CAPÍTULO 8

24 2 11
                                    

A quarta-feira chegava preguiçosa

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

A quarta-feira chegava preguiçosa. Embora o sol já estivesse brilhando do lado de fora, um banho quente era indispensável. Era o dia da minha consulta com o nefrologista. Nos últimos meses estava me sentindo mais cansada que o normal. Notei algumas mudanças fisiológicas em meu corpo e prometi a mim mesma que lembraria de apresentar as queixas ao médico. Eu não conhecia pessoas com lúpus, mas tinha internet e acesso a um médico, e sabia que a longo prazo aquela doença poderia causar muitos problemas. Mas eu estava otimista. Os resultados dos exames dos últimos seis meses eram bons, então esperava que os de seis meses depois também fossem.

Não estava frio, então escolhi um vestido de tecido gelado com mangas curtas e estampa floral. Calcei minhas botas preferidas, me perfumei e finalizei meu cabelo. Para não sair tão cadavérica, passei um pouco de blush para dar cor ao rosto e usei um batom na cor "Toffee", da Mary Kay. Peguei minha bolsa e quando desci para a sala, meu pai já me esperava.

- Bom dia, pai.

- Bom dia, filha. Posso levar você antes de irmos, se quiser.

- Está tudo bem, eu vou sozinha. Aproveitem a viagem.

Abracei meu pai. Depois Willow, Alice e Nora. Arden não vai junto com eles por conta da faculdade, assim como eu, mas optou por ficar na casa do pai. Meus avós paternos moravam em Whistler, uma cidade ao norte de Vancouver. Quase sempre papai e Willow iam para lá, mas geralmente aos feriados ou finais de semana. Dessa vez, vovô sofreu um derrame e eles precisaram ir de última hora.

Peguei o carro e dirigi até o Hospital Maisonneuve-Rosemont. Enquanto esperava a minha vez de ser atendida, observei as pessoas na sala. Adultos, idosos, crianças. Todos esperavam por alguma coisa e fiquei me perguntando quantas das pessoas que estavam ali também poderiam estar esperando o mesmo que eu. Senti minhas pernas se movimentarem em um espasmo e só então me dei conta de que estava tremendo. Meu peito começou a subir e descer com uma velocidade anormal e precisei me retirar para beber um pouco de água. Não pensei que uma simples consulta pudesse me deixar uma pilha de nervos, mas deixou.

- Cassandra Chapman.

Meu nome foi chamado assim que voltei para a sala de espera. Entrei na sala do médico em silêncio, e ele me ofereceu seu melhor sorriso, o que acabou me obrigando a sorrir também.

- Olá, Casey.

- Olá.

William Reznick era meu nefrologista. Ele era muito bom. Já fazia uns dois anos que eu estava me consultando com ele, depois de muito tempo em hospitais particulares e pouco resultado. Deixei a bolsa em meu colo e acomodei as costas no encosto da cadeira.

- Como você está? Tem tomado os remédios corretamente?

- Estou bem. Tenho tomado como você prescreveu, mas tenho tido um pouco de mal estar nas últimas semanas - confessei.

O Melhor de NósOnde as histórias ganham vida. Descobre agora