Capítulo 8

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Quando o filme finalmente acabou, Luiza tinha lágrimas nos olhos. Mesmo assistindo esse filme desde o seu nascimento, a morena ainda se emocionava.
Não tinha notado que a garota no seu colo dormia, só fora notar quando ela não se mexeu e nem falou nada.
Olhou no relógio na mesinha de cabeceira e constatou que ainda eram quatro horas da tarde. Seus pais só chegariam às seis. Passou então à observar Valentina que dormia tranquilamente. O semblante calmo.

Passou a ponta dos dedos na maçã de seu rosto e desceu até os lábios. Se perguntava como era beijar alguém...
Luiza nunca havia experimentado essa sensação. Olhando agora os lábios rosados da garota , se perguntou como era beijar Valentina . Em um momento de impulso, ela se inclinou e encostou seus lábios nos da garota. Se surpreendeu em como eram macios e quentes.
Ficou naquele contato alguns minutos e não se deu conta que a menor já havia acordado e aproveitava a sensação do roçar de lábios de ambas. Os lábios carnudos de Luiza eram maravilhosos.
Nenhuma das duas haviam tido esse momento. O descobrimento de um simples toque de lábios. Um passo importante na adolescência de qualquer garota ou garoto.
Valentina moveu uma das mãos até o rosto de Luiza, e a mesma quebrou o contato. Olhou para a menor e seu rosto já possuía um tom avermelhado sendo visível na pele morena.
— Oh Meu Deus! — Exclamou, cobrindo o rosto com as mãos. — Valentina , me desculpe, você deve me achar uma louca que se aproveita do sono das pessoas para praticar atos desse tipo, mas eu não sei o que aconteceu, eu só...— Luiza parou de falar quando sentiu os dedos de Valentina nos seus lábios.
— Luiza , você não precisa se desculpar. Eu já tinha acordado, e permiti tudo o que você fez. Eu que deveria ser a culpada. — Respondeu com as bochechas ganhando um tom avermelhado.
— Então você não me acha louca? Nem uma ninfomaníaca aproveitadora? — Perguntou respirando aliviada.
— Não, Luiza , você não é louca. — Respondeu com uma risadinha. — Nem uma ninfomaníaca aproveitadora.
— Você já beijou alguém? Sabe...antes de tudo acontecer? — Perguntou curiosa.
— Não. Eu nunca gostei de nenhum dos garotos que queriam algo comigo. E você? — Perguntou encarando a maior.
— Não. Ninguém nunca gostou de mim. Sou uma perdedora na minha escola. — Respondeu suspirando.
— Eu gosto de você. — Respondeu murmurando e corando furiosamente.
— Gosta? — Perguntou a maior já animada.
— Sim. Digo...O que aconteceu. Não foi ruim. — Respondeu olhando pra baixo e sentindo suas bochechas queimarem.
— Você pode me beijar. — Declarou tímida. — Se você quiser. — Completou olhando para Valentina atentamente.
— Eu quero. — Respondeu ela quase inaudivelmente.
Luiza tirou Valentina de seu colo e colocou as mãos em seus ombros, puxando-a para se deitar sobre ela. Circulou os braços em volta do pescoço da menor.
— Me beija. — Sussurrou olhando nos olhos verdes que estavam um pouco mais escuros.
Valentina que estava um pouco atônita, encostou seus lábios nos de Luiza . Já não era mais um roçar, elas se moviam levemente. Sem língua, sem pressa. Era tudo calmo e natural.
Não era desajeitado e nem ruim. Era bom. Valentina , que por anos achou que as famosas borboletas no estômago fossem uma frase clichê de livros e filmes românticos estava sentindo essa sensação dentro de si.
Luiza sentia fogos de artifício... Sebastian sempre passava horas falando em como era a sensação de beijar seu namorado, e a morena não conseguia entender quando ele descrevia tal coisa. Agora ela entendia.
O momento foi cortado pelo som estridente de uma música vindo de um lugar do quarto. Ambas se separaram abruptamente e Valentina saiu de cima da morena sem dizer nada.
A maior pegou sua bolsa e fisgou o aparelho, sentou na cama e deslizou o dedo pela tela do mesmo.

— Sebastian ? Por que está me ligando? Aconteceu alguma coisa? — Perguntou curiosa e frustrada pela quebra do contato com Valentina . O amigo nunca ligava à essa hora.
— Luiza ! Você já está sabendo que aquela garota louca que matou a família fugiu não é? — Perguntava o garoto atônito do outro lado da linha.
— Acho que todo mundo já sabe, Sebastian . Por quê? — Perguntou segurando a vontade de repreender o amigo por chamar Valentina de louca, enquanto olhava para a garota que encarava o chão com as bochechas e lábios vermelhos.
— Lembra daquele psiquiátra famoso por ter cuidado do caso dela e a mandado para a clínica? — Perguntou nervoso.
— Sim, o que houve com ele? — Questionou impaciente. Odiava esse suspense que o amigo estava causando.
— Ele morreu Luiza . Da mesma forma que a família da garota louca. Está em todos os noticiários. Ela deve tê-lo matado. Onde diabos você estava para não ver isso? — Perguntou nervoso.
— ELE MORREU? — Perguntou quase gritando e ganhando a atenção de Valentina . — Eu...eu...estava dormindo Sebastian . É! Eu estava com sono e cochilei. Acordei com o celular tocando. Preciso desligar. Depois conversamos. — Finalizou a chamada sem esperar uma resposta e correu para ligar a televisão.
— O que houve? — Perguntou Valentina confusa.
—...aquele...Jason...Jesse... James! Sim! James, o seu psiquiatra...ele...— Luiza não teve tempo de completar quando a televisão ligou e no canal estava passando a notícia.
A maior sentou do lado de Valentina e juntas, ouviram o que era transmitido.

Forever YoursWhere stories live. Discover now