capítulo 😶

Agora os vejo somente quando eu tiver mais capiulos escritos kkkkk (rindo pra não chorar)

Enfimmm..... Bjokas e fui 🤭❣️✨

Surpresa! Você é o meu pai! | +18Where stories live. Discover now