Chanyeol- Cupid

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Tocar Música da Midia!

O mundo era uma sinfonia de cores e sons, uma dança hipnotizante de emoções e ligações. Pelo menos, era assim que eu costumava vê-lo. Mas agora, enquanto caminhava pelas ruas movimentadas, cada passo parecia um baque surdo, cada riso ecoava como uma nota vazia. O meu coração tornara-se prisioneiro da sua própria dor, preso na teia do amor não correspondido e da desilusão que se seguiu.

S/N - Um nome que costumava iluminar o meu mundo com um brilho radiante, como o sol a romper as nuvens num dia de tempestade. Eles eram a personificação da beleza e da graça, uma melodia perfeita que ressoava na minha alma. No entanto, aqui estava eu, assombrada pelo conhecimento de que os meus sentimentos eram unilaterais, uma serenata solitária que nunca seria ouvida.

Observei os S/N à distância, o meu olhar como um fio invisível que me ligava a eles. Eles riam, o seu riso era como uma cascata de sinos a tilintar, atraindo todos à sua volta para o seu feitiço. E eu fiquei ali, um espetador silencioso de um espetáculo do qual nunca poderia fazer parte. Era como se o universo me tivesse pregado uma partida cruel, fazendo-me apaixonar por alguém que permaneceria para sempre fora do meu alcance.

À medida que os dias se transformavam em semanas e as semanas em meses, o meu afeto por S/N crescia como hera, entrelaçando-se lentamente à volta do meu coração. Cada interação, por mais pequena que fosse, tornou-se uma recordação querida gravada na minha alma. A forma como me olhavam com aqueles olhos brilhantes, o som da sua voz que fazia o meu coração saltar uma batida - tudo isso era uma tortura agridoce da qual eu não conseguia escapar.

Mas, com o tempo, comecei a aperceber-me de que o amor, a força que levava os poetas à loucura e os artistas ao brilhantismo, não passava de um cruel truque da natureza. Era uma miragem que prometia calor e ligação, apenas para nos deixar presos num deserto de solidão. Eu tinha dado o meu coração de boa vontade, e ele tinha sido espezinhado, os seus fragmentos espalhados como cinzas ao vento.

Um fim de tarde, quando o sol descia abaixo do horizonte, lançando longas sombras sobre a cidade, dei por mim diante de um banco de jardim onde S/N e eu tínhamos partilhado inúmeras conversas. As memórias voltaram, cada uma delas uma recordação dolorosa do que eu nunca poderia ter. Os risos, as confissões, os olhares roubados - todos eles pareciam cacos de vidro cravados no meu peito.

Afundei-me no banco, os meus dedos traçaram a madeira gasta como se procurassem consolo na sua companhia silenciosa. As estrelas acima piscavam como faróis distantes, e não pude deixar de me perguntar se elas também teriam testemunhado a agonia silenciosa que se tornara a minha existência. No meio desta contemplação desolada, uma voz suave rompeu a noite.

"Chanyeol?"

Olhei para cima, com o coração a gaguejar, e vi S/N diante de mim, com uma expressão que misturava preocupação e curiosidade. A minha boca ficou seca e esforcei-me por encontrar as palavras que de repente me tinham abandonado.

"Estás bem?" perguntaram os S/N, os seus olhos perscrutando os meus como se estivessem a tentar decifrar o tumulto que havia dentro de si.

Consegui um sorriso fraco, uma fachada que tinha aperfeiçoado com o tempo. "Sim, só estou perdido em pensamentos."

S/N sentou-se ao meu lado no banco, a sua presença como uma brisa suave que agitava o ar estagnado à nossa volta. "Sabes, podes falar comigo sobre qualquer coisa. Sempre estivemos lá um para o outro."

As suas palavras tocaram um acorde, uma recordação dolorosa da amizade que tínhamos partilhado - uma amizade que eu tinha permitido que o meu coração transformasse em algo mais profundo, algo que nunca poderia ser correspondido.

"Eu sei," murmurei, o meu olhar caindo para as minhas mãos enquanto elas se apertavam e desapertavam no meu colo. "Mas algumas coisas são demasiado complicadas para pôr em palavras."

S/N suspirou, com o ombro a roçar no meu num gesto de conforto. "Não estás sozinho nisto, sabes. Todos nós temos as nossas dificuldades."

Eu queria dizer-lhes - desabafar a dor que se tinha instalado dentro de mim, confessar o amor que se tinha tornado tanto a minha tábua de salvação como a minha prisão. Mas as palavras ficaram alojadas na minha garganta, um peso pesado que eu não conseguia libertar.

A noite prolongou-se, uma companhia silenciosa que aliviou a dor de uma forma que eu não conseguia compreender. E enquanto me sentava ali, ao lado da pessoa que se tinha tornado o centro do meu universo, uma sensação de calma apoderou-se de mim. Talvez o amor não fosse o vilão que eu o tinha pintado - talvez fosse simplesmente uma força que podia ser tão bela quanto dolorosa.

Quando os primeiros raios de sol da madrugada pintaram o céu em tons de dourado e cor-de-rosa, percebi que a minha dor no coração não era um reflexo do engano do amor, mas uma prova do seu poder. Era um lembrete de que, mesmo diante de sentimentos não correspondidos e sonhos desfeitos, o coração tinha a força para se curar e encontrar seu ritmo novamente.

S/N olhou para mim, o seu sorriso tão quente como o sol nascente. "Sabes, aconteça o que acontecer, estou contente por nos termos um ao outro."

E nesse momento, enquanto o mundo despertava para um novo dia, compreendi que o amor não era sobre possuir alguém ou ser possuído em troca. Era sobre as ligações que forjámos, as memórias que criámos e o caminho que percorremos.

Olá, a todos/as!
Espero que tenham gostado desta história.
Se tiverem algum pedido, não hesitem em fazê-lo que irei com todo o gosto, dedicação, amor e carinho escrevê-lo.
Até ao próximo imagine!

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